Nosso âncora Miguel José Ribeiro de Oliveira explica que esse cenário vai continuar acontecendo nos próximos meses, já que todos os fatores que elevaram os saques recordes da poupança vão estar presentes.
O Banco Central divulgou na última quinta-feira (7) o balanço dos saques da caderneta de poupança referente ao primeiro semestre deste ano. Esse balanço aponta um saque de R$50,49 bi de reais frente à quantidade de depósito. O valor total dos saques acumulados é o maior desde 1995.
Isso tem várias explicações: a primeira delas é que num ambiente de taxa de Selic alta, de 13,25% ao ano, a poupança perde rendimento frente aos fundos de renda fixa. Então, muitos poupadores retiram o dinheiro da poupança para levar para outros tipos de investimentos que rendam mais. Esse é um dos motivos que explica essa onda.
Mas não é só. Nós estamos ainda num ambiente de desemprego elevado, que faz com que as pessoas não tenham recurso para guardar na poupança, aumentando os depósitos, bem como os poupadores neste ambiente de desemprego elevado faz com que retirem o dinheiro de suas economias para fazer frente às suas necessidades.
Afora isso, a alta de juros que reduz a rentabilidade da poupança, temos também a inflação elevada que também contribui para saques maiores, uma vez que a pessoa tem uma perda de poder de compra e complementa seu orçamento com o saque da poupança.