O aposentado utiliza muito o crédito consignado por causa das dificuldades que tem passado pelo baixo rendimento do seu salário. Mas são muitas decepções e reclamações sobre promessas de valores de crédito consignado não cumpridas. Essas promessas são feitas por empresas terceirizadas dos bancos para seduzir o aposentado.
Entre o que foi prometido e o que o aposentado recebe de crédito, dependendo da taxa de juros cobrada, com a mesma prestação, a diferença chega a quatro mil reais. Por isso, o aposentado só deve aceitar a proposta do crédito consignado após ler o contrato por escrito.
Assim, nosso âncora Miguel José Ribeiro de Oliveira demonstra ao aposentado a importância dele procurar sempre uma taxa de juros mais baixa, revelando o grande segredo para não ser enganado, nem sofrer prejuízo na hora de fechar contrato de crédito consignado. Acompanhe.
O crédito consignado é uma linha de crédito extremamente importante para o aposentado, que tem passado por muita dificuldade, devido aos baixos rendimentos de seu salário. Essa é uma das linhas de crédito mais barata que temos hoje no país por conta de taxa de juros mais baixas. Entretanto, é importante alertar para algumas situações que possam levar a decisões equivocadas por parte do consignado.
O INSS autoriza que seja liberado 35% da sua margem. O que isso significa? A prestação do financiamento não pode ultrapassar mais de 35% da sua renda. Como a maioria dos brasileiros recebe um salário mínimo, o valor de 35% sobre esse salário é de R$424,20 de parcela. Isso é uma parte. A outra autorização do INSS permite também que seja utilizado a margem de 5% para cartão de crédito e, nesse caso específico, os dois juntos daria um patamar de crédito de R$484,80.
O grande segredo do crédito consignado
O grande segredo do crédito consignado é o seguinte: o INSS estipula teto de taxa de juros, ou seja, o limite que o banco pode cobrar. Hoje, essa taxa é de 2,14% ao mês. Estava 1,80% no começo do ano e por conta da subida da taxa Selic, o INSS reajustou para 2,14%.
Entretanto, essa é uma taxa teto. Não é uma taxa que muitos bancos cobram. Muitos deles cobram o teto, mas tem banco que cobra uma taxa mais barata, ou seja, 1,60% , 1,70%, 1,40%, 1,50%, 1,80% e assim por diante. Então, o que o aposentado tem que ter cuidado na hora de contratar o financiamento é exatamente verificar as condições que as taxas de juros estão sendo contratadas.
Como muitos dos financiamentos do crédito consignado são feitos via agentes financeiros, ou seja, são escritórios terceirizados que representam vários bancos ao mesmo tempo e, na ânsia de fecharem um acordo, porque se ganha comissão sobre isso, eles prometem coisas que depois não vão ser cumpridas.
O aposentado só deve acreditar no contrato por escrito
Muitas vezes se oferece uma taxa de juros baixa para seduzir o cliente a fechar um acordo. Com taxa de juros mais baixa significa dizer que vai ser liberado um valor maior. Entretanto, na hora da formalização do documento, uma vez que tudo isso é feito digitalmente, o aposentado não percebe que virá uma liberação menor, porque a taxa de juros aprovada pelo banco foi maior.
Então, o que o aposentado e pensionista tem que prestar atenção é se aquelas condições que lhes foram oferecidas vão estar constando no contrato. Promessa de que vai reduzir a parcela em determinado valor e uma série de outras sobre o que vai ocorrer na liberação do crédito consignado só devem ser acreditadas se vierem escritas no contrato.
Isso é extremamente importante. Nós tivemos aqui várias reclamações de pessoas dizendo que ofereceram crédito consignado e depois veio uma condição diferente. Então, presta atenção: o limite que vai ser liberado do crédito consignado vai depender da taxa de juros aplicada, uma vez que a prestação não pode ultrapassar o valor de R$424,20. Então, se o banco cobrar a taxa limite, que é de 2,14%%, ele vai cobrar uma taxa maior do que outro banco que cobrar uma taxa bem mais baixa. Então, fique atento a isso.
Dependendo da taxa de juros, a economia chega a 4 mil reais
Complementando essa exemplificação e dando novos exemplos, considerando uma pessoa que tem o salário mínimo de R$1.212,00 e pretenda fazer um empréstimo consignado, utilizando a sua margem de 35%, a prestação seria de R$424,20 e o prazo máximo do INSS de 84 meses, significa dizer o seguinte: se um banco for fazer esse financiamento com um CET – Custo Efetivo Total, com a taxa de juros de 2,12%, que é teto ao mês, significaria que esse aposentado poderia receber um empréstimo de R$16.574,43.
Entretanto, se esse mesmo aposentado tivesse uma proposta de um banco que cobrasse 1,72% ao mês, o valor que ele estaria recebendo seria de R$18.775,59, ou seja, 2 mil reais a mais e mantendo a mesma prestação.
Por isso, a importância de prestar atenção na taxa de juros. Quanto menor a taxa de juros, maior vai ser o valor que vai ser liberado e mantendo a mesma prestação em que teria em ambos os casos.
Ainda complementando essas simulações, o mesmo exemplo de R$1.212,00 com a prestação de R$424, 20 por 84 meses, se o banco cobrar um CET – Custo Efetivo Total de um 1,60%, o valor a ser liberado seria de R$19.524,08.
Se a taxa cair para 1,50% por um outro banco concorrente, o valor liberado seria de R$20,182,86.
Então, veja a diferença entre aquele banco que cobrou o teto de 2,12% creditando 16.574,43 e o outro que cobrou a taxa de 1,50% em que o valor depositado passaria para R$20.182,86.
Veja a diferença de 4 mil reais a mais que estaria recebendo, mantendo aqui a mesma prestação.
Por isso, a importância de ficar atento a isso e brigar por uma taxa de juros mais baixa quando os bancos lhes ligarem oferecendo o crédito consignado.