Negócios superam R$108 bilhões e participantes atingem 10,53 milhões no quadrimestre
Após um ano, tíquete médio de abril aumenta 15,5% em relação a 2023
“Completado o primeiro quadrimestre do ano, os resultados reafirmam a solidez da modalidade, especialmente quando consideramos o crescimento médio da renda familiar como fator fundamental, aliado à queda do desemprego, com o crescente conhecimento da educação financeira”, destaca Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
No fechamento do primeiro quadrimestre do ano, o Sistema de Consórcios apresentou crescimento de 4,7% no acumulado de vendas de cotas reafirmando o interesse e a confiança do consumidor em planejar suas futuras aquisições de bens e contratações de serviços pela modalidade. De janeiro a abril, a comercialização somou 1,35 milhão de adesões contra as 1,29 milhão totalizadas nos mesmos meses do ano passado.
Do montante atingido, a distribuição setorial ficou assim: 551,38 mil de adesões a veículos leves; 421,75 mil de motocicletas; 266,39 mil de imóveis; 76,32 mil de veículos pesados, 21,61 mil de eletroeletrônicos; e 14,31 mil de serviços.
Apoiado no avanço de 15,5% do tíquete médio de abril de 2023 que saltou de R$ 72,40 para R$ 83,63 naquele mesmo mês deste ano, o volume de negócios, depois de oscilar nos dois meses iniciais e mostrar recuperação em março e abril, totalizou R$ 108,67 bilhões no quadrimestre, 21,0% maiores que os R$ 89,82 bilhões daquele período de 2023.
Em paralelo, houve evolução no volume de participantes ativos em abril. O total atingiu 10,53 milhões, 11,5% acima dos 9,44 milhões do quarto mês no ano passado.2
A somatória de consorciados ativos, dividida por participação em cada setor ficou assim disposta: 43,5% nos veículos leves; 27,8% nas motocicletas; 17,1% nos imóveis; 7,6% nos veículos pesados; 2,4% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,6% nos serviços.
A somatória de contemplações nos quatro primeiros meses resultou em 589,84 mil, 9,1% mais que as 540,64 mil nos mesmos meses de 2023.
Os créditos concedidos nas contemplações totalizaram R$ 33,29 bilhões, potencialmente injetados na cadeia produtiva, 24,7% sobre os R$ 26,70 bilhões de um ano atrás.
O volume de consorciados contemplados de janeiro a abril, cujo total foi de 589,84 mil, incluiu: 253,13 mil em motocicletas; 237,55 mil em veículos leves; 38,79 mil de imóveis; 27,96 mil de veículos pesados; 19,44 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 12,97 mil de serviços.
Ao considerar o comportamento dos tíquetes médios de abril dos últimos cinco anos, verificou-se aumento nominal de 56,2% na evolução dos valores médios registrados.
Ao descontar a inflação (IPCA) de 28,9% do período, na relação da diferença de R$ 53,53 mil, em abril de 2020, para R$ 83,63 mil, no mesmo mês de 2024, houve valorização real de 21,2%.
“Completado o primeiro quadrimestre do ano, os resultados reafirmam a solidez da modalidade, especialmente quando consideramos o crescimento médio da renda familiar como fator fundamental, aliado à queda do desemprego, com o crescente conhecimento da educação financeira”, destaca Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
“A expressiva recuperação das vendas de cotas, mais 11,1% somente de março para abril, sinaliza boas perspectivas para os próximos meses, demonstrando que, cada vez mais, o consumidor está planejando suas finanças, buscando conquistar seus objetivos ao optar pelo consórcio”, completa Rossi. 4
A evolução na última década
Ao considerar somente dados dos meses de abril, ao longo dos últimos dez anos, os 10,53 milhões de participantes ativos anotados este ano superaram os totais registrados ao longo de 2015 até 2023. O menor na década ocorreu em 2017 com 6,92 milhões.
Na comercialização de cotas, apenas nos acumulados dos primeiros quadrimestres, apresentou saldo de 1,35 milhão de adesões este ano, o mais alto alcançado na década, contra 680,60 mil, o menor, em 2016.5
Nos números quadrimestrais acumulados de contemplações, considerada a década de 2015 a 2024, observou-se que o total de 589,84 mil, deste ano, foi a maior marca do período. Por outro lado, a menor foi de 398,80 mil, registrada em 2018.
Potencial na cadeia produtiva
Ao conquistar os objetivos, os consorciados propiciam que os diversos segmentos da cadeia produtiva se planejem, comercial e industrialmente, ratificando sua potencial contribuição ao desenvolvimento econômico.
Ano após ano, a modalidade tem estado mais presente em setores como, por exemplo, o de duas rodas que, só no primeiro quadrimestre deste ano, teve contemplados com potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno, contribuindo para o forte crescimento da produção no período. No setor automotivo, a potencial presença esteve em um a cada três veículos leves comercializados no país.6
Um outro exemplo de participação pode ser verificado no mercado de veículos pesados, onde a modalidade marcou uma a cada três comercializações de caminhões negociados para ampliação ou renovação de frotas do setor de transportes, com destaque especial para utilização no agronegócio.
A crescente presença dos consórcios na economia brasileira pode ser confirmada pelos volumes de consorciados contemplados com seus respectivos créditos concedidos. Nas liberações acumuladas no quadrimestre, o Sistema atingiu 34,4% de potencial presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 42,0% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação só para caminhões foi de 33,8%, nos quatro meses.
Paralelamente, no segmento imobiliário, no total do primeiro trimestre do ano, as contemplações representaram potenciais 22,2% de participação no total de 127,43 mil imóveis financiados, incluindo recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Ao somar esses números com os recursos disponibilizados pelo consórcio, tivemos aproximadamente um imóvel adquirido pelo Sistema, a cada quatro comercializados.
Nos quatro primeiros meses deste ano, o destaque sobre o ritmo da economia brasileira foi a declaração do FMI Fundo Monetário Internacional que divulgou a expectativa de crescimento para 2024 e 2025. Para este ano, a projeção foi de 1,9% de alta para o PIB brasileiro.
Ainda segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, a renda média dos trabalhadores sobe há 15 meses consecutivos, havendo inclusive registro que mostram que 90% dos acordos coletivos de reajuste estão sendo feitos acima da inflação, apesar da ligeira alta de 3,72% para 3,76%. Destaque se que, de acordo com estudos efetuados pelo economista da ABAC, Luiz Antonio Barbagallo, a renda é um dos mais fortes preditores para explicar a aquisição de cotas de consórcio.
“Com os indicadores conjunturais apontando boas perspectivas”, diz Rossi, “acreditamos que 2024, baseado no consumo das famílias, deveremos ter um ano com ampliação de 5% a 10% nos consórcios, reafirmado pelo avanço da conscientização do consumidor sobre planejamento financeiro”, conclui Rossi.