Soldados indígenas e Zé Gotinha fazem participação especial
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na manhã desta quinta-feira (7), do desfile cívico-militar de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Este é o nono desfile do qual Lula participa como presidente do Brasil e o primeiro de seu terceiro mandato. Com o tema Democracia, Soberania e União, o desfile foi organizado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom).
No anexo do Palácio do Planalto, o presidente Lula passou em revista a tropa e, na sequência, seguiu no Rolls-Royce presidencial, acompanhado da primeira-dama, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, até a tribuna de honra montada entre os prédios dos ministérios da Defesa e de Minas e Energia e Turismo, onde havia cerca de 200 convidados.
O presidente chegou ao local do desfile, por volta de 9h e foi recepcionado pelo coral de alunos do Colégio Militar de Brasília, que cantaram os hinos Nacional e da Independência. Além deles, o público – estimado pela Secom em cerca de 50 mil pessoas – aplaudiu, acenou com bandeiras verde-amarela e cantou para Lula. Muitos ainda gritaram a palavra democracia, sucessivas vezes.
Autoridades
Na tribuna, próximo ao casal Lula e Janja da Silva, sentaram-se o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin; e a esposa Lu Alckmin; a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber; o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, além de diversas autoridades civis e militares.
Da esquerda para a direita, as ministras Marina Silva e Simone Tebet, o presidente do Senado Rodrigo Pacheco, a presidente do STF, Rosa Weber, e a ministra Sônia Guajajara – Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Para o ministro da Defesa, José Múcio, o desfile deste ano reflete as conquistas recentes do Brasil: “este momento já existe, com este clima de harmonia e de trabalho. Evidentemente, quando encerrar a CPMI [Comissão Parlamentar de Inquérito], quando se encerrarem essas coisas todas, quando diminuir essa nuvem de suspeição [sobre os atos de vandalismo de 8 de janeiro], vai ficar ótimo. Agora, já está muito bom”.
José Múcio também comentou sobre o público estimado (50 mil) que compareceu ao desfile. “Repare que o desfile diminuiu muito. Parte das escolas foi retirada e são elas quem trazem os pais para ver os filhos marchando, tocando na banda, e trazem a família toda, mas a qualidade do desfile foi muito boa, foi muito bem planejado. No desfile, fizemos o nosso papel”, finalizou o ministro ao parabenizar a Secretaria de Comunicação Social (Secom).
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse à Agência Brasil que ficou emocionada. “Foi maravilhoso este desfile, porque resgata a ideia de união, democracia e soberania, que são o lema. Então, acho que a celebração foi muito bem organizada pelas Forças Armadas, pelo Ministério da Defesa, e também com símbolos muito importantes nesta retomada”.
Desfile
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do desfile cívico-militar de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Foto:Ricardo Stuckert/PR
Exatamente às 9h23, o presidente Lula autorizou o início das celebrações do Dia da Independência do Brasil ao comandante Militar do Planalto do Exército Brasileiro, general Ricardo Piai Carmona.
O presidente não discursou e assistiu, por aproximadamente uma hora e 20 minutos, às atividades da comemoração ao lado do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
À frente da tribuna, passaram cerca de 2 mil militares das Forças Armadas, do Corpo de Bombeiros, da pirâmide humana do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, além de 550 estudantes de escolas públicas e de projetos sociais do Distrito Federal; diversos veículos motorizados, como os blindados da Marinha do Brasil e do Exército, motocicletas e bandas militares.
O desfile em terra terminou com a cavalaria do Primeiro Regimento dos Dragões da Independência. Já o desfile aéreo, contou com a tradicional apresentação da Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea Brasileira (FAB),
No momento final, as autoridades presentes e o público acompanharam olhando para o céu às manobras dos pilotos de sete aeronaves, entre elas, a do modelo F-39 Gripen. Por volta de 11h, o público se dispersou.
O desfile terminou com a tradicional apresentação da Esquadrilha da Fumaça – Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Participações especiais
O desfile de 7 de Setembro, em 2023, contou com participações inéditas. O personagem Zé Gotinha desfilou no alto do caminhão do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e recebeu o carinho do público ao ser aplaudido de pé pelos ocupantes das arquibancadas, na primeira apresentação do mascote, em uma celebração do gênero.
Além dele, seis soldados do Exército Brasileiro, de origem indígena, saudaram o presidente Lula, em diversas línguas faladas pelos povos originários do Brasil. Os militares gritaram palavras de ordem, em alusão à Amazônia, à Independência do Brasil, e à selva.
Daniella Almeida – Repórter da Agência Brasil
06 – 07 – Em pronunciamento, Lula defende democracia e união do país
Presidente fez discurso sobre Dia da Independência
Em pronunciamento alusivo ao Dia da Independência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou em defesa da democracia, da soberania e da união nacional. O discurso foi veiculado em cadeia nacional de rádio e televisão, na noite desta quarta-feira (6), véspera da data, celebrada amanhã (7), quando Lula participará do tradicional desfile cívico na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
“O Brasil voltou a sorrir. Nosso país voltou a crescer com inclusão social, distribuindo renda e combatendo as desigualdades. No passado, quando o Brasil crescia, quem ganhava era apenas uma minoria já muito rica. Agora, quando a economia cresce, a vida melhora para todo mundo”, destacou Lula no início do pronunciamento.
Em seguida, ele enumerou dados positivos da economia, como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas do país), aumento real do salário mínimo, geração de empregos com carteira assinada, aumentos salariais, renegociação de dívidas e melhora no preço dos alimentos.
Democracia
Ao falar sobre democracia, Lula afirmou que ela é a base para a realização das conquistas sociais. Ele defendeu as medidas adotadas pelo governo para ampliar a participação social na discussão de políticas públicas.
“Democracia é o direito de participar das discussões que impactam as vidas das pessoas. Por isso, nós criamos os conselhos sociais e trouxemos de volta as conferências nacionais, para que a sociedade nos ajude a desenhar as políticas públicas. Por isso, nós fizemos o Plano Plurianual mais Participativo da história, para traçar as principais metas do governo para os próximos quatro anos. Democracia é não apenas a matéria prima dos nossos sonhos. É também a ferramenta para torná-los realidade”, frisou.
Dia de união
Lula citou a união como alicerce da independência, pregando contra o ódio, e destacando a volta do diálogo institucional entre os Poderes, os entes federativos e a sociedade civil. “O entendimento voltou a ser palavra de ordem. Investimos no diálogo com o Congresso Nacional, os governos estaduais, as prefeituras, o Poder Judiciário, os partidos políticos, os sindicatos e a sociedade organizada”, afirmou.
“Por isso, amanhã não será um dia nem de ódio, nem de medo, e sim de união. O dia de lembrarmos que o Brasil é um só. Que sonhamos os mesmos sonhos. Que podemos ter sotaques diferentes, torcer para times diferentes, seguir religiões diferentes, ter preferência por este ou por aquele candidato, mas que somos uma mesma grande nação, um único e extraordinário povo. Em apenas oito meses, recolocamos o Brasil no rumo da democracia, da soberania e da união. Do desenvolvimento econômico com inclusão social”, completou.
Soberania
Em relação à soberania, Lula argumentou que é “mais do que cumprir a importante missão de resguardar nossas fronteiras terrestres e marítimas e nosso espaço aéreo”.
“É também defender nossas empresas estratégicas, nossos bancos públicos, nossas riquezas minerais e fortalecer nossa agricultura e nossa indústria. É preservar a Amazônia e os demais biomas. Nossos rios, nosso mar, nossa biodiversidade. É falar de igual para igual com qualquer país, e se fazer ouvir nos principais fóruns internacionais, seja sobre o enfrentamento da crise climática; a busca pela paz na Terra; o combate à fome e às desigualdades ao redor do mundo; e a luta pelo trabalho decente para todos os seres humanos”, enfatizou.
Lula prosseguiu citando iniciativas para combater as desigualdades de renda, gênero e raça, como o lançamento de um novo programa de combate à fome, e investimentos em infraestrutura, saúde, moradia e educação.
Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil