Contemplações superam um milhão de consorciados e liberações ultrapassam R$ 55 bilhões, no acumulado de oito meses
No encerramento do oitavo mês do ano, o Sistema de Consórcios apresentou crescimento em seus indicadores, com destaque para os participantes ativos, que atingiu 9,94 milhões e se aproximou da marca de 10 milhões, segundo a ABAC – Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
Neste total, houve 10,8% de aumento sobre os 8,97 milhões, registrados em agosto do ano passado, incluindo todos os segmentos onde estão presentes os veículos leves, motocicletas, imóveis, veículos pesados, serviços e eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis.
Entre as principais razões da conquista estão a confiança e a credibilidade que a modalidade financeira alcançou, ano após ano, junto ao público consumidor que, ao planejar suas compras, o tem escolhido como alternativa simples e econômica para concretizar seus objetivos.
Para Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, “desde que o brasileiro vem demonstrando maior consciência sobre a essência da educação financeira na aquisição de bens ou contratação de serviços, sua postura tem sido a de avaliar, analisar e planejar seus novos compromissos financeiros de maneira a encaixá-los, via consórcio, em seus orçamentos mensais, sem realizar compras por impulso e sem se endividar”.
De janeiro de 2022 a agosto deste ano, a modalidade completou vinte meses de avanços nos volumes de consorciados ativos, com apenas uma retração em abril último, quando somou 9,44 milhões.
Nos 9,94 milhões de consorciados ativos, o mecanismo anotou altas de 32,7% nos veículos pesados; 19,1% nos imóveis; 13,3% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; 9,6% nas motocicletas; 6,0% nos veículos leves; e 1,9% em serviços.
Para chegar mais uma vez a um novo volume histórico, as vendas apontaram o segundo melhor total mensal dos últimos dez anos, com 387,99 mil novas cotas, proporcionando o acumulado, de janeiro a agosto, de 2,79 milhões, 8,6% maior que as 2,57 milhões anotadas no mesmo período em 2022. Houve superação das somatórias alcançadas nas seis décadas de existência do Sistema.
No período, entre os seis principais indicadores do Sistema de Consórcios, quatro assinalaram aumentos nos volumes de novas cotas comercializadas: veículos pesados, com 25,4%; imóveis, com 20,0%; veículos leves, com 10,2%; e motocicletas, com 7,6%. Os dois setores que mostraram redução foram: eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com -54,3%; e serviços, com -25,4%; que, apesar de menores, não interferiram no crescimento geral de 8,6% sobre aquele total acumulado nos mesmos meses passados.
Em cada um dos setores, onde o mecanismo está presente, a totalização de cotas ativas ficou assim distribuída: 44,2% em veículos leves; 27,6% em motocicletas; 16,0% em imóveis; 7,6% em veículos pesados; 2,6% em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 2,0% em serviços.
Por setor, o acumulado das adesões resultou em 1,11 milhão de veículos leves; 868,82 mil em motocicletas; 507,05 mil em imóveis; 213,82 mil em veículos pesados, 58,60 mil em eletroeletrônicos; e 32,71 mil em serviços.
Durante o período, os negócios realizados, considerando o recorde das vendas de novas cotas e a alta do tíquete médio, superaram R$ 206,51 bilhões, 25,1% superior aos R$ 165,05 bilhões de 2022.
Com a ampliação dos participantes ativos, houve alta no tíquete médio geral, apesar de alguns setores apontarem redução no valor dos créditos, em razão do maior número de cotas comercializadas com valores abaixo das médias de cada segmento. O tíquete médio de agosto chegou a R$ 72,99 mil, 18,1% acima dos R$ 61,82 mil verificado naquele mês em 2022.
Nos últimos cinco anos, o tíquete médio registrou evolução nominal de 45,1% entre os valores médios apontados em agosto. Ao abater a inflação (IPCA) de 27,9% do período, na relação da diferença de R$ 50,32 mil, em 2019, para R$ 72,99 mil em 2023, apontou valorização real de 13,4%.
Ao ponderar os fatores que estimularam a elevação nominal de 45,1% e a real de 13,4%, é possível atribuí-los ao maior conhecimento do consumidor brasileiro sobre educação financeira, em conjunto com a melhoria da gestão das finanças pessoais, à baixa gradual da inflação mesmo com a ligeira alta de agosto, somada à redução da taxa de desemprego, e o melhor aproveitamento do salário.
Como decorrência, tem havido recuperação do salário médio anual do brasileiro, apoiado no aumento gradativo, em especial na classe média, de acordo com os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNDA), do IBGE.
Contemplações superam um milhão
Ainda de janeiro a agosto, o acumulado de consorciados contemplados ultrapassou um milhão e chegou a 1,09 milhão, 10,4% superior às 987,27 mil, somadas no mesmo período de 2022, resultando em mais liberações de créditos para as potenciais aquisições.
Avaliando as contemplações por sorteio e por lance, houve 478,52 mil de motocicletas; 424,59 mil de veículos leves; 67,20 mil de imóveis; 52,30 mil de veículos pesados; 37,10 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 33,03 mil de serviços, nos oito meses.
A concessão dos correspondentes créditos aos contemplados, ocasião em que os objetivos são transformados em aquisições, chegou a R$ 55,08 bilhões, potencialmente injetados nos segmentos da economia onde o consórcio está presente, com 22,8% maior que os anteriores R$ 44,85 bilhões.
Os 9,94 milhões de consorciados ativos, totalizados em agosto deste ano, ultrapassaram os volumes anuais sucessivos contabilizados de 2014 a 2022.
“Completados oito meses, o balanço do Sistema de Consórcios aponta o mesmo ritmo de crescimento constatado nos meses anteriores”, diz Rossi. “Com a sequência dos bons resultados, com os consórcios avançando sobre as marcas passadas de adesões, tíquete médio, e consequentemente dos negócios realizados, independente do percentual da taxa de juros, as perspectivas continuam otimistas para o final do ano”, completa.
Esta evolução positiva, comprovada principalmente pelos constantes recordes nos últimos vinte meses, ratifica maior conhecimento do consumidor sobre educação financeira. “Mês após mês, o brasileiro tem alterado seu comportamento com relação às finanças pessoais, onde o foco principal tem sido o planejamento e a manutenção do equilíbrio entre receitas, despesas e investimentos, e o consórcio se adequa perfeitamente nessa relação”, comenta Rossi.
Na cadeia produtiva
A simultaneidade da criação do Sistema de Consórcios com a instalação da indústria automobilística, nos anos 60, fez com que o mecanismo aproveitasse as dificuldades, consequentes da falta de linhas de crédito para aquisição de um automóvel, tornando-se uma alternativa de viabilização de compra, naquele momento. No passado como hoje, um dos principais objetivos do consórcio, além das realizações dos consorciados, tem sido a importância para o planejamento da produção industrial nos mais diversos segmentos da economia onde está presente, confirmando sua importante contribuição ao desenvolvimento do país.
Os consórcios estão presentes em setores como o de duas rodas que, somente nos oito meses iniciais de contemplações, apontaram a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno. No setor automotivo, a potencial presença esteve também em um a cada três veículos leves vendidos no país.
Outro exemplo de participação pode ser verificado no mercado de veículos pesados, onde o mecanismo marcou quase uma a cada três comercializações de caminhões negociados para ampliação ou renovação de frotas do setor de transportes com destaque especial para utilização no agronegócio.
A forte presença dos consórcios na economia brasileira pode ser comprovada pelos totais de créditos concedidos. Nas liberações acumuladas de janeiro a julho, o Sistema atingiu 37,1% de potencial presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 45,8% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 31,1%, no período.
No segmento imobiliário, somente nos sete meses deste ano, as contemplações representaram potenciais 16,5% de participação no total de 353,22 mil imóveis financiados, incluindo os consórcios. Aproximadamente um imóvel a cada cinco comercializados.
Nas adesões acumuladas nos oito meses, durante a última década, verificou-se que as de 2023, com 2,79 milhões de vendas de novas cotas, foram as melhores do período.
No acumulado de contemplações, no mesmo período, também durante os últimos dez anos, foi possível constatar que as 1,09 milhão, deste ano, foram as melhores totalizadas.
Ao vivenciar novas adequações, de janeiro a agosto, a economia brasileira tem voltado suas metas na consolidação e ampliação do desenvolvimento. O ajustamento de novas medidas com o arcabouço fiscal recentemente aprovado para controlar a dívida pública, acelerando o processo desinflacionário, contou com o esforço contínuo para a redução da taxa de juros básica, com vistas à geração do reaquecimento econômico.