Retomada dos negócios a partir do quinto mês do ano. Em maio, adesões, créditos comercializados e contemplações crescem em relação a abril. Quase R$50 bilhões em negócios durante a pandemia da Covid-19.
“A reversão da tendência observada em maio, que sinalizou possíveis evoluções para os próximos meses, deixou o mercado consorcial otimista”, explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
Ao terminar o quinto mês do ano, o Sistema de Consórcios registrou performance mensal positiva. As vendas de novas cotas em maio assinalaram crescimento sobre as do mês anterior, ao saltarem de 128,35 para 173,83 mil, representando aumento de 35,4%.
Apesar do bom desempenho, as adesões acumuladas de janeiro a maio atingiram 1,02 milhão, 12,1% abaixo das 1,16 milhão do mesmo período do ano passado.
No volume de negócios realizados, houve alta de 18%, ao alcançar R$ 8,11 bilhões, em maio, contra R$ 6,87 bilhões em abril. A totalização dos cinco primeiros meses deste ano somou R$ 48,54 bilhões, 4,3% menos que os R$ 50,70 bilhões anteriores.
O tíquete médio mensal esteve em R$ 46,69 mil, assinalando retração de 1,5% sobre os R$ 47,40 de maio do ano passado. Ao analisar os comportamentos mês a mês de 2020, aquele valor, mesmo com a retração de 12,8% sobre abril, ficou na terceira posição na faixa intermediária anual.
“A reversão da tendência observada em maio, que sinalizou possíveis evoluções para os próximos meses, deixou o mercado consorcial otimista”, explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios. “A retomada das vendas apontou confiança na modalidade e contribuiu para a recuperação de vários setores da economia”, completa.
Os saldos das vendas registrados nos cinco primeiros meses refletiram as dificuldades enfrentadas, entretanto dá sinais de recuperação. Na retrospectiva dos acumulados de novas cotas comercializadas no período de janeiro a maio nos últimos dez anos, foi possível destacar que o volume alcançou a terceira melhor atuação da década.
Paralelamente, apesar da retração de 29% nas contemplações em maio, com 89,79 mil, versus as 126,48 mil de abril, o total de janeiro a maio do ano chegou a 555,88 mil, 9,9% maior que as 506 mil de um ano antes.
Os correspondentes créditos concedidos aos consorciados contemplados, potencialmente injetados na cadeia produtiva ao longo dos meses, somaram R$ 23,15 bilhões, 34% maior que os R$ 17,28 bilhões anteriores.
Em maio, o número de consorciados ativos atingiu 7,10 milhões, 2,2% inferior aos 7,26 milhões do mesmo mês de 2019. Divididos em seis setores, quatro indicaram crescimento: imóveis, veículos pesados, serviços e eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis.
Em razão das instabilidades causadas pela Covid-19, que em alguns momentos permitem flexibilização, em outros obriga recuos nas atividades econômicas, Rossi, aponta que “o cenário futuro é promissor, como demonstrado em maio. Enxergamos o segundo semestre com otimismo, porém com cautela, visto que ainda há controvérsias no declínio da pandemia no país. O Sistema de Consórcios continuará conscientizando o consumidor sobre suas características e vantagens, destacando que o mecanismo como investimento é o ideal para os que planejam seus objetivos dentro da essência da educação financeira”.
As oportunidades com uso do FGTS no consórcio de imóveis
Presente no consórcio de imóveis há várias décadas, o FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço tem sido utilizado pelos trabalhadores-consorciados para diversas situações.
Condicionado ao atendimento dos requisitos do imóvel e de acordo com as regras estabelecidas no Manual do FGTS para aquisição da casa própria, o saldo disponível pode, por exemplo, complementar o valor do crédito contemplado, permitindo negociação com imóvel de maior valor.
Para acelerar a contemplação, há possibilidade de ofertar lances, visando aumentar as chances de obter a liberação do crédito. Durante o andamento do grupo, o consorciado poderá amortizar ou liquidar saldo devedor e pagar parte das prestações.
Ao relembrar que, entre os requisitos, é preciso que o bem seja urbano e destinado à moradia do trabalhador, Rossi, adianta que, caso o objetivo seja adquirir terreno com FGTS, isso só é possível se a compra estiver associada a construção imediata do imóvel. A permissão para construir está entre os requisitos que o trabalhador-consorciado contemplado precisará observar sobre si mesmo e sobre o imóvel.
Importante ressaltar que todas as operações para liberação do saldo do FGTS só podem ser realizadas diretamente pela administradora de consórcios, caso ela seja credenciada para isso junto ao agente operador, ou por um agente financeiro.
No acumulado de janeiro a maio, foram liberados pouco mais de R$ 62 milhões para 1.316 consorciados-trabalhadores participantes dos grupos em andamento do consórcio de imóveis. Do total, R$ 34,46 milhões foram para aquisição de imóvel pronto, R$ 12,82 milhões destinaram-se a amortização de saldo devedor, R$ 3,88 milhões abateram parte de prestações, R$ 3,68 milhões foram usados para aquisição de imóvel em construção e R$ 7,19 milhões para liquidação de saldo devedor.
Fonte: Gepas/Caixa
“Com poder de compra à vista, possibilitado pela contemplação, aliado ao uso total ou parcial do saldo da conta do FGTS, o consorciado-trabalhador tem possibilidade de negociar, barganhar e obter descontos na negociação do bem imóvel que deseja adquirir, ou ainda, amortizar parcelas, formando seu patrimônio pessoal e familiar”, complementa Rossi.