Após vários meses de alta, as taxas de juros das operações de crédito foram reduzidas em agosto de 2025.
O cartão de crédito rotativo, que cobra os juros mais elevados, apresentou uma redução de 0,39%, passando a taxa de 15,32% ao mês (453,17% ao ano) em julho para 15,26% ao mês (449,72% ao ano) em agosto.
Dessa forma, as taxas ao consumidor continuam extremamente elevadas, apesar de pequena redução em agosto. Toda atenção é pouca aos índices de juros altos e embutidos, que prejudicam as finanças pessoais e tornam tudo mais caro, abrindo as portas do endividamento e da inadimplência.
Fique de olho nas informações, dicas e recomendações ao consumidor para se livrar das dívidas.
Confira a íntegra da pesquisa de juros da Anefac do mês de agosto, realizada pelo ex-presidente da entidade e seu atual Diretor Executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas, Miguel José Ribeiro de Oliveira, âncora do Vida Econômica.
Acompanhe.
A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma redução de 0,04 ponto percentual no mês (1,01 ponto percentual no ano), correspondente a uma redução de 0,57% no mês (0,80% em doze meses), passando de 7,04% ao mês (126,23% ao ano) em julho para 7,00% ao mês (125,22% ao ano) em agosto, sendo esta a menor taxa de juros desde maio/2025.
Pessoa Jurídica
Todas as linhas de crédito tiveram suas taxas de juros reduzidas no mês.
A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma redução de 0,02 ponto percentual no mês (0,37 ponto percentual no ano), correspondente a uma redução de 0,50% no mês (0,62% em doze meses), passando de 4,00% ao mês (60,10% ao ano) em julho 2025 para 3,98% ao mês (59,73% ao ano) em agosto/2025, sendo esta a menor taxa de juros desde junho/2025.
Taxa de juros x Selic
Considerando todas as elevações e reduções da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde janeiro/2021, tivemos neste período (janeiro/2021 a agosto/2025) uma elevação da Selic de 13,00 pontos percentuais (elevação de 650,00%) de 2,00% ao ano em janeiro/2021 para 15,00% ao ano em agosto/2025.
Nesse período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 32,63 pontos percentuais (elevação de 35,24%) de 92,59% ao ano em janeiro/2021 para 125,22% ao ano em agosto/2025.
Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevacão de 18,53 pontos percentuais (elevação de 44,98%) de 41,20% ao ano em janeiro/2021 para 59,73% ao ano em agosto/2025.
Pespectivas para os próximos meses
Tendo em vista o fato do Banco Central ter paralizado as elevações da Taxa Básica de Juros (Selic) e sinalizado que ela vai ser mantida nos próximos meses, isto deve contribuir para que as taxas de juros fiquem estáveis nos próximos meses.
Taxa de juros para pessoa física

Juros do Comércio
Houve uma redução de 0,73%, passando a taxa de 5,45% ao mês (89,04% ao ano) em julho/2025 para 5,41% ao mês (88,18% ao ano) agosto/2025.
A taxa deste mês é a menor desde maio/2025 (5,38% ao mês – 87,54% ao ano).
Cartão de crédito
Houve uma redução de 0,39%, passando a taxa de 15,32% ao mês (453,17% ao ano) em julho/2025, para 15,26% ao mês (449,72% ao ano) em agosto/2025.
A taxa deste mês é a menor desde maio/2025 (15,23% ao mês – 448,01% ao ano).
Cheque Especial
Houve uma redução de 1,00%, passando a taxa de 8,02% ao mês (152,38% ao ano) em julho/2025 para 7,94% ao mês (150,14% ao ano) em agosto/2025.
A taxa deste mês é a menor desde março/2025 (7,92% ao mês – 149,59% ao ano).
CDC – Bancos Financiamento de automóveis
Houve uma redução de 1,40%, passando a taxa de 2,14% ao mês (28,93% ao ano) em julho/2025 para 2,11% ao mês (28,48% ao ano) em agosto/2025.
A taxa deste mês é a menor desde maio/2025 (2,10% ao mês – 28,32% ao ano).
Empréstimo Pessoal Bancos
Houve uma redução de 0,99%, passando a taxa de juros de 4,05% ao mês (61,03% ao ano) em julho/2025, para 4,01% ao mês (60,29% ao ano) em agosto/2025.
A taxa deste mês é a menor desde maio/2025 (4,00% ao mês – 60,10% ao ano).
Empréstimo Pessoal Financeiras
Houve uma redução de 0,28% passando a taxa de juros de 7,26% ao mês (131,87% ao ano) em julho/2025, para 7,24% ao mês (131,36% ao ano) em agosto/2025.
A taxa deste mês é a menor desde junho/2025 (7,22% ao mês – 130,84% ao ano).
Taxa média para pessoa física
Houve uma redução de 0,57%, passando a taxa de juros de 7,04% ao mês (126,23% ao ano) em julho/2025, para 7,00% ao mês (125,22% ao ano) em agosto/2025.
A taxa deste mês é a menor desde maio/2025 (6,98% ao mês – 124,71% ao ano).
Taxa de juros para pessoa jurídica

Capital de Giro
Houve uma redução de 1,01%, passando a taxa de juros de 1,98% ao mês (26,53% ao no) em julho/2025, para 1,96% ao mês (26,23% ao ano) em agosto/2025.
A taxa deste mês é a menor desde maio/2025 (1,94% ao mês – 25,93% ao ano).
Desconto de Duplicata
Houve uma redução de 1,03%, passando a taxa de 1,95% ao mês (26,08% ao ano) em julho/2025 para 1,93% ao mês (25,78% ao ano) em agosto/2025.
A taxa deste mês é a menor desde junho/2025 (1,92% ao mês – 25,64% ao ano).
Conta Garantida
Houve uma redução de 0,12%, passando a taxa de 8,07% ao mês (153,78% ao ano) em julho/2025 para 8,06% ao mês (153,50% ao ano) em agosto/2025.
A taxa deste mês é a menor desde junho/2025 (8,04% ao mês – 152,94% ao ano).
Taxa média para pessoa jurídica
Houve uma redução de 0,50% passando a taxa de juros de 4,00 ao mês (60,10% ao ano) em julho/2025, para 3,98% ao mês (59,73% ao ano) em agosto/2025.
A taxa deste mês é a menor desde junho/2025 (3,97% ao mês – 59,55% ao ano).

Ressaltamos que o período de janeiro/2021 a agosto/2025 o Banco Central elevou a taxa básica de juros Selic em 13,00 pontos percentuais (elevação de 650,00%) de 2,00% ao ano em janeiro/2021 para 15,00% ao ano em agosto/2025. Nesse período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 32,63 pontos percentuais (elevação de 35,24%) de 92,59% ao ano em janeiro/2021 para 125,22% ao ano em agosto/2025.

Ressaltamos que o período de janeiro/2021 a agosto/2025 o Banco Central elevou a taxa básica de juros Selic em 13,00 pontos percentuais (elevação de 650,00%) de 2,00% ao ano em janeiro/2021 para 15,00% ao ano em agosto/2025. Neste período a taxa de juros média para pessoa jurídica apresentou uma elevação de 18,53 pontos percentuais (elevação de 44,98%) de 41,20% ao ano em janeiro/2021 para 59,73% ao ano em agosto/2025.
Informações e Recomendações ao Consumidor
O sistema financeiro vem expandindo cada vez mais o crédito às empresas e às pessoas físicas, contribuindo assim com o desenvolvimento econômico do Brasil.
Este crescimento do volume de crédito tenderá a se acentuar nos próximos meses e anos em virtude do crescimento econômico.
Com crédito, os mercados se desenvolvem, as empresas investem, ampliam suas vendas, geram empregos e as pessoas antecipam a realização de seus sonhos.
Assim com o crescimento do crédito é preciso que você saiba como usá-lo o para melhorar a sua vida sem gerar problemas, motivo pelo qual listamos abaixo algumas informações e recomendações:
Primeiramente, organize a sua vida financeira elaborando um orçamento doméstico como forma de definir quais são as suas reais necessidades e planejar todos os seus gastos, considerando sempre a sua renda disponível e não a renda disponível mais crédito, ou seja, os seus gastos têm que caber dentro de seu salário.
Preferencialmente, gaste menos do que tem de renda como forma de fazer uma reserva financeira para fazer frente a eventuais gastos extras não previstos ou até para planejar a compra de algum bem no futuro.
Lembre-se que toda a vez que você gasta mais do que ganha ou ficará inadimplente e com isso sujeito a todas conseqüências de ter o nome negativado, não tendo acesso a qualquer tipo de crédito ou terá que recorrer a empréstimos e assumir o pagamento de juros.
As taxas de juros se encontram em patamares elevados no país, seja pelo baixo volume de crédito disponível que representa hoje 54,5% do PIB, quando a média internacional passa de 100%, seja pelos custos que incidam sobre as taxas.
Como referência, vale registrar que quando o consumidor faz um empréstimo esta taxa é composta de:
Custo de captação do banco (Quanto o banco paga pelo dinheiro que paga a seus aplicadores ou custo de oportunidade). A referência é a taxa Selic;
Cunha fiscal – Compreende os impostos da intermediação financeira mais os compulsórios (dinheiro dos depósitos que os bancos deixam no Banco Central sem poderem emprestar);
Despesas administrativas – Custos dos processos do banco (funcionários, agências);
Risco – Custo da inadimplência dos empréstimos (parte dos empréstimos não são pagos ou demoram para serem recebidos o que embute um risco à instituição);
Margem líquida da instituição – lucro do banco ou depois de todos os itens acima quanto efetivamente sobra para a instituição financeira.
Destacamos que as taxas de juros são livres e as mesmas são estipuladas pela própria instituição financeira não existindo assim qualquer controle de preços ou tetos pelos valores cobrados.
A única obrigatoriedade que a instituição financeira tem é informar ao cliente quais as taxas que lhe serão cobradas, caso recorra a qualquer tipo de crédito.
Tendo em vista existirem expressivas variações entre as taxas de juros nas diversas instituições financeiras, recomendamos:
- Quando da contratação de um financiamento, pesquise sempre a taxa de juros e demais acréscimos;
- Evite comprometer demasiadamente seu orçamento com dívidas;
- Evite empréstimos de longo prazo que embutem custos maiores;
- Evite entrar no rotativo do cartão de crédito e do cheque especial que possuem as maiores taxas de juros;
- O cheque especial não é renda e deve ser utilizado por um período curto e emergencial. Se tiver necessidade de usar este limite por um período maior, procure a sua instituição financeira e faça um empréstimo pessoal (que tem custos menores) para liquidar o cheque especial;
- Existem linhas de crédito mais baratas como o micro crédito que tem taxa de 2,00% ao mês, penhor de jóias da Caixa Econômica Federal e do crédito consignado com desconto em folha. Assim caso necessite de crédito, veja a possibilidade destes empréstimos mais baratos;
- Salientamos que a linha de crédito consignado com desconto em folha de pagamento/benefício do INSS já atinge hoje mais de R$ 709 bilhões correspondente a 66% do total do crédito pessoal;
- Necessitando de crédito para pagar uma dívida e não tendo condições de faze-lo, não deixe suas dívidas crescerem mais por conta dos juros de mora e multas. Procure o credor de sua dívida e proponha uma renegociação do prazo e das taxas de juros em uma condição que consiga cumprir;
- Se possível, adie suas compras para juntar o dinheiro e comprar o mesmo à vista evitando os juros. Entretanto, caso não seja possível pesquise muito, barganhe e compre nos menores prazos possíveis (quanto menor o prazo, menor a incidência de juros);
- Resumindo, use o crédito com moderação e conscientemente;
- Como diz a campanha de uma grande instituição financeira privada de uso consciente do crédito “ O crédito foi feito para você realizar seus sonhos, não para tirar seu sono”.
Dicas para se livrar das dívidas
1) – Identifique todas as suas dívidas;
2) – Tendo recursos aplicados resgate os mesmos para usar nestes pagamentos mesmo que sejam parciais;
3) – Tendo bens se desfaça deles para fazer dinheiro e pagar estas dívidas;
4) – Reduza suas despesas mensais (comprometa sua família nesta cruzada);
5) – Analise sua capacidade de pagamento para propor acordo a seus credores (qual o valor mensal que posso dispor?);
6) Estabeleça prioridades (quais despesas devo pagar ou renegociar primeiro (as mais caras e as que geram penalidades como condomínio, luz, agua, telefone);
7) – Se for possível peça um empréstimo mais barato para liquidar as dívidas mais caras;
8) – Não sendo possível renegocie com seus credores condições de pagamento que possa cumprir;
9) – É importante propor algo que consiga cumprir para não ficar novamente inadimplente após algum tempo. Isto desacredita você;
10)- O ideal é negociar antes de entrar nas listas de proteção ao crédito. Entretanto só deve fazer isto caso a condição desta renegociação seja boa para você, como prestações baixas e reduções dos juros, caso contrário não aceita a renegociação pois inevitavelmente você não vai conseguir cumprir.
11)- Mude seus hábitos de gastos para não voltar novamente a mesma situação (não gastar mais de que ganha, não usar cheque especial e rotativo do cartão de crédito).