Novos recordes de vendas de cotas, negócios e participantes ativos são batidos no fechamento semestral
“Ao findar o primeiro semestre deste ano, os indicadores do Sistema de Consórcios sinalizaram a confiança do consumidor evidenciada pelos recordes conquistados, decorrentes do planejamento das finanças, considerando o consórcio como melhor alternativa para aquisição de bens ou contratação de serviços”, afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC. Por entender que o brasileiro vem ampliando seus conhecimentos sobre educação financeira, Rossi complementou destacando que “certamente os resultados positivos retratam a importância da modalidade na vida financeira pessoal, familiar, profissional ou empresarial visando o futuro.”
No encerramento do primeiro semestre, o Sistema de Consórcios registrou novos recordes em negócios realizados, no acumulado histórico de adesões e no inédito total de consorciados ativos, de acordo com levantamento estimativo feito pela assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
De janeiro a junho, ao somar R$ 222,39 bilhões, os negócios dos consórcios cresceram 30,5% sobre os R$ 170,43 bilhões contabilizados no mesmo período do ano passado, atingindo a maior totalização dos últimos 20 anos. As vendas, também foram superiores no período, acumulando 2,46 milhões de cotas, 17,1% acima das 2,10 milhões do mesmo semestre de 2024.

Paralelamente, com os resultados positivos, o número de participantes ativos aumentou em junho e alcançou 11,86 milhões, 10,8% acima dos 10,70 milhões registrados no sexto mês do ano passado.
Na sequência mensal, iniciada há mais de três anos, em janeiro de 2022, o número de consorciados anotava 8,21 milhões. Em junho, passados quarenta e dois meses, o volume ultrapassou consecutivamente todas as marcas anteriores e bateu um novo recorde ao completar 11,86 milhões. O progresso foi de 44,5% com apenas uma retração em abril de 2023.
O tíquete médio do último mês do semestre chegou a R$ 92,58 mil, 14,0% maior que os R$ 81,18 mil, assinalados no mesmo mês de 2024. Trata-se de valor médio considerado ponderadamente os setores de veículos leves, motocicletas, veículos pesados, imóveis, serviços, e eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis.
O acumulado de consorciados contemplados nos seis meses somou 867,44 mil, estável em relação aos 865,22 mil do mesmo período de 2024. Os créditos concedidos nas contemplações chegaram a R$ 57,28 bilhões, 15,8% superior aos R$ 49,48 bilhões do ano passado.
Detalhes dos indicadores
Adesões
Na divisão setorial, entre as 2,46 milhões de cotas comercializadas e acumuladas no primeiro semestre, 955,43 mil foram em veículos leves; 699,59 mil em motocicletas; 590,58 mil em imóveis; 99,62 mil em veículos pesados, 83,29 mil em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 29,63 mil em serviços.
Nos seis meses, dos seis setores onde o consórcio está presente, cinco assinalaram avanços nas comercializações de cotas: eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com 98,2%; imóveis, com 40,8%; serviços, com 13,1%; veículos leves, com 12,5%; e motocicletas, com 8,2%. Apenas um retraiu: veículos pesados, com -15,0%, que gradativamente vem buscando recobrar sua normalidade, apesar da queda em junho. Ao analisar a evolução das vendas mensais de cotas deste setor durante os seis meses, observou-se que em janeiro a soma era de 14,68 mil, em fevereiro cresceu para 14,83 mil, em março subiu para 15,68 mil, em abril chegou a 17,35 mil, em maio atingiu 20,94 mil, enquanto em junho alcançou 16,15 mil. No acumulado do período com 99,62 mil, houve evolução em cinco dos seis meses.
Contemplações
De janeiro a junho, as 867,44 mil contemplações estiveram assim distribuídas: 372,32 mil de veículos leves; 332,38 mil de motocicletas; 67,96 mil de imóveis; 47,73 mil de veículos pesados; 28,69 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 18,37 mil de serviços.
Participantes ativos
O volume de participantes ativos em cada setor ficou assim distribuído: 42,7% nos veículos leves; 26,2% nas motocicletas; 20,2% nos imóveis; 7,6% nos veículos pesados; 2,3% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,0% nos serviços.
Nos 11,86 milhões de consorciados ativos, cada setor alcançou os seguintes totais: 5,07 milhões em veículos leves; 3,11 milhões em motocicletas; 2,39 milhões em imóveis; 898,50 mil em veículos pesados; 274,53 mil em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 122,70 mil em serviços.
Tíquete médio de 2021 a 2025
Ao levantar o comportamento dos tíquetes médios dos meses de junho nos intervalos dos últimos cinco anos, observou-se um aumento nominal de 39,9%. Ao descontar a inflação (IPCA) de 26,74 anotada no período, na relação da diferença de R$ 66,16 mil, em junho de 2021, para R$ 92,58 mil, no mesmo mês de 2025, houve valorização real de 10,4%.
“Ao findar o primeiro semestre deste ano, os indicadores do Sistema de Consórcios sinalizaram a confiança do consumidor evidenciada pelos recordes conquistados, decorrentes do planejamento das finanças, considerando o consórcio como melhor alternativa para aquisição de bens ou contratação de serviços”, afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC. Por entender que o brasileiro vem ampliando seus conhecimentos sobre educação financeira, Rossi complementou destacando que “certamente os resultados positivos retratam a importância da modalidade na vida financeira pessoal, familiar, profissional ou empresarial visando o futuro.”
Potencial presença na cadeia produtiva
Nos anos 60, quando a indústria automobilística se instalava no Brasil e vivenciava a ausência de linhas de crédito para compra dos primeiros automóveis, a criação do consórcio supriu a necessidade e se desenvolveu como sistema inteligente de autofinanciamento. A alternativa, genuinamente brasileira, abriu um caminho mais simples para o consumidor alcançar os objetivos de aquisição ou troca de automóvel. Nos seis primeiros meses de 2025, a potencial presença no setor automotivo esteve em um a cada três veículos leves vendidos no país.
A modalidade tem participado, também fortemente, no segmento de duas rodas. Nos seis meses, as contemplações revelaram a potencial aquisição de uma moto a cada três comercializadas no mercado interno.
Em situação semelhante, a presença pode ser constatada nos veículos pesados. Neste setor, o consórcio assinalou uma a cada duas comercializações de caminhões negociados para ampliação ou renovação de frotas para o setor de transportes, com destaque especial para utilização no agronegócio.
Um resumo do consórcio em alguns elos da cadeia produtiva brasileira, durante os seis meses, pode ser aferido pelos volumes financeiros disponibilizados ao mercado, através das contemplações. O Sistema atingiu 32,9% de potencial presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 32,3% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 37,3% no mês.



No segmento imobiliário, durante os cinco primeiros meses deste ano, as contemplações representaram potenciais 23,8% de participação no total de 233,69 mil imóveis financiados, incluindo recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e dos consórcios, potencialmente um imóvel a cada quatro comercializados.

“Importante relembrar que muitos créditos concedidos por ocasião das contemplações no Sistema de Consórcios, não são transformados em bens ou em contratação de serviços de imediato”, aponta Rossi. “Existem valores de consorciados contemplados que ainda estão pendentes de utilização em vários segmentos. Por esta razão, divulgamos dois tipos de classificações: primeiro as estimativas de potenciais inserções dos créditos nos mercados de cada setor e na sequência as aquisições realizadas”, complementa.
Consórcios no mercado interno
Ao utilizar os dados divulgados pela B3 nos cinco meses iniciais deste ano, os percentuais de aquisição total de veículos automotores realizados via consórcio reafirmaram a presença e o gradativo crescimento do mecanismo nas vendas no mercado interno, no período.
A participação dos consórcios nos cinco setores dos automotores, ao incluir veículos leves, motocicletas, caminhões, ônibus e implementos rodoviários, considerando os indicativos de novos e seminovos, variaram de 9,9% a 48,2% entre os totais individuais no período. Cada percentual registrou a preferência dos consumidores, pessoas físicas e jurídicas, pela modalidade como forma de usufruir das características básicas como parcelas acessíveis, sem juros, prazos longos, poder de compra, créditos corrigidos sem reajustes retroativos, isenção de IOF, entre outros.
No segmento de veículos leves, observou-se que, do total geral, 11,3% foram realizados com créditos concedidos por contemplações, enquanto 88,7% originaram-se dos financiamentos.
Na divisão entre novos e usados, verificou-se que 12,9% dos veículos zero km foram comercializados via consórcio enquanto 87,1% foram por financiamentos. Nos seminovos, houve 10,9% pelo consórcio e 89,1% por financiamentos.

No segmento das duas rodas, observou-se que, do volume comercializado no mercado nacional, 38,3% foram utilizados a partir de créditos concedidos por consórcio, e 61,7% provenientes de financiamentos.
Ao separar em novas e usadas, 48,2% estiveram nas motos zero via consórcio e 51,8% foram por financiamentos. Nas seminovas, houve 11,3% pela modalidade consorcial e 88,7% por financiamentos.

No segmento dos veículos pesados, os caminhões mostraram que do total vendido internamente, 12,6% foram com uso de créditos liberados por consórcio e 87,4% procedentes de financiamentos.
Na separação entre novos e usados, houve 12,3% de caminhões zero comercializados via consórcio e 87,7% por financiamentos. Os seminovos somaram 12,8% via Sistema de Consórcios, enquanto 87,2% foram por financiamentos.

Ainda em veículos pesados, os implementos rodoviários totalizaram 21,0% de vendas pelo consórcio e 79,0% resultante de outras linhas de crédito, no mercado interno.
Na análise entre novos e usados, houve 19,5% de semirreboques zero via consórcio e 80,5% pelos vários tipos de financiamentos. Paralelamente, os seminovos atingiram 23,6% pelas contemplações e 76,4% por empréstimos variados.

Também em veículos pesados, divulgamos os ônibus que totalizaram 10,6% de vendas pelo consórcio e 89,4% resultante de outras linhas de crédito, no mercado interno.
Na análise entre novos e usados, houve 12,4% de ônibus zero via consórcio e 87,6% pelos vários tipos de financiamentos. Paralelamente, os seminovos atingiram 9,9% pelas contemplações e 90,1% por empréstimos variados.

Na economia nacional
A crescente presença do consórcio na economia nacional é resultado do aumento do conhecimento do consumidor sobre a essência da educação financeira. Ao gerir as finanças pessoais de forma racional e inteligente evitando endividamentos ou despesas acima do orçamento, inclusive prevendo parcela para investimentos, o brasileiro vem optando pelo consórcio como forma simples e econômica de atingir os objetivos de realizações pessoais, familiares, profissionais e empresariais. Dos veículos automotores como os leves, motocicletas e os pesados até imóveis, passando pelos setores de serviços e de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, o consórcio vem expandindo o market share no setor financeiro, tornando se básico no planejamento da produção industrial, sem geração de inflação.
A evolução salarial dos trabalhadores brasileiros tem ajudado ao possibilitar maior consumo, mesmo com inflação acumulada de 5,35% nos últimos doze meses, acima do teto de 4,5% da meta estabelecida. Entre as maiores influências na alta do índice inflacionário está a energia elétrica residencial por causa da bandeira amarela, inicialmente, e mais recentemente a vermelha, nas contas de energia. Em contrapartida, o grupo alimentação e bebidas teve o primeiro recuo em nove meses (-0,18%), ajudando a conter a inflação do mês.
No cenário econômico brasileiro, a possibilidade de potencial crescimento segue nos setores de serviços financeiros, agronegócio e imobiliário, considerando ainda o impulso da tecnologia e inovação, como automação e inteligência artificial. Contudo a insegurança das perspectivas, especialmente nas exportações, está nas decisões internacionais, especialmente na elevação de tarifa prevista para agosto.
Apesar das incertezas no panorama econômico, o Sistema de Consórcios segue otimista em suas projeções, especialmente quando se nota continuidade nos crescimentos, em cinco de seis setores onde o mecanismo está presente. As previsões de crescimento para 2025, avaliadas pela assessoria econômica da ABAC no final do ano passado, permanecem assim: 20,0% para os imóveis, 10,0% para veículos pesados, 6,0% para os veículos leves, 2,0% para as motocicletas, 23,0% para os eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, e 10,0% para os serviços.
Passados seis meses daqueles anúncios, observa-se que as vendas de cotas de imóveis já cresceram 40,8% sobre o mesmo período de 2024, um pouco mais que o dobro da estimativa. Em veículos automotores, a alta em veículos leves atingiu 12,5%; nas motos, o aumento foi de 8,2%, enquanto em veículos pesados, segue abaixo com -15,0%.
Ainda nos setores de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, o alcance atingiu quase 100,0%, quatro vezes o estimado, e no de serviços 13,1%.
Importante acrescentar que, de janeiro a junho, o Sistema de Consórcios injetou potencialmente na economia mais de R$ 57 bilhões, com as quase 870 mil contemplações registradas nos seis setores.
Evolução na última década
Ao considerar somente dados dos meses de junho, ao longo dos últimos dez anos, os 11,86 milhões de participantes ativos atingidos este ano superaram os registros ao longo de 2016 até 2025. Novamente um recorde histórico. O menor na década ocorreu em 2017 com 6,93 milhões.

Nas vendas de cotas, comparando somente os acumulados dos primeiros seis meses, ano a ano na década, houve, mais uma vez, recorde no período com as 2,46 milhões de adesões deste ano. O menor ocorreu em 2016 com 1,02 milhão.

Nos dados acumulados de consorciados contemplados, de janeiro a junho, considerado o período entre 2016 a 2025, constatou-se que o total de 867,44 mil deste ano foi a maior marca do período. Por outro lado, a menor foi de 595,07 mil, registrada em 2018.
