Adesões acumulam quase 3 milhões em oito meses
Participantes ativos aproximam-se dos 11 milhões
Crescem as aquisições reais de veículos via consórcio nas vendas registradas no mercado interno, segundo registros da B3
“Passados dois terços do ano, o Sistema de Consórcios continuou sua trajetória de boas performances”, esclarece Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC. “O principal destaque foi o recorde mensal de adesões, registrado em agosto, que atingiu 481,42 mil vendas. Quase meio milhão de cotas comercializadas, em apenas 22 dias úteis, refletiu o comportamento do consumidor brasileiro ávido por adquirir bens ou contratar serviços por meio do consórcio. Trata-se de um fato marcante que anima de forma significativa o segmento consorcial na projeção para os últimos quatro meses do ano”, afirma Rossi.
O Sistema de Consórcios continuou apresentando crescimento nas vendas de cotas nos oito meses deste ano, reafirmando o interesse do consumidor brasileiro pela modalidade. Foram comercializadas 2,98 milhões de cotas no acumulado de janeiro a agosto, 6,8% acima das 2,79 milhões atingidas no mesmo período do ano passado.
A somatória das adesões originou-se de 1,17 milhão de cotas de veículos leves; 878,54 mil de motocicletas e motonetas; 648,25 mil de imóveis; 161,57 mil de veículos pesados; 79,36 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 35,16 mil de serviços.
A grande demanda pelo consórcio, somente no mês de agosto, apontou um recorde mensal de vendas nos últimos vinte anos. Os diversos setores, onde o Sistema está presente, registraram 481,82 mil adesões.
Paralelamente, os negócios decorrentes das adesões acumuladas ao longo dos oito meses alcançaram R$ 251,81 bilhões, 21,9% superior aos R$ 206,51 bilhões totalizadas nos mesmos meses de 2023.
Segundo a assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), há dois anos e oito meses, a partir de janeiro de 2022, mês que apontou 8,21 milhões de consorciados ativos, até agosto de 2024, quando chegou a 10,93 milhões, o consórcio completou trinta e dois meses consecutivos de constante crescimento, atingindo 33,1% de aumento. Neste período, houve apenas uma retração em abril de 2023.
Ao comparar a marca inédita na história do Sistema de Consórcios de 10,93 milhões de participantes ativos em agosto com a do mesmo mês do ano passado, verificou-se aumento de 10,0% sobre os 9,94 milhões de um ano antes.
No total de consorciados ativos, o mecanismo revelou altas em quatro setores: 23,9% nos imóveis; 10,4% nas motocicletas; 10,2 nos veículos pesados e 7,1% nos veículos leves. Houve estabilidade no de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis. O único setor com retração foi o de serviços com -31,0%.
Entre os segmentos, nos quais o mecanismo participa, o volume de cotas ativas ficou assim constituído: 43,0% nos veículos leves; 27,6% nas motocicletas; 18,0% nos imóveis; 7,6% nos veículos pesados; 2,5% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,3% nos serviços.
Em agosto, com a adesão recorde de consorciados, houve elevação do valor do tíquete médio em relação ao mesmo mês do ano passado. Os R$ 104,21 mil constatados em 2024 no Sistema de Consórcios foi 42,8% maior que os R$ 72,99 mil, anotados há um ano.
Em paralelo, nos últimos cinco anos, o tíquete médio demonstrou expansão nominal de 85,0% entre os valores médios considerados somente os dos meses de agosto. Ao descontar a inflação (IPCA) de 30,35% do período, na relação da diferença dos R$ 56,36 mil, em 2020, para os R$ 104,21 mil, em 2024, houve valorização real de 41,9%.
O crescimento nominal de 84,9% do tíquete médio, ao longo dos últimos cinco anos, pode ser creditado, especialmente em agosto último, à forte adesão registrada pelos novos consorciados em crédito diferenciados nos vários setores.
A razão principal para esse desempenho continua sendo a renda do brasileiro, corroborada pela gradativa queda da taxa de desemprego assentada no primeiro semestre, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE).
Simultaneamente, a recente deflação de agosto, divulgada pelo governo federal em -0,02%, e a revisão da previsão de inflação para 4,25% até o final do ano, ficou dentro do teto para 2024.
De janeiro a agosto, o acumulado de consorciados contemplados somou 1,13 milhão, 3,7% acima das 1,09 milhão, anotado naquele mesmo período do ano passado, e superou a marca de um milhão de contemplações.
Entre as contemplações por sorteio ou por lance, por segmento, tivemos: 488,03 mil de motocicletas; 448,80 mil de veículos leves; 70,33 mil de imóveis; 57,20 mil de veículos pesados; 38,89 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 24,29 mil de serviços.
A concessão de créditos para os consorciados contemplados ultrapassou R$ 63,83 bilhões, potencialmente injetados nos segmentos da economia nos quais a modalidade está presente, 15,9% maior que os anteriores R$ 55,08 bilhões.
“Passados dois terços do ano, o Sistema de Consórcios continuou sua trajetória de boas performances”, esclarece Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC. “O principal destaque foi o recorde mensal de adesões, registrado em agosto, que atingiu 481,42 mil vendas. Quase meio milhão de cotas comercializadas, em apenas 22 dias úteis, refletiu o comportamento do consumidor brasileiro ávido por adquirir bens ou contratar serviços por meio do consórcio. Trata-se de um fato marcante que anima de forma significativa o segmento consorcial na projeção para os últimos quatro meses do ano”, afirma Rossi.
Ao ultrapassar R$ 250 bilhões em negócios realizados, com aproximadamente três milhões de cotas vendidas, o Sistema de Consórcios comprovou a importância do planejamento das finanças pessoais para os investidores que, a médio e longo prazo, buscam realizar suas metas pessoais, profissionais, familiares e empresariais.
“Ao longo dos últimos anos, temos observado que a crescente conscientização sobre educação financeira vem produzindo mais e mais interessados em consórcios. São pessoas físicas ou jurídicas que, ao focar suas projeções futuras, apoiadas no mecanismo, usufruem do Sistema, sem arcar com o ônus dos juros, com equilíbrio orçamentário, exercendo seus compromissos financeiros com tranquilidade”, completa o presidente da ABAC.
Progresso e nova marca histórica
Nos últimos dez anos, ao chegar aos inéditos 10,93 milhões de participantes ativos, registrados somente no mês de agosto deste ano, todas as marcas anotadas naquele mês nos anos de 2015 a 2023 foram superadas. De 2015 a 2024, houve evolução de 52,9%.
Nas vendas de cotas, totalizadas de janeiro a agosto durante a última década, constatou-se que a deste ano, com 2,98 milhões de unidades comercializadas, foi a maior do período. De 2015 a 2024, houve progresso de 52,9%.
Paralelamente, no acumulado de consorciados contemplados, nos mesmos oito meses, também durante os últimos dez anos, ratificou-se que os 1,13 milhão foi o resultado que apontou melhor desempenho.
Elos da cadeia produtiva
Historicamente, um dos principais objetivos do Sistema de Consórcios tem sido, além das realizações de desejos individuais dos consorciados, a presença da modalidade no planejamento da produção industrial nos mais diversos segmentos da economia nos quais está presente, contribuindo consequentemente para o desenvolvimento do país.
O consórcio está em setores como o de duas rodas que, somente nos oito meses de contemplações, apontou a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno. No setor automotivo, a possível presença esteve também em um a cada três veículos leves comercializados no país.
Outro exemplo de atuação pode ser verificado no mercado de veículos pesados, no qual o mecanismo anotou a potencialidade de uma a cada três comercializações de caminhões no mercado automotivo, negociados para ampliação ou renovação de frotas do setor de transportes, com destaque para uso de equipamentos no agronegócio.
A influência do consórcio na economia brasileira pode ser demonstrada pelos totais de créditos concedidos e à disposição dos consorciados, como nos mercados de veículos automotores e imobiliário. Nas liberações acumuladas de janeiro a agosto, o Sistema de Consórcios atingiu 34,4% de potencial participação no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 44,8% de provável participação, e no de veículos pesados, a relação somente para caminhões foi de 32,9%, no período.
Nos sete meses iniciais deste ano, o segmento imobiliário apresentou 17,8% de consorciados contemplados em potenciais participações no total de 367,45 mil imóveis financiados, incluindo o consórcio. Aproximadamente houve um imóvel por consórcio a cada seis comercializados.
“Sempre vale lembrar que muitos créditos liberados por ocasião das contemplações no Sistema de Consórcios”, esclarece Luiz Antonio Barbagallo, economista da ABAC, “não são transformadas em bens ou em contratação de serviços de imediato. Assim, existem valores pertencentes a contemplados em vários segmentos que ainda não foram utilizados, razão pela qual divulgamos em dois tipos de classificações: primeiro as estimativas potenciais de inserções dos créditos nos mercados de cada setor e posteriormente também as aquisições realizadas”, complementa.
Vendas setoriais no mercado interno
Ao utilizar os dados divulgados pela B3 até agosto, os percentuais de aquisição de veículos automotores realizados via consórcio reafirmaram a presença e o gradativo crescimento do mecanismo nas vendas no mercado interno, nos oito meses deste ano.
A participação dos consórcios, incluindo leves, motos, caminhões e implementos rodoviários, novos e usados, variaram de 8,2% a 26,1% entre os totais acumulados nos oito meses. Cada percentual registrou o interesse dos consumidores, pessoas físicas e jurídicas, pela modalidade como forma de usufruir das características básicas como parcelas acessíveis, sem juros, prazos longos, poder de compra, sem cobranças retroativas, sem IOF, entre outros.
No segmento de veículos leves, observou-se que, do total geral, 8,2% foram realizados com créditos concedidos por contemplações, enquanto 91,8% originaram-se dos financiamentos.
Na divisão entre novos e usados, verificou-se que 9,2% dos veículos zero km foram via consórcio enquanto 90,8% foram por financiamentos. Nos seminovos, houve 7,9% pelo consórcio e 92,1% por financiamentos.
No segmento das duas rodas, observou-se que, do volume comercializado no mercado nacional, 26,1% foram utilizados a partir de créditos concedidos por consórcio, e 73,9% provenientes de financiamentos.
Ao separar em novas e usadas, 32,5% estiveram nas motos zero via consórcio e 67,5% foram por financiamentos. Nas seminovas, houve 7,9% pela modalidade consorcial e 92,1% por financiamentos.
No segmento dos veículos pesados, os caminhões mostraram que do total vendido internamente, 10,4% foram com uso de créditos liberados por consórcio e 89,6% procedentes de financiamentos.
Na separação entre novos e usados, houve 8,2% de caminhões zero comercializados via consórcio e 91,8% por financiamentos. Os seminovos somaram 12,0% via Sistema de Consórcio, enquanto 88,0% foram por financiamentos.
Ainda em veículos pesados, os implementos rodoviários totalizaram 18,6% de vendas pelo consórcio e 81,4% resultante de outras linhas de crédito, no mercado interno.
Na análise entre novos e usados, houve 16,9% de semirreboques zero via consórcio e 83,1% pelos vários tipos de financiamento. Paralelamente, os seminovos atingiram 21,6% pelas contemplações e 78,4% por empréstimos variados.
Cenário básico da economia nacional
Segundo avaliações governamentais e empresariais, as várias recuperações setoriais observadas ponderam boas perspectivas para a economia nacional até o final do ano.
A manutenção das atuais taxas de juros para controle da inflação, mesmo com a recente deflação, tem sido uma necessidade que se justifica na economia brasileira, porém, no contraponto, houve retomadas em diversos segmentos e ainda retração da taxa de desemprego.
Outro aspecto importante que retrata o andamento positivo foi na alta do PIB no segundo trimestre, impulsionada pela indústria e pelo retorno dos investimentos. Este desempenho apoia-se na queda não acentuada da atividade agropecuária, abaixo das expectativas, e na maior ampliação industrial, comparativamente ao esperado, reflexo dos avanços nos setores da construção, da transformação, da produção de energia e gás e dos transportes.
No segmento de serviços, onde o Sistema de Consórcios se inclui, observou-se que o ciclo monetário e de crédito contribuíram com magnitude para a expansão de diversas atividades. Como decorrência houve expansão do consumo das famílias, reforçando a perspectiva de crescimento anual da absorção doméstica.
“Ao alinhar os múltiplos aspectos positivos verificados de janeiro a agosto”, comenta Rossi, “entendemos que o Sistema de Consórcios, face às suas características e peculiaridades exclusivas, torna-se um facilitador para o crescimento econômico dos diversos elos da cadeia produtiva, com destaque para a não geração de inflação e, especialmente, em razão de que, desde a sua criação, contribui para o planejamento da produção industrial e do financeiro da vida do brasileiro”, completa.
Estimativas
Ao registrar avanços em diversos indicadores, o Sistema de Consórcios, de janeiro a agosto, apresentou significativa alta nos negócios, apoiada pelo forte crescimento anotado nas vendas de cotas em agosto e no aumento do valor do tíquete médio mensal, que provocaram aumento do total dos participantes ativos.
Dos seis indicadores setoriais básicos do mecanismo, cinco registraram altas no volume das comercializações: eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com 35,4%; imóveis, com 27,8%; serviços, com 7,5%; veículos leves, com 6,4%; e motocicletas, com 1,1%. O único setor em que houve retração foi veículos pesados, com -24,4%.