Mais solidez e segurança aos consorciados com crescimento do Patrimônio. “Ao acreditar em boas perspectivas, esperamos contribuir para o equilíbrio dos negócios do Sistema de Consórcios e da cadeia produtiva, possibilitando, assim, contribuir para que o consumidor realize seus objetivos pessoais, profissionais e empresariais”, diz Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC – Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
No encerramento do primeiro bimestre, ainda sem as recentes medidas governamentais anunciadas pelo governo visando atender as necessidades da economia brasileira em razão da pandemia do Covid-19, os resultados do Sistema de Consórcios apresentaram crescimento em todos os setores onde está presente.
Em janeiro e fevereiro, as performances registraram aumentos dentro das perspectivas estimadas para 2020. Contudo, é prudente imaginar que, com a desaceleração das atividades econômicas, os indicadores deverão ser impactados acompanhando as tendências nacionais. I
“Mesmo vendo com bons olhos as deliberações nos âmbitos fiscais, de renda e crédito, como a liberação de recursos para algumas camadas sociais; concessão de linhas de crédito para folhas de pagamentos de pequenas e médias empresas; facilitação da renegociação de operações de crédito, entre outras que estão por vir”, diz Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, ”entendemos ser necessária rever as estimativas para a nova realidade do mercado financeiro, inclusive com projeções do governo e de outros órgãos de que o PIB deste ano poderá zerar ou até mesmo ter uma variação negativa.
Se considerarmos a aprovação, pelo Congresso Nacional, das reformas propostas pelo governo, “poderemos ter um cenário menos sombrio do que está se vislumbrando neste momento. Entendemos que embora reformas estruturais tenham efeito em prazos um pouco maiores, mesmo assim a sua aprovação cria um ambiente favorável que contribuirá para ultrapassarmos de forma menos traumática a conjuntura atual”, completa Rossi.
As mudanças de comportamento, impostas pela pandemia, obrigam trabalhadores e empresas a transferirem suas atividades para casa, em home office, gerando expectativas promissoras de novas formas de fazer negócios. Para o Sistema de Consórcios, a ABAC realizou pesquisa junto às associadas no intuito de, ao adequar ações operacionais, adaptar a modalidade ao novo momento, dentro da regularidade das operações dos grupos de consórcios.
Os esforços financeiros promovidos pelo governo objetivam principalmente a preservação da saúde e do emprego, inclusive buscando salvaguardar as empresas e, por consequência, a economia nacional.
“Ao acreditar em boas perspectivas”, diz Rossi, “esperamos contribuir para o equilíbrio dos negócios do Sistema de Consórcios e da cadeia produtiva, possibilitando, assim, contribuir para que o consumidor realize seus objetivos pessoais, profissionais e empresariais”.
Exemplo de confiança está também na adesão de Rosely Silva Santos Cardoso feita nos primeiros dias de março no consórcio de imóveis. A funcionária pública da Previdência Federal pretende adquirir sua casa própria no bairro Vila Anastácio, Lapa, na capital paulista. Depois de pesquisar e planejar, decidiu, ao verificar as taxas de juros cobradas nos financiamentos imobiliários, optar pela modalidade em razão do baixo custo final e simplicidade de participação.
Um a cada cinco imóveis vendidos é por consórcio
O total de imóveis vendidos por financiamento e consórcio alcançaram 67,89 mil unidades no primeiro bimestre deste ano, segundo dados levantados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança ABECIP e pela assessoria econômica da ABAC.
No período, somente os créditos disponibilizados nas contemplações, potencialmente injetados no mercado imobiliário, possibilitaram aquisição de 14,47 mil propriedades, 21,3%, correspondentes a um em cada cinco imóveis. No ano passado, a presença era de 20,7%, com 77,88 mil consorciados contemplados sobre o total de 375,84 mil unidades financiadas.
Ainda nos dois meses, a somatória dos créditos de financiamentos imobiliários e consórcios totalizou R$ 15,65 bilhões. A presença de R$ 2,13 bilhões, relativos à disponibilização das contemplações, representou 13,6%. No ano passado, a comparação apontou 11,1%, 2,5 pontos percentuais inferiores. O volume atingiu R$ 11,22 bilhões, sendo R$ 1,25 bilhão relativos às liberações nas cotas contempladas.
Mais solidez e segurança aos participantes
Com aumento de 16,4% no Patrimônio Líquido Ajustado (PLA), resultado da soma do capital mais reservas das administradoras de consórcios em dezembro de 2019 comparado ao registrado no mesmo mês de 2018, adicionados à alta obtida nos Ativos Administrados, o Sistema de Consórcios vem propiciando mais segurança e solidez aos consorciados ativos. O progresso foi de R$ 13,93 bilhões (dez/2018) para R$ 16,22 bilhões (dez/2019), de acordo com dados disponibilizados recentemente pelo Banco Central.
Na comparação anualizada, os Ativos Administrados dos grupos de consórcios em andamento, somatória dos recebíveis, das disponibilidades e aplicações financeiras, apresentaram avanço de 12,9%, crescendo de R$ 224,00 bilhões (dez/2018) para R$ 253,00 bilhões (dez/2019).
O bom desempenho das administradoras de consórcios, no período, provocou mais arrecadação de tributos e de contribuições sociais. Com a expansão de 6,8% no comparativo do ano passado sobre o anterior. Em 2018, foram arrecadados R$ 2,95 bilhões em impostos, enquanto em 2019 somaram R$ 3,15 bilhões.
Resultados do bimestre mostram crescimento
Nos dois primeiros meses do ano, o Sistema de Consórcios registrou altas, acima das projeções feitas no final de 2019. As vendas atingiram 530,11 mil novas cotas, 28,4% acima das 413 mil acumuladas no mesmo bimestre do ano passado.
O total acumulado de contratos comercializados apontou forte alta somando R$ 23,93 bilhões, 41,4% mais que os R$ 16,92 bilhões de um ano antes. O tíquete médio montou em R$ 46,67 mil em fevereiro, 13,6% acima dos R$ 41,07 mil daquele mesmo mês no ano anterior.
Nos dois primeiros meses, as contemplações chegaram a 221,71 mil, 10,3% maior que 201,00 mil de 2019. Os correspondentes créditos concedidos aos contemplados, cujos valores possivelmente serão inseridos na cadeia produtiva, ao longo dos meses, contabilizaram R$ 8,87 bilhões, 28,9% sobre os R$ 6,88 bilhões passados.
Considerando o momento, antes da completa mudança de cenário no país, observamos que o hábito do consumidor era focar nas finanças pessoais, com o consórcio sendo a opção para muitos realizarem seus objetivos pessoais, familiares e até empresariais, de forma simples, econômica e planejada, deixando de lado as chamadas “compras por impulso”.
O engenheiro e analista de riscos Diego Pereira Agaipito, consorciado de automóvel em São Paulo, ao afirmar acreditar na recuperação econômica do país e confiar no Sistema de Consórcios, recomendou à sua irmã Vanessa Pereira Agaipito, assistente comercial de indústria de eletrodomésticos, que participasse de um grupo de veículos para adquirir o novo carro. Depois de analisar e planejar sua participação, assinou recentemente a adesão ao contrato de 80 meses com a administradora, aguardou a primeira assembleia, ofertou lance e foi contemplada. Agora, está definindo qual veículo comprará.
Na retrospectiva da somatória das adesões dos meses de janeiro e fevereiro nos últimos dez anos, de 2011 a 2020, o maior volume foi o do bimestre deste ano, recorde na década.
O número de participantes ativos alcançou 7,00 milhões em fevereiro, 2,5% abaixo dos 7,18 milhões daquele mês em 2019, em razão do encerramento de grupos.
Para Rossi, “à época, nossos indicadores sinalizavam uma grande procura dos consumidores pelo mecanismo, confirmando a postura frente às finanças pessoais. Infelizmente, de março em diante deveremos ter novas tendências, em virtude da maneira como passamos e passaremos a viver daqui em diante”.