Ao superar 11,21 milhões de consorciados ativos, ultrapassar R$ 378 bilhões em negócios realizados a partir de 4,49 milhões de cotas vendidas, as perspectivas para o Sistema de Consórcios para 2025 são positivas.
“Nos dados obtidos no final do ano, comparados aos do anterior, a performance foi positiva. Tendo como base a essência da educação financeira, a modalidade vem demonstrando, há mais de seis décadas, a importância do planejamento para a conquista de objetivos individuais, evolução patrimonial, melhoria da qualidade de vida, entre outros”, afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC – Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
O Sistema de Consórcios encerrou 2024 apresentando mais recordes em vários indicadores nacionais e setoriais. Reafirmou a permanente crescente confiança do brasileiro na modalidade e registrou ainda sua importância nos diversos segmentos econômicos.
O crescimento de 7,4% em vendas de cotas confirmou as projeções feitas pela assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios no final de 2023. Apesar de um ano marcado por oscilações na economia, especialmente nos últimos quatro meses, o mecanismo demonstrou solidez consolidando seu market share entre as várias linhas de crédito disponíveis no mercado para aquisição de bens.
O destaque foi o crescimento do consórcio no cenário econômico do país apoiado na consciência do consumidor sobre a essência da educação financeira, na qual o planejamento é o principal fundamento.
Presente nos mais diversos segmentos, o consórcio, alternativa para quem deseja adquirir bens móveis e imóveis e contratar serviços de forma planejada, proporcionou a concretização de inúmeros objetivos pessoais, profissionais, familiares e empresariais.
De janeiro a dezembro, o acumulado de vendas atingiu 4,49 milhões de cotas, um novo recorde histórico. Cresceu 7,4% sobre as 4,18 milhões de adesões de 2023. Os negócios, resultantes da comercialização desse volume significativo de cotas, também bateram recorde. Atingiram a marca de R$ 378,73 bilhões, 19,6% acima dos R$ 316,70 do ano de 2023.
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Os participantes ativos atingiram volume inédito, crescente mês a mês, ao alcançar 11,21 milhões, durante 2024. Em dezembro, anotaram 8,9% acima dos 10,29 milhões de consorciados de 2023.
Paralelamente, o acumulado de consorciados contemplados, momento em que as contemplações podem ter seus créditos transformados em bens e serviços, chegou a 1,70 milhão, 4,9% acima das 1,62 milhão de 2023. A correspondente liberação de créditos somou R$ 100,58 bilhões, potencialmente injetados na economia, 19,8% superior aos R$ 83,93 bilhões de um ano antes.
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O tíquete médio de dezembro alcançou R$ 78,35 mil. Pontuou aumento de 5,5% sobre o do mesmo mês de 2023, que na ocasião registrou o valor de R$ 74,24 mil. A evolução ratificou o interesse do consumidor por cotas de maior valor, com parcelas acessíveis ao bolso, e provocou crescimento dos negócios realizados em 2024.
“Nos dados obtidos no final do ano, comparados aos do anterior, a performance foi positiva. Tendo como base a essência da educação financeira, a modalidade vem demonstrando, há mais de seis décadas, a importância do planejamento para a conquista de objetivos individuais, evolução patrimonial, melhoria da qualidade de vida, entre outros”, afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios. “O Sistema de Consórcios tem alcançado cada vez mais sua presença na cultura financeira do consumidor. O maior conhecimento vem contribuindo diretamente para a gestão das finanças de forma responsável, sem imediatismos, proporcionando ainda equilíbrio e tranquilidade nas decisões”, complementa.
Detalhes dos indicadores
Adesões
No total das adesões, 4,49 milhões, a distribuição setorial ficou assim: 1,75 milhão de veículos leves; 1,33 milhão de motocicletas; 992,73 mil de imóveis; 232,89 mil de veículos pesados, 132,98 mil de eletroeletrônicos; e 52,80 mil de serviços. A média mensal de 374,17 mil, anotada nos doze meses, foi 7,4% acima da obtida no mesmo período de 2023, quando chegou a 348,33 mil cotas comercializadas. No ano, houve os dois maiores volumes mensais na história das vendas de cotas dos últimos vinte anos. Em agosto, o maior total de adesões de todos os segmentos atingiu 481,42 mil. No mês de novembro, a soma alcançou 425,32 mil vendas, a segunda melhor marca.
Percentualmente nos seis segmentos, cinco registraram alta nas somas das comercializações: eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com 67,7%; imóveis, com 27,4%; serviços, com 12,2%; motocicletas, com 4,7%; e veículos leves, com 2,9%. Somente um apontou retração: veículos pesados, com -25,0%, que teve um volume acima do normal em 2023 e pouco interferiu no avanço geral de 7,4% no acumulado de vendas de janeiro a dezembro.
Contemplações
Nos doze meses, os 1,70 milhão de consorciados contemplados incluiu: 708,20 mil de veículos leves; 693,63 mil de motocicletas; 115,41 mil de imóveis; 90,80 mil de veículos pesados; 57,94 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 36,29 mil de serviços. A média mensal chegou a 141,85 mil, 4,9% acima do atingido no ano passado, com 135,16 mil contemplações.
Participantes ativos
A presença de cada segmento na somatória das cotas ativas esteve assim distribuída: 43,2% nos veículos leves; 27,0% nas motocicletas; 19,0% nos imóveis; 7,6% nos veículos pesados; 2,2% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,0% nos serviços.
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Setorialmente, dos 11,21 milhões de participantes ativos, as somas ficaram assim dispostas: 4,84 milhões em veículos leves; 3,03 milhões em motocicletas; 2,13 milhões em imóveis; 850,28 mil em veículos pesados; 259,36 mil em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 107,57 mil em serviços.
Tíquete médio em cinco anos
Ao considerar o desempenho dos tíquetes médios de dezembro nos últimos cinco anos, observou-se aumento nominal de 48,0% na evolução dos valores médios registrados. Ao descontar a inflação (IPCA) de 29,4% do período, na relação da diferença de R$ 52,93 mil, em dezembro de 2020, para R$ 78,35 mil, no mesmo mês de 2024, houve valorização real de 14,4%.
Perspectivas para 2025
Ao projetar o Sistema de Consórcios para este ano, o presidente executivo da ABAC citou boas perspectivas. “Em 2025, acreditamos na possibilidade de obtenção de performances semelhantes ou até maiores que os alcançados no ano passado. As expectativas apoiam-se principalmente na continuidade do crescimento da conscientização do consumidor sobre planejamento financeiro, que colocam o consórcio como uma opção racional e segura para consumidores e investidores”.
Apoiado em um dos melhores balanços anuais da modalidade, Rossi, baseado em estudos da assessoria econômica da entidade, considerou diversos aspectos da economia brasileira para traçar o futuro próximo do Sistema de Consórcios em 2025.
Ao ponderar a possível estabilização da inflação, já refletindo sobre as altas da taxa Selic, a tendência na redução do desemprego, porém com alguma desaceleração da economia, Rossi, entende ser “2025 um ano de superação de desafios. Há possibilidade para obtenção de novos recordes de adesões, negócios e participantes. Estimo, que, a exemplo de 2024, o Sistema de Consórcios possa crescer até 8,0%, resultado geral calculado a partir dos crescimentos estimados de 20,0% para os imóveis, 10,0% para veículos pesados, 6,0% para os veículos leves, 2,0% para as motocicletas, 23,0% para os eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, e 10,0% para os serviços”.
A importância dos consórcios na cadeia produtiva
Historicamente, desde o início da indústria automobilística no Brasil, à época sem linhas de crédito para compra dos primeiros automóveis, o Sistema de Consórcios tem sido a alternativa mais simples e econômica para o consumidor viabilizar seus objetivos de consumo. No ano passado, a potencial presença esteve em um a cada três veículos leves vendidos no país.
Desde seu início, o consórcio propicia, de forma planejada, a realização dos objetivos dos consorciados e contribui com a programação da produção industrial em diversos segmentos da economia onde está presente.
Ao longo dos anos, a modalidade evoluiu. Passou a estar presente em outros setores como o das duas rodas. Nos doze meses de 2024, as contemplações revelaram a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno.
Outra presença pode ser verificada no campo dos veículos pesados. Neste, o consórcio sinalizou uma a cada três comercializações de caminhões negociados para ampliação ou renovação de frotas para o setor de transportes, com destaque especial para utilização no agronegócio.
Um resumo do consórcio em alguns elos da cadeia produtiva brasileira, durante o ano passado, pode ser aferido pelos volumes financeiros disponibilizados ao mercado, através das contemplações. O Sistema atingiu 28,5% de possível presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 37,0% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 33,1%, no período.
No segmento imobiliário, somente em onze meses de 2024, as contemplações representaram potenciais 15,2% de participação no total de 609,02 mil imóveis financiados, incluindo recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e os consórcios, potencialmente um imóvel a cada seis comercializados.
“Vale mencionar que muitos créditos liberados por ocasião das contemplações no Sistema de Consórcios”, pontua o presidente executivo da ABAC, “não são transformados em bens ou em contratação de serviços de imediato. Existem valores de consorciados contemplados que ainda estão pendentes de utilização em vários segmentos. Por esta razão, divulgamos dois tipos de classificações: primeiro as estimativas de potenciais inserções dos créditos nos mercados de cada setor e na sequência as aquisições realizadas”, complementa.
Aquisições de veículos via consórcio
Ao utilizar os dados divulgados pela B3 de janeiro a dezembro do ano passado, os percentuais de aquisição de veículos automotores realizados via consórcio reafirmaram a presença e o gradativo crescimento do mecanismo nas vendas no mercado interno, nos doze meses.
A participação dos consórcios, incluindo leves, motos, caminhões e implementos rodoviários, considerando os indicativos de novos e seminovos, variaram de 8,1% a 33,0% entre os totais individuais no período.
Cada percentual registrou o interesse dos consumidores, pessoas físicas e jurídicas, pela modalidade como forma de usufruir das características básicas como parcelas acessíveis, sem juros, prazos longos, poder de compra, sem cobranças retroativas, sem IOF, entre outros.
No segmento de veículos leves, observou-se que, do total geral, 8,1% foram realizados com créditos concedidos por contemplações, enquanto 91,9% originaram-se dos financiamentos.
Na divisão entre novos e usados, verificou-se que 9,2% dos veículos zero km foram comercializados via consórcio enquanto 90,8% foram por financiamentos. Nos seminovos, houve 7,9% pelo consórcio e 92,1% por financiamentos.
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No segmento das duas rodas, observou-se que, do volume comercializado no mercado nacional, 26,2% foram utilizados a partir de créditos concedidos por consórcio, e 73,8% provenientes de financiamentos.
Ao separar em novas e usadas, 33,0% estiveram nas motos zero via consórcio e 67,0% foram por financiamentos. Nas seminovas, houve 7,8% pela modalidade consorcial e 92,2% por financiamentos.
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No segmento dos veículos pesados, os caminhões mostraram que do total vendido internamente, 10,5% foram com uso de créditos liberados por consórcio e 89,5% procedentes de financiamentos.
Na separação entre novos e usados, houve 8,7% de caminhões zero comercializados via consórcio e 91,3% por financiamentos. Os seminovos somaram 12,1% via Sistema de Consórcios, enquanto 87,9% foram por financiamentos.
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Ainda em veículos pesados, os implementos rodoviários totalizaram 18,0% de vendas pelo consórcio e 82,0% resultante de outras linhas de crédito, no mercado interno.
Na análise entre novos e usados, houve 16,5% de semirreboques zero via consórcio e 83,5% pelos vários tipos de financiamentos. Paralelamente, os seminovos atingiram 20,6% pelas contemplações e 79,4% por empréstimos variados.
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Pela primeira vez, também em veículos pesados, divulgamos os ônibus que totalizaram 10,4% de vendas pelo consórcio e 89,6% resultante de outras linhas de crédito, no mercado interno.
Na análise entre novos e usados, houve 11,4% de ônibus zero via consórcio e 88,6% pelos vários tipos de financiamentos. Paralelamente, os seminovos atingiram 10,1% pelas contemplações e 89,9% por empréstimos variados.
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O momento do consórcio na economia nacional
Presente em todos os segmentos da economia brasileira como o de automotores, que incluem veículos leves, motocicletas e veículos pesados; imóveis, serviços e eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, o Sistema de Consórcios tem ampliado gradativamente seu market share setorial. Por decorrência, o mecanismo alavanca e impulsiona a produção industrial, sem gerar inflação.
Inserido neste cenário, o consórcio vivencia as mutações do mercado consumidor. Entre os principais fatores indutores estão o crescimento da renda do brasileiro, que no ano passado atingiu R$ 3.285,00, com 3,4% acima no interanual do de 2023, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na contramão, a inflação de 2024, indicada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), atingiu 4,83% – acima do teto da meta -, divulgada pelo IBGE. As oscilações do câmbio, o recente ajuste da taxa Selic para 12,25% a.a., a redução da taxa de desemprego para 6,1%, a expectativa de aumento de 3,39% do PIB, segundo o boletim Focus do Banco Central, também influenciam o comportamento do brasileiro.
Com este panorama, Rossi comenta que “as boas performances anotadas nos diversos indicadores consorciais foram fruto das atitudes daqueles que, ao optarem pelo mecanismo, vêm provocando resultados expressivos nos volumes mensais de adesões e significativos nos negócios financeiros, com consequente maior presença na economia.
Na década, o crescimento do sistema de consórcios
Nos últimos dez anos, somente em meses de dezembro, os 11,21 milhões de participantes ativos de 2024 ultrapassaram os totais contabilizados no período de 2015 até 2023, assinalando recorde histórico.
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No indicador de vendas de cotas, também de janeiro a dezembro, houve resultado inédito em 2024. O recorde de 4,49 milhões de adesões foi o maior volume alcançado na década de 2015 a 2024.
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Nos acumulados de consorciados contemplados, considerado o período de janeiro a dezembro dos últimos dez anos, a marca de 1,70 milhão de 2024 foi a melhor do período, mais um recorde histórico.
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