Vendas atingem 3,37 milhões de cotas e negócios chegam a R$ 283 bilhões, em nove meses
No primeiro semestre, ativos administrados e patrimônio líquido crescem e fortalecem o Sistema de Consórcios
“Completados três trimestres do ano, o Sistema de Consórcios voltou a superar as expectativas ao ultrapassar a marca dos 11 milhões de participantes ativos, evidenciando o conhecimento e a confiança do brasileiro na modalidade”, destaca Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.
No nono mês do ano, o Sistema de Consórcios registrou o maior volume de consorciados da história da modalidade. Em setembro, após 62 anos de sua criação, foram alcançados 11,07 milhões de consorciados, 11,1% acima dos 9,96 milhões atingidos no mesmo mês do ano passado.
Paralelamente, o acumulado de vendas totalizou 3,37 milhões de cotas de janeiro a setembro, 7,0% maior que as 3,15 milhões obtidas no mesmo período de 2023. Nos mesmos meses, os negócios decorrentes somaram R$ 282,98 bilhões, 20,5% superior aos R$ 234,90 bilhões anteriores.
A totalização das adesões é resultado da somatória das 1,32 milhão de cotas de veículos leves; 994,48 mil de motocicletas e motonetas; 734,24 mil de imóveis; 184,47 mil de veículos pesados; 97,03 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 39,63 mil de serviços.
As 391,34 mil cotas comercializadas em setembro foram a terceira melhor marca do ano. Ficaram abaixo somente das 481,82 mil anotadas em agosto, recorde mensal nos últimos vinte anos, e das 396,74 mil de julho, evidenciando boa performance nos três meses iniciais do segundo semestre.
De acordo com o acompanhamento da assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), a partir de janeiro de 2022, quando apontou 8,21 milhões de consorciados ativos, até setembro de 2024, ocasião que chegou a 11,07 milhões, o consórcio completou trinta e três meses consecutivos de constante crescimento, atingindo 34,8% de crescimento. Neste período, houve apenas uma retração em abril de 2023.
No total de participantes ativos, o mecanismo anotou aumentos em quatro setores: 24,4% nos imóveis; 8,3% nos veículos leves; 11,7% nos veículos pesados e também 11,7% em motocicletas. Os setores que tiveram retração foram 4,6% em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis e 23,2% em serviços.
Entre os seis segmentos econômicos, nos quais o mecanismo participa, o volume de cotas ativas ficou assim distribuído: 43,1% em veículos leves; 27,5% em motocicletas; 18,2% em imóveis; 7,6% em veículos pesados; 2,5% em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,1% em serviços.
Em setembro, houve ligeira elevação do valor do tíquete médio em relação ao mesmo mês do ano passado. Os R$ 79,65 mil constatados em 2024 no Sistema de Consórcios foram 1,5% maior que os R$ 78,46 mil, verificados um ano atrás.
Comparativamente, nos últimos cinco anos, os tíquetes médios, somente dos meses de setembro, demonstraram expansão de 29,6% entre os valores médios registrados.
O crescimento de 29,6% do tíquete médio, ao longo dos últimos cinco anos, pode ser creditado, especialmente em setembro último, à maior procura por créditos menores demonstrada pelas últimas adesões, em vários setores.
Entre os diversos motivos para esse desempenho, a renda do brasileiro continua sendo uma das principais, completada pela gradativa queda da taxa de desemprego nos últimos meses, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE).
Em contrapartida, houve recente aumento de 0,44% na inflação de setembro, divulgada pelo governo federal, ficando o acumulado do ano em 3,31%, ainda dentro do teto para 2024.
Nos nove meses deste ano, o acumulado de consorciados contemplados somou 1,27 milhão, estável em relação aos mesmos 1,27 milhão registrados naquele período do ano passado.
Nas contemplações por segmento, constatadas por sorteio ou por lance, tivemos: 547,17 mil de motocicletas; 507,53 mil de veículos leves; 81,14 mil de imóveis; 66,44 mil de veículos pesados; 43,58 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 26,94 mil de serviços.
No período, a concessão de créditos para os consorciados contemplados atingiu R$ 72,39 bilhões, potencialmente injetados nos segmentos da economia nos quais a modalidade está presente, 10,3% acima dos R$ 65,63 bilhões de um ano.
“Completados três trimestres do ano, o Sistema de Consórcios voltou a superar as expectativas ao ultrapassar a marca dos 11 milhões de participantes ativos, evidenciando o conhecimento e a confiança do brasileiro na modalidade”, destaca Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.
“Ao demonstrar boas performances, vale registrar que os três maiores volumes mensais de vendas do ano – julho, agosto e setembro -, acumularam 1,27 milhão de cotas. Trata-se de total acima dos dois trimestres anteriores. No primeiro, a soma foi de 975,95 mil cotas, enquanto no segundo o montante foi de 1,12 mil. Foram crescimentos expressivos que sinalizam otimismo na projeção para os últimos três meses do ano”, afirma Rossi.
Com mais de 3,37 milhões de cotas vendidas, resultando em quase R$ 283 bilhões de negócios realizados, o Sistema de Consórcios ratificou o peso do planejamento das finanças pessoais para os investidores que, a médio e longo prazos, objetivam concretizar suas metas pessoais, profissionais, familiares e empresariais.
“Entendemos que a essência da educação financeira vem gradativamente consolidando, tanto nas pessoas físicas como nas jurídicas, uma postura consciente sobre o consórcio, como parcela importante em suas finanças. É possível afirmar que as expectativas são cada vez mais positivas ao observar um progresso constante da presença do mecanismo na vida financeira das pessoas e das empresas”, complementa o presidente da ABAC.
O progresso do consórcio na década
Nos últimos dez anos, ao chegar aos inéditos 11,07 milhões de participantes ativos, registrados no mês de setembro deste ano, todas as marcas anotadas naquele mês nos anos de 2015 a 2023 foram superadas. De 2015 a 2024, houve evolução de 54,8%.
Nas vendas de cotas, totalizadas de janeiro a setembro durante a última década, observou-se que a deste ano, com 3,37 milhões de unidades comercializadas, foi a maior do período. De 2015 a 2024, houve progresso de 90,9%.
Paralelamente, no acumulado de consorciados contemplados, nos mesmos nove meses, também durante os últimos dez anos, ratificou-se que os 1,27 milhão, repetiu-se em duas oportunidades, 2023 e 2024, foi o resultado que apontou melhor desempenho no período.
Consórcio nos elos da cadeia produtiva
Ao longo de mais de 60 anos, uma das principais metas do Sistema de Consórcios tem sido, além das realizações de desejos individuais dos consorciados, a presença da modalidade no planejamento da produção industrial nos mais diversos segmentos da economia nos quais está presente, contribuindo consequentemente para o desenvolvimento do país.
O consórcio está em setores como o de duas rodas que, somente nos nove meses de contemplações, apontou a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno. No setor automotivo, a possível presença esteve também em um a cada três veículos leves comercializados no país.
Outro exemplo de atuação pode ser verificado no mercado de veículos pesados, no qual o mecanismo anotou a potencialidade de uma a cada três comercializações de caminhões no mercado automotivo, negociados para ampliação ou renovação de frotas do setor de transportes, com destaque para uso de equipamentos no agronegócio.
A influência do consórcio na economia brasileira pode ser demonstrada pelos totais de créditos liberados e à disposição dos consorciados, como nos mercados de veículos automotores e imobiliário. Nas concessões acumuladas de janeiro a setembro, o Sistema de Consórcios atingiu 29,0% de potencial participação no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 38,8% de provável participação, e no de veículos pesados, a relação somente para caminhões foi de 33,2%, no período.
Nos oito meses iniciais deste ano, o segmento imobiliário apresentou 15,4% de consorciados contemplados em potenciais participações no total de 425,93 mil imóveis financiados, incluindo o consórcio. Aproximadamente houve um imóvel por consórcio a cada sete comercializados.
“É importante relembrar que muitos créditos liberados por ocasião das contemplações no Sistema de Consórcios”, esclarece Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, “não são transformadas em bens ou em contratação de serviços de imediato. Assim, existem valores pertencentes a contemplados em vários
segmentos que ainda não foram utilizados, razão pela qual seguimos divulgando em dois tipos de classificações: primeiro as estimativas potenciais de inserções dos créditos nos mercados de cada setor e na sequência as aquisições realizadas”, complementa.
Consórcio nas vendas setoriais
Ao utilizar os dados divulgados pela B3 até agosto, os percentuais de aquisição de veículos automotores realizados via consórcio reafirmaram a presença e o gradativo crescimento do mecanismo nas vendas no mercado interno, nos oito meses deste ano.
A participação dos consórcios, incluindo leves, motos, caminhões e implementos rodoviários, novos e usados, variaram de 8,2% a 26,1% entre os totais acumulados nos oito meses. Cada percentual registrou o interesse dos consumidores, pessoas físicas e jurídicas, pela modalidade como forma de usufruir das características básicas como parcelas acessíveis, sem juros, prazos longos, poder de compra, sem cobranças retroativas, sem IOF, entre outros.
No segmento de veículos leves, observou-se que, do total geral, 8,2% foram realizados com créditos concedidos por contemplações, enquanto 91,8% originaram-se dos financiamentos.
Na divisão entre novos e usados, verificou-se que 9,2% dos veículos zero km foram via consórcio enquanto 90,8% foram por financiamentos. Nos seminovos, houve 7,9% pelo consórcio e 92,1% por financiamentos.
No segmento das duas rodas, observou-se que, do volume comercializado no mercado nacional, 26,1% foram utilizados a partir de créditos concedidos por consórcio, e 73,9% provenientes de financiamentos.
Ao separar em novas e usadas, 32,5% estiveram nas motos zero via consórcio e 67,5% foram por financiamentos. Nas seminovas, houve 7,9% pela modalidade consorcial e 92,1% por financiamentos.
No segmento dos veículos pesados, os caminhões mostraram que do total vendido internamente, 10,4% foram com uso de créditos liberados por consórcio e 89,6% procedentes de financiamentos.
Na separação entre novos e usados, houve 8,2% de caminhões zero comercializados via consórcio e 91,8% por financiamentos. Os seminovos somaram 12,0% via Sistema de Consórcio, enquanto 88,0% foram por financiamentos.
Ainda em veículos pesados, os implementos rodoviários totalizaram 18,6% de vendas pelo consórcio e 81,4% resultante de outras linhas de crédito, no mercado interno.
Na análise entre novos e usados, houve 16,9% de semirreboques zero via consórcio e 83,1% pelos vários tipos de financiamento. Paralelamente, os seminovos atingiram 21,6% pelas contemplações e 78,4% por empréstimos variados.
No cenário econômico nacional
A elevação das taxas de juros com vista ao controle da inflação, considerando o recente aumento de 0,44% de setembro do IPCA, tem sido uma necessidade que se justifica na economia brasileira, porém, no sentido inverso, há bons indicadores econômicos tais como a redução da taxa de desemprego.
No segmento de serviços, onde o Sistema de Consórcios se inclui, observou-se que o acumulado do primeiro semestre de 2024 cresceu 1,6% em relação ao mesmo período de 2023, apontando para bons resultados no segundo semestre, cuja sinalização de confirmação foi registrada no crescimento de 1,2% observado de julho em relação a junho.
Um dos principais fatores de crescimento dos consórcios é a renda. Para o brasileiro, a média em 2024 apresentou crescimento interanual de 5,8%. No entanto, o rendimento habitual médio real atingiu o pico em abril de 2024, com R$ 3.255,00. No segundo trimestre de 2024, a renda média do trabalho principal alcançou um patamar recorde, com R$ 3.424,00 para os homens e R$ 2.696,00 para as mulheres.
Rossi sintetiza, comentando que “como efeito, tem havido expansão do consumo das famílias, o que reforça a perspectiva de crescimento na venda de cotas. Os dados indicam que o consórcio, em razão de suas exclusivas características, é um dos propulsores do crescimento pessoal, profissional e familiar do brasileiro. Concomitantemente, é um alavancador do avanço econômico dos diversos elos da cadeia produtiva, ressaltando que não gera inflação e impulsiona a produção industrial”, finaliza.