Mercado financeiro oferece diversos produtos para investidores e tomadores. Nesse sentido, pesquisa aponta que o sistema de consórcios, criação genuinamente brasileira, oferece inúmeras vantagens para o consumidor
O conjunto de instituições que formam o Sistema Financeiro Nacional é reconhecido internacionalmente como um dos mais avançados e completos do mundo. Ao longo dos anos, várias inovações tecnológicas foram implementadas nos serviços e na sistemática de funcionamento, tornando-se grandes conquistas. Mais recentemente, com o advento das fintechs, houve disponibilização de novos acessos aos produtos, antes restritos a uma pequena parcela da população e, agora, oferecidos notadamente para a faixa de menor renda. Esse acesso a produtos e serviços, quando bem utilizado, traz diversos benefícios às pessoas. Contudo, é fundamental que essa inclusão financeira seja acompanhada de conhecimento.
A educação financeira, área importante e que desperta a consciência das pessoas sobre as escolhas, tem influenciado positivamente as decisões do brasileiro. Com a proliferação das figuras do influenciador financeiro e do coaching em finanças nas mídias, é possível obter bons conselhos. Alguns já conhecidos, como a organização da vida financeira por meio da identificação de receitas e despesas em planilhas e sobre negociação de dívidas. Aliás, além disso, sempre há os conselhos sobre o “melhor” investimento, o mais rentável, entre tantos. Vale destacar que o Banco Central disponibiliza o Programa de Educação Financeira do Banco Central, que envolve ações que visam propiciar orientação à sociedade sobre assuntos financeiros.
Com a gama de oportunidades à disposição no mercado, é preciso atenção e cautela nas decisões sobre a solução mais adequada para cada perfil de investidor ou consumidor. “Ao afirmar que determinado produto é o melhor entre todos, somos levados a uma situação hipotética de que toda a população investidora direcionaria seus recursos para ele”, aponta Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios. “Cientes desse paradoxo, poderíamos ter a falsa conclusão que seria uma solução ideal, porém extremamente prejudicial para a economia como um todo”, enfatiza.
Atualmente, há no mercado um leque de opções de investimentos e produtos de crédito como as aplicações em Caderneta de Poupança, Fundos, CDBs, Letras do Tesouro, Mercado de Capitais. “Vale incluir ainda outros tipos como empréstimos, financiamentos, e a opção do consórcio”.
Além das características de cada categoria para os investidores e tomadores de recursos, os produtos alimentam setores fundamentais ao desenvolvimento econômico do país. O consórcio, por exemplo, além de ser uma forma de autofinanciamento com baixos custos, voltado à aquisição de bens e contratação de serviços, estimula os diversos elos da cadeia produtiva. “Ao funcionar como ferramenta para o planejamento da produção”, especifica Luiz Antonio Barbagallo, economista da ABAC, “mostra-se um verdadeiro regulador da demanda por não exercer pressão sobre os preços dos bens. Até junho/2022, os ativos administrados pelo Sistema de Consórcios somavam acima de R$ 400 bilhões de reais”, acresce.
Face as semelhanças, vale citar a tradicional Caderneta de Poupança. “Muito criticada por seu baixo rendimento, registrou saldo de R$ 968,8 bilhões de reais em fevereiro deste ano, ou seja, milhões de pessoas continuam enxergando nesta aplicação fatores positivos como a segurança, simplicidade e ausência de tributação”, diz o economista.
“Mesmo com todas as críticas que ela recebe, os investidores entendem que essa é a alternativa que mais se adequa aos seus princípios e necessidades”, agrega Rossi. “Certo ou errado, fica a certeza que, mesmo
em caso de um “depende”, a poupança tem, por outro lado, grande importância na expansão imobiliária, sendo uma das bases para as políticas habitacionais no país”, conclui.
No mercado financeiro, outros aplicadores têm preferência por inversões que ofereçam rendimentos maiores, como em renda fixa, nos resultados dos fundos e nos CDBs, que, além dos rendimentos, são os funding, captados para concessão de empréstimos e financiamentos pessoais e empresariais, que também contribuem para o progresso da economia.
Paralelamente, há os que atuam no mercado de capitais, um sistema de distribuição de valores mobiliários que proporciona liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabiliza o processo de capitalização, presente nas bolsas de valores.
Por outro lado, existe mais um tipo de investidor cujo foco está na aposentadoria. Porém, sem conhecimento e sem paciência para aplicar seus recursos por conta própria, adere aos planos de previdência privada. “Apesar das críticas e mesmo sabendo dos custos que esses produtos possuem, optam por eles pela praticidade”, esclarece Barbagallo. “Enquanto isso, há outros que preferem adquirir imóveis pelo Sistema de Consórcios projetando renda futura a partir dos aluguéis”, destaca.
“Face à variedade de opções” conclui Rossi, “cada investidor escolhe o que lhe é mais adequado, baseado em sua cultura e perfil de conhecimento, confiança e segurança. Portanto, não há certo ou errado, melhor ou pior. Tudo dependerá da necessidade, prazo, momento de cada um, investidor ou consumidor”.
Pesquisa da Abac aponta consórcios como alternativa
Em recente pesquisa, elaborada pela AMBIMA Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais e divulgada no seu “Raio X do Investidor Brasileiro – 4ª Edição” – 2021, há resultados nacionais, baseados nas tabulações feitas após pouco mais de 3.400 entrevistas, das classes A, B e C, com idade acima de 16 anos, que possibilitaram avaliar a existência de um perfil de 103,5 milhões de pessoas economicamente ativas.
Neste contexto, ainda na pandemia, quando os juros estavam em patamares baixos, o levantamento assinalou, por exemplo, que vários investidores migraram para aplicações de maior risco, visando maior lucratividade. Do total da amostragem, 40% aplicaram no mercado financeiro, enquanto 60% buscaram os ativos reais, como imóveis, educação ou investiram no próprio negócio. “Neste cenário, é possível deduzir que parcela significativa deste percentual teria total relação com o investidor em consórcios, face às características desse produto”, depreende o economista da ABAC.
Em uma correlação de pesquisas, enquanto daquela minoria investidora, apontada pela AMBIMA, 64% não conseguiram economizar durante a pandemia, outra, realizada pela Kantar Divisão de Pesquisa de Mercado, Insights e Consultoria da WPP, encomendada pela ABAC, que envolveu 1.600 pesquisados no mesmo período, mostrava que os consumidores preferiram o consórcio, visto que ele, mais maduro, trazia a ideia de investimento e o sentimento que era um bom negócio no momento de incerteza. “Como consequência, os resultados contabilizados ao longo do período e divulgados no balanço do Sistema de Consórcios encerrado em 2021 pela ABAC, confirmaram o que foi apurado na pesquisa: houve recordes históricos de participantes ativos e de marcas inéditas de entradas de novos consorciados”, apontou Barbagallo.
Em nova pesquisa encomendada em 2022, verifica-se a consolidação da tendência de crescimento que o mercado de consórcios apresentou em 2021.
Com uma população aproximada de 214,3 milhões de habitantes, dimensões continentais e com uma diversidade cultural muito rica entre suas regiões, consumidores e investidores do Brasil têm à disposição vários instrumentos financeiros que auxiliam na realização dos objetivos. “O Sistema de Consórcios, uma criação genuinamente brasileira com mais de 60 anos de história, é uma opção segura, econômica e planejada para quem pretenda realizar sonhos e concretizar projetos”, finaliza Rossi.