O Sistema de Consórcios registra avanços de 25,9% nas vendas de cotas e 39,9% nos negócios realizados em janeiro e fevereiro, enquanto os participantes ativos quebram mais um recorde histórico ao atingir 11,41 milhões, em fevereiro
“Os bons resultados observados nos últimos anos”, afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, “demonstram o quanto o consumidor vem exercendo sua atitude em planejar as finanças pessoais. Tal postura reafirma o maior conhecimento sobre a essência da educação financeira e sinaliza maturidade para realização de desejos pessoais e para investimentos por meio do consórcio, a forma mais simples e econômica de poupar com objetivo definido”, completa.
No encerramento do primeiro bimestre do ano, o Sistema de Consórcios registrou alta de 25,9% nas vendas de cotas. Ao atingir 802,62 mil adesões superou o acumulado de 637,69 mil anotado no mesmo período do ano passado. Paralelamente, totalizou R$ 69,19 bilhões em negócios realizados, 39,9% maior que os R$ 49,45 bilhões do bimestre de 2024, segundo levantamento da assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.

Com total de 11,41 milhões de consorciados ativos em fevereiro, a modalidade alcançou um novo recorde histórico, ficando 9,3% acima dos 10,44 milhões anotados naquele mês do ano passado.
No acompanhamento mensal, iniciado há pouco mais de três anos no primeiro mês de 2022, a soma de participantes apontava 8,21 milhões. Em fevereiro deste ano, a soma superou marcas anteriores e bateu mais um recorde ao completar 11,41 milhões. Passados trinta e oito meses consecutivos de constante evolução, o crescimento foi de 39,0%. Houve apenas uma retração: abril de 2023.
No momento em que os créditos podem ser transformados em bens e serviços, o acumulado de consorciados contemplados de janeiro e fevereiro atingiu 344,68 mil, 20,6% superior aos 285,80 mil daquele bimestre de 2024. A correspondente concessão de créditos contou com R$ 21,88 bilhões, potencialmente injetados na economia, 43,7% acima dos R$ 15,23 bilhões do ano anterior.

Os bons resultados observados nos últimos anos”, afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, “demonstram o quanto o consumidor vem exercendo sua atitude em planejar as finanças pessoais. Tal postura reafirma o maior conhecimento sobre a essência da educação financeira e sinaliza maturidade para realização de desejos pessoais e para investimentos por meio do consórcio, a forma mais simples e econômica de poupar com objetivo definido”, completa.
O tíquete médio de fevereiro chegou a R$ 90,21 mil. Houve aumento de 12,2% sobre o do mesmo mês de 2024, quando registrou R$ 80,37 mil. A alta ratifica a capacidade financeira do participante em assumir compromisso com créditos de maior valor, assegurando fortalecimento dos negócios realizados no mês.

“Os vários indicadores do Sistema de Consórcios demonstram um cenário altamente positivo nos dois primeiros meses do ano significando um comportamento de interesse do brasileiro em viabilizar seus objetivos pessoais, profissionais, familiares e, até mesmo, empresariais”, comenta Rossi. “A educação financeira tem sido o pilar da gerência das finanças pessoais, modificando atitudes passadas como
aquisições por impulso e desorganização no orçamento mensal, em condutas corretas nas decisões por novos compromissos”, conclui.
Há seis décadas, o Sistema de Consórcios caracteriza-se por procedimentos sérios apoiados em planejamento visando concretização de objetivos como a evolução patrimonial ou melhoria da qualidade de vida. Rossi sintetiza pontuando que “o mecanismo, originariamente brasileiro, está cada vez mais atual na nossa cultura financeira”.
Detalhes dos indicadores
Adesões
As 802,62 mil adesões, acumuladas no bimestre, advieram dos setores: 318,63 mil de veículos leves; 234,91 mil de motocicletas; 186,35 mil de imóveis; 29,51 mil de veículos pesados, 24,54 mil de eletroeletrônicos; e 8,69 mil de serviços.
Dos seis segmentos onde o consórcio está presente, cinco assinalaram evolução nas comercializações: eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com 147,9%; imóveis, com 47,3%; veículos leves, com 21,9%; motocicletas, com 21,3%, e serviços, com 18,3%. Apenas um apontou retração: veículos pesados, com -24,3%, cuja recuperação já se faz notar quando comparamos fevereiro deste ano com fevereiro de 2024.
Contemplações
Nos dois meses iniciais, os 344,68 mil consorciados contemplados estiveram assim divididos: 144,92 mil de motocicletas; 137,91 mil de veículos leves; 26,45 mil de imóveis; 19,04 mil de veículos pesados; 9,59 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 6,78 mil de serviços.

Participantes ativos
O montante de cotas ativas em cada segmento ficou assim distribuído: 42,8% nos veículos leves; 26,8% nas motocicletas; 19,4% nos imóveis; 7,6% nos veículos pesados; 2,3% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,1% nos serviços.
A presença dos 11,41 milhões de participantes ativos do consórcio, setor por setor, ficou assim disposta: 4,88 milhões em veículos leves; 3,06 milhões em motocicletas; 2,21 milhões em imóveis; 870,32 mil em veículos pesados; 263,66 mil em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 122,48 mil em serviços.
Tíquete médio em cinco anos
Ao observar as performances dos tíquetes médios de fevereiro nos últimos cinco anos, observou-se aumento nominal de 40,7% na evolução dos valores médios registrados. Ao descontar a inflação (IPCA) de 29,25% do período, na relação da diferença de R$ 64,11 mil, em fevereiro de 2021, para R$ 90,21 mil, no mesmo mês de 2025, houve valorização real de 8,9%.
Perspectivas para 2025
Os estudos econômicos realizados pelo economista da ABAC, Luiz Antonio Barbagallo, no final do ano passado, revelaram uma projeção ponderada de crescimento este ano para o Sistema de Consórcios de até 8,0%. Nos diversos segmentos, nos quais a modalidade está presente, as perspectivas ficaram assim: 20,0% para os imóveis, 10,0% para veículos pesados, 6,0% para os veículos leves, 2,0% para as motocicletas, 23,0% para os eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, e 10,0% para os serviços.
“Mesmo tendo sido completado apenas o primeiro bimestre do ano”, ressalta o presidente executivo da ABAC, “os indicadores de crescimento do Sistema de Consórcios já registraram percentuais de vendas de cotas acima do projetado. Bastante singulares, os dados assinalaram níveis promissores, porém, vale a cautela em considerar que faltam ainda dez meses para conclusão do ano, inclusive para a reversão de tendência para os veículos pesados”, finaliza.
Consórcios na cadeia produtiva
Desde a década de 60, quando do início da indústria automobilística no Brasil, época com ausência de linhas de crédito para compra dos primeiros automóveis, o Sistema de Consórcios vem sendo a alternativa mais simples e econômica para o consumidor viabilizar seus objetivos de aquisição ou troca de automóvel. Em janeiro e fevereiro, a potencial presença esteve em um a cada dois veículos leves vendidos no país.
Ao longo dos anos, a modalidade evoluiu. Passou a estar presente em outros setores como o das duas rodas. No primeiro bimestre, as contemplações revelaram a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno.
Outra situação semelhante pode ser constatada nos veículos pesados. Neste, o consórcio sinalizou uma a cada duas comercializações de caminhões negociados para ampliação ou renovação de frotas para o setor de transportes, com destaque especial para utilização no agronegócio.
Um resumo do consórcio em alguns elos da cadeia produtiva brasileira, durante janeiro e fevereiro, pode ser aferido pelos volumes financeiros disponibilizados ao mercado, através das contemplações. O Sistema atingiu 41,3% de possível presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 47,1% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 41,5%, no mês.6
No segmento imobiliário, durante o mês de janeiro deste ano, as contemplações representaram potenciais 24,0% de participação no total de 50,67 mil imóveis financiados, incluindo recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e os consórcios, potencialmente um imóvel a cada quatro comercializados.
“Importante relembrar que muitos créditos concedidos por ocasião das contemplações no Sistema de Consórcios”, aponta Rossi, “não são transformados em bens ou em contratação de serviços de imediato. Existem valores de consorciados contemplados que ainda estão pendentes de utilização em vários segmentos. Por esta razão, divulgamos dois tipos de classificações: primeiro as estimativas de potenciais inserções dos créditos nos mercados de cada setor e na sequência as aquisições realizadas”, complementa.
Aquisições de veículos via consórcio mantém sua participação nas vendas no mercado interno
Ao utilizar os dados divulgados pela B3 do primeiro bimestre deste ano, os percentuais de aquisição de veículos automotores realizados via consórcio reafirmaram a presença e o gradativo crescimento do mecanismo nas vendas no mercado interno, nos doze meses.
A participação dos consórcios, incluindo leves, motos, caminhões, implementos rodoviários e ônibus, considerando os indicativos de novos e seminovos, variaram de 7,8% a 38,5% entre os totais individuais no período. Cada percentual registrou o interesse dos consumidores, pessoas físicas e jurídicas, pela modalidade como forma de usufruir das características básicas como parcelas acessíveis, sem juros, prazos longos, poder de compra, sem cobranças retroativas, sem IOF, entre outros.
No segmento de veículos leves, observou-se que, do total geral, 8,8% foram realizados com créditos concedidos por contemplações, enquanto 91,2% originaram-se dos financiamentos.
Na divisão entre novos e usados, verificou-se que 10,2% dos veículos zero km foram comercializados via consórcio enquanto 89,8% foram por financiamentos. Nos seminovos, houve 8,2% pelo consórcio e 91,8% por financiamentos.

No segmento das duas rodas, observou-se que, do volume comercializado no mercado nacional, 29,7% foram utilizados a partir de créditos concedidos por consórcio, e 70,3% provenientes de financiamentos.

Ao separar em novas e usadas, 38,5% estiveram nas motos zero via consórcio e 61,5% foram por financiamentos. Nas seminovas, houve 7,2% pela modalidade consorcial e 92,8% por financiamentos.

No segmento dos veículos pesados, os caminhões mostraram que do total vendido internamente, 11,7% foram com uso de créditos liberados por consórcio e 88,3% procedentes de financiamentos.
Na separação entre novos e usados, houve 10,1% de caminhões zero comercializados via consórcio e 89,9% por financiamentos. Os seminovos somaram 12,6% via Sistema de Consórcios, enquanto 87,4% foram por financiamentos.
Ainda em veículos pesados, os implementos rodoviários totalizaram 21,5% de vendas pelo consórcio e 78,5% resultante de outras linhas de crédito, no mercado interno.
Na análise entre novos e usados, houve 19,3% de semirreboques zero via consórcio e 80,7% pelos vários tipos de financiamentos. Paralelamente, os seminovos atingiram 24,8% pelas contemplações e 75,2% por empréstimos variados.

Também em veículos pesados, divulgamos os ônibus que totalizaram 7,6% de vendas pelo consórcio e 92,4% resultante de outras linhas de crédito, no mercado interno.
Na análise entre novos e usados, houve 7,9% de ônibus zero via consórcio e 92,1% pelos vários tipos de financiamentos. Paralelamente, os seminovos atingiram 9,6% pelas contemplações e 90,4% por empréstimos variados.

O momento do consórcio na economia nacional
O Sistema de Consórcios tem contribuído para o desenvolvimento da economia nacional participando em vários segmentos, ao longo de mais de sessenta anos. Ao incluir desde os automotores como os veículos leves, motocicletas e veículos pesados até imóveis, passando pelos setores de serviços e de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, o consórcio vem conquistando gradativo avanço no market share setorial financeiro, tornando-se importante no planejamento da produção industrial, sem gerar de inflação.
A recente divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024, com R$ 11,70 trilhões, subindo 3,4%, evidenciou uma economia crescente a partir da força da indústria e dos serviços, resultando em mais empregos e maior ganho com as famílias consumindo mais no ano passado, porém, mesmo com o mercado de trabalho aquecido, na contramão, a confirmação de 1,31% de inflação em fevereiro, o maior índice daquele mês nos últimos 22 anos, provocou um avanço de 5,06% no IPCA dos últimos doze meses, corroendo a renda do brasileiro.
Apesar das perspectivas de desaceleração da economia brasileira neste ano, a Bolsa de Valores acumulou R$ 8,7 bilhões de aplicações nos primeiros meses de 2025, com parcela importante de investidores estrangeiros. A virada de ano foi positiva com o Ibovespa que acumulou, até o fim do primeiro bimestre, uma valorização de 2,09%, enquanto o dólar apresentou quedas consecutivas, com viés de estabilidade.
Com cenário de oscilações, considerando, por exemplo, os crescimentos dos segmentos da construção, da indústria de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, da indústria automotiva, da fabricação de produtos alimentícios e móveis, a expectativa para o consórcio é de, paralelamente, seguir sendo a opção para o brasileiro, alinhado com a educação financeira, de viabilizar objetivos pessoais, profissionais, familiares e empresariais, ampliando os volumes de adesões acompanhando as perspectivas analisadas pela assessoria econômica da ABAC.
Década, o crescimento do sistema de consórcios
Nos últimos dez anos, ao analisar os meses de fevereiro, os 11,41 milhões de participantes ativos de 2025 superaram os totais contabilizados no período de 2016 até 2024, assinalando crescimento de 59,4%, inclusive com um novo recorde histórico.

No indicador de vendas de cotas, também no acumulado de janeiro e fevereiro, houve resultado inédito. Trata-se do maior volume bimestral registrado nos últimos dez anos. A soma de 802,62 mil unidades comercializadas em 2025 foi a maior da década, apontando crescimento de 145,0% sobre a de 2016.

Nas somatórias de consorciados contemplados, consideradas somente as dos meses de janeiro e fevereiro dos últimos dez anos, a marca de 344,68 mil de 2025 foi a melhor do período, além de registrar o melhor volume dos últimos dez anos.