O presidente Jair Bolsonaro fez um discurso no Dia da Independência mais voltado ao passado do que aos problemas atuais enfrentados pelo Brasil.
Sem mencionar a pandemia de covid-19 ou os altos níveis de desemprego, ele exaltou momentos da história nacional e afirmou ter compromisso com a liberdade e a democracia, embora tenha exaltado, indiretamente, o período da ditadura militar. Bolsonaro lembrou brasileiros que “foram às ruas” nos anos 1960 contra “a sombra do comunismo”.
Durante o pronunciamento, panelaços foram registrados em várias partes do país. Muitos internautas postaram os vídeos nas redes sociais, onde a hashtag #PanelaçoCalaBocaBolsonaro foi promovida por críticos ao presidente.
O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento à nação na noite de segunda-feira (7), dia da Independência da República, e reafirmou o compromisso com a Constituição e com a preservação “da soberania, democracia e liberdade, valores dos quais nosso país jamais abrirá mão”.
“A independência do Brasil merece ser comemorada hoje, dos nossos lares e em nossos corações. A independência nos deu a liberdade para decidir nossos destinos e a usamos para escolher a democracia. Formamos um povo que acredita poder fazer melhor. Somos uma nação temente a Deus que respeita a família e que ama a sua pátria. Orgulho de ser brasileiro”, disse o presidente.
Ainda no pronunciamento, Bolsonaro afirmou que, desde a independência, o Brasil dizia ao mundo que não seria submisso a qualquer outra nação e os brasileiros não iriam abdicar da liberdade. O presidente ressaltou a participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na luta contra o nazismo e o fascismo e também destacou a miscigenação dos brasileiros.
“A identidade nacional começou a ser desenhada com a miscigenação entre índios, brancos e negros. Posteriormente, ondas de imigrantes se sucederam trazendo esperanças que em suas terras haviam perdido. Religiões, crenças, comportamentos e visões eram assimilados e respeitados. O Brasil desenvolveu o senso de tolerância, os diferentes tornavam-se iguais. O legado dessa mistura é um conjunto de preciosidades culturais, étnicas e religiosas, que foram integradas aos costumes nacionais e orgulhosamente assumidas como brasileira.”
Bolsonaro ainda fez um elogio indireto à ditadura militar. Sem citar o regime de exceção, mencionou “a sombra do comunismo” que ameaçava o país nos anos 1960. “Nos anos 60, quando a sombra do comunismo nos ameaçou, milhões de brasileiros, identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, foram às ruas contra um país tomado pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada”, disse.
Leia o discurso de Bolsonaro no 7 de Setembro
“Boa noite.
Naquele histórico 7 de setembro de 1822, às margens do Ipiranga, o Brasil dizia ao mundo que nunca mais aceitaria ser submisso a qualquer outra nação e que os brasileiros jamais abririam mão da sua liberdade.
A identidade nacional começou a ser desenhada com a miscigenação entre índios, brancos e negros. Posteriormente, ondas de imigrantes se sucederam, trazendo esperanças que em suas terras haviam perdido.
Religiões, crenças, comportamentos e visões eram assimilados e respeitados.
O Brasil desenvolveu o senso de tolerância, os diferentes tornavam-se iguais. O legado dessa mistura é um conjunto de preciosidades culturais, étnicas e religiosas, que foram integradas aos costumes nacionais e orgulhosamente assumidas como brasileiras.
Passados quase dois séculos da Independência, nos quais enfrentou e superou inúmeros desafios, o Brasil consolidou sua posição no concerto das nações.
Ainda no século XIX, durante o período do Império, fomos invadidos e agredidos, derrotando a todos.
Já no século XX, durante a II Guerra Mundial, a Força Expedicionária Brasileira foi à Europa para ajudar o mundo a derrotar o nazismo e o fascismo.
Nos anos 60, quando a sombra do comunismo nos ameaçou, milhões de brasileiros, identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, foram às ruas contra um país tomado pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada.
O sangue dos brasileiros sempre foi derramado por liberdade.
Vencemos ontem, estamos vencendo hoje e venceremos sempre.
No momento em que celebramos essa data tão especial, reitero, como Presidente da República, meu amor à Pátria e meu compromisso com a Constituição e com a preservação da soberania, democracia e liberdade, valores dos quais nosso País jamais abrirá mão.
A Independência do Brasil merece ser comemorada hoje, nos nossos lares e em nossos corações.
A Independência nos deu a liberdade para decidir nossos destinos e a usamos para escolher a democracia.
Formamos um povo que acredita poder fazer melhor.
Somos uma Nação temente a Deus, que respeita a família e que ama a sua Pátria.
Orgulho de ser brasileiro.”