Balanço registrou recordes de vendas de novas cotas, negócios e participantes ativos
No ano do sexagésimo aniversário do Sistema de Consórcios, as perspectivas sinalizam maior presença da modalidade na economia
Presente nos mais diversos segmentos, os consórcios, como alternativa planejada para aquisição de bens móveis e imóveis e na contratação de serviços, apresentaram saldos altamente positivos, indo na contramão do cenário econômico.
Nos doze meses do ano passado, o Sistema de Consórcios reafirmou sua postura de importância na economia brasileira com expressiva contribuição para o aquecimento dos negócios nos setores industrial, de comércio e de serviços.
“No balanço anual, a modalidade bateu recordes históricos e demonstrou sua capacidade de crescer além das expectativas, quando comparada a outros setores”, explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
Um exemplo pode ser observado no setor das duas rodas, onde a média mensal de contemplações proporcionou potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno. Também no segmento automotivo, a presença consorcial esteve potencialmente em um a cada três veículos leves vendidos no país.
No segmento de veículos pesados, o consórcio mostrou sua importância ao propiciar, de forma econômica e planejada, a aquisição de caminhões, máquinas agrícolas e implementos rodoviários. Potencialmente, um a cada quatro caminhões negociados foram adquiridos por consórcio, ampliando ou renovando as frotas no setor de transportes. O agronegócio, fundamental para a economia nesse período de pandemia, também pôde contar com as vantagens do sistema para a aquisição de máquinas e equipamentos.
“Além de atender os objetivos pessoais, familiares, profissionais e empresariais, o Sistema de Consórcios provou estar, cada vez mais, presente na cultura financeira do consumidor”, esclarece Rossi. “Ao ampliar os conhecimentos sobre educação financeira, o brasileiro tem procurado praticá-los, gerindo as finanças com responsabilidade, sem extravagâncias ou imediatismos, tornando sua vida financeira mais tranquila ao adquirir bens ou serviços de forma planejada e com custos mais baixos, completa.
De janeiro a dezembro, o acumulado de vendas atingiu 3,46 milhões de novas cotas, recorde histórico, com crescimento de 14,6% sobre as 3,02 milhões de adesões de 2020. Os negócios também bateram recorde, ao alcançar a marca dos R$ 222,26 bilhões, 35,8% acima dos R$ 163,63 bilhões apurados no mesmo período do ano anterior. Ao registrar crescimentos e recordes ao longo de 2021, o total de consorciados ativos encerrou dezembro com 8,37 milhões de participantes, 6,9% maior que os 7,83 milhões verificados naquele mesmo mês em 2020.
Em paralelo, o acumulado de consorciados contemplados chegou a 1,40 milhão, 15,7% acima das 1,21 milhão verificadas em 2020. Estas contemplações totalizaram R$ 65,72 bilhões em créditos, potencialmente injetados na economia para aquisição de bens e contratação de serviços, 24,8% superior aos R$ 52,64 bilhões de um ano antes.
O tíquete médio de dezembro foi R$ 67,64 mil, o segundo maior do ano, anotando alta de 27,8% sobre o valor de R$ 52,93 verificado em 2020, ratificando o interesse do consumidor e provocando crescimento dos negócios realizados em 2021.
Ao projetar os negócios para este ano, o presidente da ABAC comentou que “em 2022, ano em que o consórcio completa 60 anos, poderemos, apesar das turbulências de um ano eleitoral, repetir o bom desempenho alcançado em 2021. Enquanto as boas perspectivas apoiam-se no crescente aumento de conhecimento do consumidor sobre educação financeira, a expectativa é que o planejamento seja incorporado na rotina do brasileiro. Importante lembrar que, apesar das projeções para 2022 indicarem recuo nos índices inflacionários, ainda assim teremos patamares relativamente altos de inflação, o que mantém o consumidor mais cauteloso ao adquirir bens e serviços.
Durante 2021, a participação dos consórcios na economia brasileira pode ser avaliada pelos totais de créditos concedidos e potencialmente inseridos, por exemplo, nos mercados automotivo e imobiliário. No acumulado do ano o Sistema de Consórcios assinalou 33,8% de potencial presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. Enquanto no setor de motocicletas, houve 51,9% de potencial participação no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 26,2%, no mesmo período.
No segmento imobiliário, de janeiro a novembro, as contemplações representaram potenciais 9,6% de participação no total de imóveis financiados, incluindo os consórcios.
Do acumulado anual de 3,46 milhões de adesões, a distribuição setorial ficou assim: 1,45 milhão de adesões de veículos leves; 1,12 milhão de motocicletas; 496,95 mil de imóveis; 182,60 mil de veículos pesados, 129,66 mil de eletroeletrônicos; e 82,04 mil de serviços. A média mensal de 288,67 mil, anotada nos doze meses, foi 14,7% acima da verificada no mesmo período de 2020, quando chegou a 251,67 mil vendas.
Esse bom desempenho verificado nas adesões, gerou negócios que somaram, de janeiro a dezembro, R$ 222,26 bilhões, dos quais R$ 19,92 bilhões foram acrescentados no último mês, o que corresponde a alta de 52,1% em relação ao mesmo mês no ano passado, quando atingiram R$ 13,10 bilhões.
Nos 8,37 milhões de participantes ativos, a modalidade registrou alta de 51,3% nos eletroeletrônicos e outros bens duráveis; 22,6% nos serviços; 21,6% nos veículos pesados; 13,4% nos imóveis; 3,7% nos veículos leves; e 3,2% nas motocicletas.
Entre os acumulados de novas cotas comercializadas dos doze meses, nos últimos dez anos, pode-se constatar que o de 2021, com 3,46 milhões de adesões, foi recorde histórico e o melhor da década.
O número de 1,40 milhão de consorciados contemplados em 2021 foi o segundo melhor patamar verificado desde 2012, ficando praticamente empatado com o 1,41 milhão de 2015.
No total de consorciados contemplados de janeiro a dezembro – 1,40 milhão -, estão incluídas as 599,44 mil cotas de motocicletas; 585,19 mil de veículos leves; 85,44 mil de imóveis; 50,62 mil de veículos pesados; 47,14 mil de serviços; e 33,06 mil de eletroeletrônicos. A média mensal chegou a 116,67 mil, 15,7% acima do atingido no ano passado, com 100,83 mil contemplações.
No encerramento de 2021, o Sistema de Consórcios atingiu 8,37 milhões de participantes ativos, um dos mais altos registrado nos 59 anos de história, divididos em 81,3% no setor de veículos automotores, 14,1% nos imóveis, 2,4% em serviços e 2,2% em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis.
Ao término de 2021, a economia brasileira apresentou, ainda em estimativas, resultados abaixo do esperado, considerando as dificuldades enfrentadas. Nas justificativas expostas para os indicadores estão a inflação crescente; taxa de juros ascendente, escassez de insumos, pequena reação na redução do desemprego e, consequentemente, menos pessoas consumindo; influência das oscilações do dólar, que pressionam diretamente os preços finais de energia, combustíveis e, por decorrência, os alimentos. Na mesma análise, verifica-se que o Sistema de Consórcios pontuou constantes evoluções, diferente do cenário nacional.
“Acreditamos que o Sistema de Consórcios deverá ocupar espaço cada vez maior entre os que pretendem adquirir bens ou contratar serviços, administrando parte de sua renda de maneira mais conservadora e optando por introduzir o mecanismo como uma das formas de aquisição em seus negócios”, diz Rossi.