Vendas de novas cotas, negócios e participantes ativos batem recordes
“Os recordes alcançados, tanto nas vendas de novas cotas como nos negócios realizados nos onze meses, confirmam a postura de confiança, credibilidade e conhecimento das características da modalidade do consumidor. Observou-se um comportamento crescente de consciência sobre a essência da educação financeira que sinaliza um encerramento positivo do ano”, analisou Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, sobre o momento atual do setor.
Estudos mostram maior presença dos consórcios entre todas as modalidades de financiamento nos mercados automotivo e imobiliário, nos últimos dez anos
Com cenário econômico apresentando retração nas atividades econômicas no segundo semestre, o Sistema de Consórcios, confirmou o comportamento de alta em novembro, registrado desde janeiro.
No penúltimo mês do ano, o mecanismo bateu três novos recordes históricos. Enquanto o acumulado de vendas com mais de 3,17 milhões de novas cotas, de janeiro a novembro, avançou 14,4% sobre as 2,77 milhões de adesões do mesmo período do ano passado, os negócios ultrapassaram a marca dos R$ 202,34 bilhões, 34,4% acima dos R$ 150,53 bilhões anteriores. O total de consorciados ativos cravou inéditos 8,40 milhões de participantes, em novembro, 8,9% sobre os 7,71 milhões, do mesmo mês em 2020.
Simultaneamente, o volume de consorciados contemplados chegou a 1,28 milhão nos mesmos meses, 17,4% superior às 1,09 milhão de 2020. Foram disponibilizados R$ 59,78 bilhões em créditos, potencialmente injetados na economia para aquisição de bens e contratação de serviços, 27,2% acima dos R$ 47,01 bilhões de um ano atrás.
O tíquete médio mensal foi R$ 67,41 mil, anotando evolução de 4,1% sobre outubro, quando era R$ 64,76, e 17,7% sobre o de janeiro, R$ 57,28, contribuindo fortemente para o crescimento dos negócios realizados em 2021. Ao comparar com o de novembro do ano passado, R$ 63,78, houve elevação de 5,7%.
Ao analisar o momento atual do Sistema de Consórcios, Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, ratificou que “os recordes alcançados, tanto nas vendas de novas cotas como nos negócios realizados nos onze meses, confirmam a postura de confiança, credibilidade e conhecimento das características da modalidade do consumidor. Observou-se um comportamento crescente de consciência sobre a essência da educação financeira que sinaliza um encerramento positivo do ano”.
Ao projetar o próximo ano, destacou que “é possível tentar desenhar um 2022, ano que o consórcio estará completando 60 anos, com boas perspectivas. A expectativa é de, pelo menos, repetir 2021. Esperamos ter uma sequência de bons resultados pontuados por um consumo responsável, considerando as dificuldades econômicas e as eleições”.
A participação dos consórcios na economia brasileira pode ser avaliada pelos totais de créditos concedidos e potencialmente inseridos, por exemplo, nos mercados automotivo e imobiliário. No acumulado de janeiro a novembro, o Sistema de Consórcios assinalou 34,3% de presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas, isto é, um veículo a cada três comercializados por consórcio no mercado interno.
Também no setor das duas rodas, houve 52,7% de potencial participação, ou seja, uma a cada duas vendidas no país. Entre os veículos pesados, a relação para caminhões foi de 26,1%, isto é, cerca de um veículo por consórcio a cada quatro vendidos internamente.
No mercado de imóveis, de janeiro a outubro, as contemplações, representaram potenciais 8,7% de participação no total de imóveis financiados, incluindo os consórcios.
Do acumulado de 3,17 milhões de adesões, recorde histórico no período, a distribuição setorial ficou assim: 1,3 milhão de adesões de veículos leves; 1,03 milhão de motocicletas; 456,25 mil de imóveis; 165,24 mil de veículos pesados, 112,57 mil de eletroeletrônicos; e 74,64 mil de serviços. A média mensal de 288,18 mil, anotada nos onze meses, foi 14,4% acima da obtida nos mesmos meses de 2020, quando chegou a 251,82 mil vendas.
De janeiro a novembro, o acumulado de negócios que somou R$ 202,34 bilhões, teve R$ 20,49 bilhões acrescentado no último mês. Em relação ao mesmo mês no ano passado, quando atingiram R$ 18,81 bilhões, houve alta de 8,9%.
No recorde dos 8,40 milhões de participantes ativos, o mecanismo apresentou aumento de 42,1% nos eletroeletrônicos e outros bens duráveis; 21,8% nos veículos pesados; 16,2% nos serviços; 16,1% nos imóveis; 6,3%, nas motocicletas; e 5,9% nos veículos leves.
Entre os acumulados de novas cotas comercializadas dos onze meses, nos últimos dez anos, observou-se que o de 2021, com 3,17 milhões de adesões, foi o melhor da década.
Ao relativizar os acumulados de consorciados contemplados nos dez meses, também durante a década, constatou-se que o recorde que era só em 2015, com 1,28 milhão, registrou empate em 2021. Desta forma, a boa performance anotada neste ano propiciou alcançar o mesmo volume seis anos depois.
No volume de contemplações de janeiro a novembro, 1,28 milhão, estão incluídas as 549,46 mil de motocicletas; 536,23 mil de veículos leves; 77,97 mil de imóveis; 45,80 mil de veículos pesados; 44,68 mil de serviços; e 30,60 mil de eletroeletrônicos. A média mensal chegou a 116,36 mil, 17,4% acima do atingido no ano passado, com 99,09 mil consorciados contemplados.
No encerramento do décimo primeiro mês de 2021, o Sistema de Consórcios atingiu 8,40 milhões de participantes ativos, o mais alto registrado nas quase seis décadas de história, divididos em 81,5% no setor de veículos automotores, 14,0% nos imóveis, 2,4% em serviços e 2,1% em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis.
A economia brasileira vem enfrentando dificuldades para deslanchar. Entre as razões estão a inflação crescente; taxa de juros ascendente, escassez de insumos, pequena reação na redução do desemprego, portanto menos pessoas consumindo; influência do dólar, que pressiona diretamente os preços finais de energia, combustíveis e, por decorrência os alimentos. Na contramão, o Sistema de Consórcios tem anotado evolução mês após mês.
”Acreditamos que a nova postura do consumidor, mais consciente das responsabilidades inerentes às boas práticas da educação financeira e do planejamento das finanças pessoais, tem procurado investir parte de sua renda de forma mais conservadora, ao assumir novos compromissos financeiros”, comenta Rossi. “O consórcio tem sido uma das opções mais procuradas e utilizadas para aquisição de bens como imóveis, veículos, entre outros, ou contratação de serviços”, completa.
Estudos mostram maior presença dos consórcios
Estudos recentes, realizados pela assessoria econômica da ABAC, revelaram que a participação dos consórcios tem ampliado seu share entre os financiamentos, por aqueles que utilizaram suas cartas de crédito e efetivamente adquiriram bens como veículos leves, motocicletas, caminhões e imóveis.
Apoiados em dados fornecidos pela B3, relativos a veículos financiados, e outras entidades dos dois setores, automotivo e imobiliário, os resultados apontaram evolução da modalidade nos últimos dez anos, incluindo a análise também dos dados de 2021, até setembro.
Entre os que compraram Veículos Leves novos, observou-se que, em 2011, havia 6% de compradores que usaram cartas de crédito. Em 2020, a participação em relação a todos os financiamentos subiu para de 8%, dois pontos percentuais a mais. Neste ano, somente de janeiro a setembro, alcançou 10%, mais dois pontos acima do ano passado e quatro sobre 2011.
Para os que optaram por veículos leves seminovos, a presença era de 4%, em 2011. Dez anos depois, constatou-se o dobro, 8%, que, aliás, se manteve em 2021.
Na média total, a evolução saltou de 5% (2011) para 8% (2020) e atingiu 9% até setembro último.
Para os que compraram Motocicletas novas, notou-se que, em 2011, havia 30% de compradores via consórcio entre todas as modalidades de financiamento. Em 2020, a presença atingiu 34%, quatro pontos percentuais maior. Neste ano, apenas nos nove primeiros meses, sinalizou 37%, três pontos acima do ano passado e sete mais que 2011. A participação significou uma moto a cada três lacradas no país.
Para os que preferiram motos seminovas, a presença foi de 12%, em 2011. Uma década depois, verificou-se acréscimo de quatro pontos, 16%. Já este ano, até setembro, estava em 13%, somente um ponto acima de 2011.
Ao resumir, a evolução média saiu dos 28% iniciais (2011) para 30% (2020) e chegou a 31% até setembro (2021).
No setor de transporte rodoviário de cargas, mais especificamente caminhões zero km, havia 3% de proprietários via consórcio entre todas as modalidades de financiamento. Em 2020, a presença bateu em 7%, ou seja, mais que dobrou. Em 2021, até o sétimo mês, registrou 6%, portanto o dobro do inicial.
Para os que escolheram caminhões seminovos, a presença começou com 5%, em 2011. Em 2020, pulou para 14%, quase o triplo. Somente até setembro deste no ano, anotou 13%, oito pontos maior que o de 2011.
O progresso médio partiu dos primeiros 3% (2011), quase quadruplicando em 2020, com 11%, e alcançou 9% até setembro (2021).
No mercado imobiliário, onde a maioria dos consorciados busca a casa própria, aqueles que realizaram o maior sonho do brasileiro e se tornaram proprietários de imóveis, novos ou usados, ou mesmo compraram outro tipo de bem imobiliário, a potencial participação era de 13%, há dez anos.