Poder de compra aumenta no primeiro quadrimestre, mesmo com a pandemia da Covid-19. Indicadores de janeiro a abril registram avanços dos negócios e ampliação do total de participantes ativos, apesar da retração das adesões. No balanço quadrimestral, houve redução de 8,6% nas vendas de novas cotas. Contudo, face o crescimento constante do tíquete médio ao longo dos quatro meses, o total de negócios sinalizou 2,7% de alta.
No encerramento do quadrimestre, o Sistema de Consórcios anotou crescimento constante nos acumulados das contemplações, possibilitando o fortalecimento da aquisição de bens e contratação de serviços, objetivos principais dos participantes de grupos da modalidade.
Ao ampliar 14,8%, o total de consorciados contemplados no quadrimestre saltou de 406 mil (jan-abr/2019) para 466,09 mil (jan-abr/2020). O mecanismo disponibilizou R$ 19,30 bilhões em potenciais créditos para inversão nos diversos elos da cadeia produtiva.
Mês após mês, a soma de cotas contempladas foi aumentando, partindo de 106,69 mil em janeiro até 126,48 mil em abril. Só em março, quando chegou a 117,90 mil, para abril, período de forte isolamento social pela presença da Covid-19, a evolução foi de 7,3%.
“Trata-se da confirmação de um dos principais diferenciais dos consórcios, que proporciona, além da realização do objetivo desejado, uma confortável situação financeira ao participante. Depois de poupar mensalmente, ser contemplado por sorteio ou por lance, obter a liberação do crédito e com “dinheiro na mão”, o consorciado tem a chance de negociar, barganhar e até obter descontos no momento da compra de bens ou contratação de serviços”, esclarece Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
“Em face do momento econômico e com essa disponibilidade, os consorciados têm grande oportunidade de realizar bons negócios, pagando à vista, tanto para os que pretendem usufruir do bem ou do serviço como aqueles que investiram visando obter rentabilidade patrimonial”, complementa.
Paralelamente, na recente circular nº 4.009/20 do Banco Central do Brasil, atendendo a pleito da ABAC, o mecanismo está temporariamente disponibilizando aos consorciados, contemplados e quitados junto às administradoras, o recebimento do crédito em espécie, benefício destinado exclusivamente àqueles que ainda não o tenham utilizado, com validade até 31 de dezembro deste ano.
No balanço quadrimestral, houve redução de 8,6% nas vendas de novas cotas. Contudo, face o crescimento constante do tíquete médio ao longo dos quatro meses, o total de negócios sinalizou 2,7% de alta.
Mesmo vivenciando a pandemia, o comportamento do consumidor mostrou que, com a desaceleração dos últimos dois meses, a totalização das adesões alcançou 845,55 mil adesões, abaixo das anteriores 924,70 mil (jan-abril/2019).
Se em janeiro e fevereiro a soma chegou a 284,45 mil e 245,66 mil cotas, respectivamente, nos dois meses seguintes totalizaram 187,10 mil, em março, e 128,35 mil, em abril, com retração de 31,4%. O acumulado quadrimestral deste ano, puxado pelas últimas reduções, fechou em baixa.
Os correspondentes créditos comercializados acumularam R$ 40,43 bilhões (jan-abr/2020), 2,7% acima dos R$ 39,37 bilhões (jan-abr/2019) do ano passado. Observe-se que este aumento foi devido ao crescente valor do tíquete médio que mensalmente mostrou progressos. Dos R$ 43,84 de janeiro, o valor evoluiu para R$ 53,53 em abril, com avanço de 22,1%. Somente entre março, com R$ 51,44, para abril, com R$ 53,53, a alta foi de 4,1%.
O volume de participantes ativos cravou 7,34 milhões em abril, 1,5% mais que os 7,23 milhões do mesmo mês de 2019. A média mensal do primeiro quadrimestre do ano ficou em 7,24 milhões de consorciados, 0,7% acima dos 7,19 milhões do mesmo período do ano passado.
Ainda com cenário de incertezas, Rossi destaca que “para o futuro, talvez ainda no primeiro semestre, possamos ter uma reversão de tendência com, inicialmente, estabilidade nos negócios e, posteriormente retomada do crescimento. Nossa expectativa positiva se apoia especialmente por várias atividades já estarem voltando à normalidade em muitas localidades, apesar da obrigatoriedade do distanciamento social e outras prevenções, considerando as medidas de política monetária adotadas pelo Banco Central, com vista à liquidez na economia”.
Pós-pandemia virá com novidades
Para a ABAC, no pós-pandemia, os resultados advirão de um novo comportamento do consumidor. Haverá necessidade de adequações incluindo outros formatos de investimentos, de comercialização, contatos e visitas, oferecimento de produtos e fechamento dos negócios. O Sistema de Consórcios, que já conta com avanços e outros aprimoramentos, precisará atuar com multicanalidade de plataformas com mais tecnologia agregada e procedimentos inteligentes.
A perspectiva para o futuro deverá contar ainda com atualizações mais constantes e evoluções nos métodos e na exploração de outras ferramentas de abordagem que consigam aproximar, ouvir, sentir e até “ver o modelo de cliente que surgirá”. Isso permitirá maior entendimento e mais acesso à aquisição on-line de novos bens ou serviços, com ênfase no atendimento virtual.
“As reinvenções para novos produtos, novas oportunidades e serviços começam a ser proporcionadas ao mercado para ultrapassar as atuais dificuldades. Porém, quando tudo passar, já terá havido natural amadurecimento e adaptação em atendimento não tão impessoal, com mais facilidade de acesso, velocidade e confiança, calcados na essência da educação financeira e no planejamento”, completa Rossi.
Negócios crescem, mesmo com retração nas vendas
Nos quatro primeiros meses do ano, já vivenciando mais intensamente a pandemia da Covid-19, o Sistema de Consórcios sentiu as dificuldades decorrentes das restrições relativas ao isolamento social e às paralisações das atividades. Ao atingir 845,55 mil adesões (jan-abr/2020) contra 924,70 mil (jan-abr/2019), anotou 8,6% de retração em relação ao mesmo quadrimestre do ano passado.
Contudo, os demais indicadores do segmento registraram crescimento, demonstrando a força da modalidade. Os correspondentes contratos comercializados, perfizeram aumento de 2,7%, partindo de R$ 39,37 bilhões do primeiro quadrimestre do ano passado para R$ 40,43 bilhões neste ano.
O tíquete médio de abril repetiu desempenho de alta apontado nos três meses anteriores. Ao responder pelo aumento do volume de negócios realizados, alcançou R$ 53,53 mil, 27,4% sobre R$ 42,02 mil do mesmo mês de um ano antes.
As contemplações acumularam 466,09 mil de janeiro a abril, 14,8% maior que as 406 mil de 2019. Os correspondentes créditos concedidos aos consorciados contemplados, possivelmente injetados na cadeia produtiva ao longo dos próximos meses, totalizaram R$ 19,30 bilhões, 39,4% acima dos R$ 13,85 bilhões anteriores.
Os resultados obtidos em abril espelharam o difícil caminho que os negócios enfrentaram frente a anormalidade experimentada pelo consumidor em geral. Na retrospectiva dos acumulados de vendas de novas cotas nos quatro meses dos últimos dez anos, de 2011 a 2020, foi possível observar que, apesar das dificuldades, o volume atingiu o segundo melhor desempenho da década.
Em abril, o volume de participantes ativos alcançou 7,34 milhões, 1,5% superior aos 7,23 milhões daquele mesmo mês em 2019.
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