País ficou em 71º lugar entre 141 economias avaliadas. Meta do governo é alcançar o 50º lugar em 2022
O Brasil subiu um degrau no ranking do Fórum Econômico Mundial que avalia a competitividade de 141 países. Avançamos da 72ª posição (2018) para a 71ª colocação na lista de 2019. O Global Competitiveness Index (GCI) foi divulgado, nesta quarta-feira (9/10), pelo Fórum Econômico Mundial. Singapura foi apontado como o país mais competitivo do mundo, à frente dos Estados Unidos e de Hong Kong. Os últimos lugares ficaram com República Democrática do Congo, Yemen e Chade.
Os melhores resultados do Brasil foram nos pilares de infraestrutura, dinamismo de negócios e mercado de trabalho. Em infraestrutura, o país passou para o 78º lugar, avançando três pontos em relação a 2018; em dinamismo de negócios, subimos da 108ª posição para a 67ª, principalmente, por causa da redução do tempo para abrir um negócio. Outra melhora foi registrada no pilar mercado de trabalho: estávamos em 114º lugar em 2018 e passamos para a 105ª posição em 2019.
Em capacidade de inovação, permanecemos na 40ª posição, mesmo desempenho do ano passado. E em qualificação, caímos do 94º para o 96º lugar. Já em mercado de produtos, passamos da 117ª para 124ª colocação. Segundo a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec), os números refletem principalmente dados até 2018, e são fruto das políticas praticadas por governos anteriores, que produziram diversos entraves no ambiente de negócios do País. A Sepec reconhece todos os desafios diagnosticados nesse ranking, mas traz uma visão de futuro e um plano de trabalho que vão transformar a produtividade e a competitividade do Brasil.
Plano de Ação
O secretário especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, reforça que, desde que assumiu a Secretaria, trabalha para colocar em prática um plano de ataque aos problemas que impedem o crescimento econômico do Brasil.
“Nosso planejamento estratégico inclui metas ambiciosas, baseadas em indicadores globais de desempenho ancorados no GCI e desdobradas em planos alinhados com os desafios que temos a enfrentar”, afirma. A meta para 2022 é chegar ao 50º lugar, por meio de ações que estão sendo desenvolvidas.
Para Da Costa, o Brasil ainda tem muito a melhorar. “Em relação aos Estados Unidos, nossa produtividade vem caindo desde 1980 e hoje representa aproximadamente 25% da americana. O baixo progresso na produtividade brasileira levou à queda do país nos rankings de competitividade global. Ainda estamos distantes dos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Os estudos internacionais convergem sobre os principais gargalos da produtividade no Brasil, e estamos trabalhando para atacá-los um a um”, complementa.
Planejamento Estratégico
Os gargalos detalhados no último relatório GCI do Fórum Econômico Mundial já haviam sido diagnosticados pela Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia (Sepec), que finaliza um projeto com ações específicas de 2019 a 2022. Nos próximos anos, os indicadores devem ser impactados pelas melhorias que começam a ser implementadas por meio de seis projetos prioritários: 1 – O Simplifica vai remover obstáculos à produtividade e à competitividade das empresas, por meio da remoção de barreiras regulatórias e legais;
2 – O Emprega + elevará a qualificação do capital humano e a taxa de emprego;
3 – O Concorrência para a Prosperidade (CPP) objetiva aumentar a concorrência e a eficiência dos mercados;
4 – O Pró Infra vai elevar a infraestrutura brasileira a níveis internacionais de preço e qualidade;
5 – O Brasil 4.0 vai promover a modernização das empresas via inovação, digitalização e capacitações gerenciais;
6 – O Prospera MPEs vai desenvolver os pequenos e médios negócios de forma inovadora e sustentável.
Para Carlos Da Costa, o aumento da competitividade depende da redução de barreiras governamentais. “Não se trata de favorecer empresários, mas, de não os atrapalhar. Sem competitividade não há progresso econômico nem social, geração de empregos ou elevação da renda. Precisamos dar esperança e oportunidade aos jovens”, diz ele.
Segundo ele, a quarta revolução industrial já é realidade, mas o Brasil ainda não faz parte dela. “A inovação precisa estar no centro da estratégia de desenvolvimento. É preciso estimular e apoiar as empresas na adoção de novos modelos de negócio e no emprego de novas soluções que as diferenciem e tragam competitividade, rumo a um futuro próspero e cheio de novas oportunidades”, completa o secretário.
Sobre o GCI
O Global Competitiveness Index (GCI) é um índice respeitado internacionalmente, que avalia a competitividade de economias e o desempenho dos mercados de forma bastante detalhada. O índice faz parte do Global Competitiveness Report (GCR), relatório publicado anualmente pelo Fórum Econômico Mundial desde 1979.
Atualmente, o GCI conta com 12 pilares divididos em quatro blocos e um total de 98 indicadores, derivados de uma combinação de parâmetros concretos e resultados de uma pesquisa executiva feita pelo Fórum.
Fonte: Ministério da Economia. Indústria. Comércio Exterior e Serviços