Adesões ao crescem 19,3%
Nova marca histórica: consorciados ativos atingem 11,59 milhões ao avançar 10,1% de janeiro a abril
“Ao completar quatro meses, os resultados obtidos no Sistema de Consórcios continuam evidenciando a confiança do consumidor na modalidade, ao confirmar o interesse em planejar suas finanças pessoais e a reafirmar a solidez consorcial. Aqui, vale especialmente aliar o crescimento médio da renda familiar como fator fundamental acrescida do conhecimento sobre educação financeira”, salienta Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC. “Os sucessivos recordes superados mensalmente nas vendas de cotas mostram um brasileiro atento ao seu orçamento, mantendo a correta relação entre receita e despesa, separando parcela para seus investimentos patrimoniais ou de qualidade de vida, via consórcio”, completa Rossi.
No encerramento do primeiro quadrimestre do ano, o Sistema de Consórcios registrou crescimento de 19,3% nas vendas ao atingir 1,61 milhão de cotas contra as 1,35 milhão de adesões anotadas no mesmo período de 2024. Os destaques estiveram nos setores de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis novos e de imóveis que anotaram altas de 119,5% e 41,0%, respectivamente, de acordo com levantamento feito pela assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
Apoiado no avanço de 13,2% do tíquete médio de abril de 2024 que saltou de R$ 83,63 para R$ 94,63 no mesmo mês deste ano, o volume de negócios totalizou R$ 141,19 bilhões no quadrimestre, 29,9% maiores que os R$ 108,67 bilhões em equivalente período de 2024.

Em decorrência, houve evolução no volume de participantes ativos em abril. O total atingiu 11,59 milhões, 10,1% acima dos 10,53 milhões do quarto mês no ano passado.
No acompanhamento mensal, iniciado há mais de três anos, em janeiro de 2022, a soma de participantes apontava 8,21 milhões. No quarto mês deste ano, o volume ultrapassou consecutivamente todas as marcas anteriores e bateu mais um recorde ao completar 11,59 milhões. Concluídos quarenta meses de constante progresso, o aumento foi de 41,2%, com apenas uma retração em abril de 2023.
O acumulado de consorciados contemplados, de janeiro a abril, contabilizou 607,81 mil, 3,0% mais que as 589,84 mil nos mesmos meses de 2024. Potencialmente injetados na cadeia produtiva, os créditos concedidos nas contemplações somaram R$ 39,82 bilhões, 19,6% acima dos R$ 33,29 bilhões de um ano atrás.

Detalhes dos indicadores
Adesões
Ao setorizar as 1,61 milhão de adesões acumuladas no quadrimestre, 631,90 mil foram registradas em veículos leves; 470,76 mil em motocicletas; 375,58 mil em imóveis; 62,53 mil em veículos pesados, 47,44 mil em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 18,01 mil em serviços.
Nos quatro meses, dos seis setores onde o consórcio está presente, cinco assinalaram altas nas comercializações de cotas: eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com 119,5%; imóveis, com 41,0%; serviços, com 25,8%; veículos leves, com 14,6%; e motocicletas, com 11,6%. Apenas um assinalou retração: veículos pesados, com -18,1%, cuja recuperação gradativa já é observada, pois, ao analisar as vendas desse segmento no quarto mês do ano comparadas às dos três primeiros, verifica-se que, enquanto em janeiro as adesões somaram 14,68 mil, em fevereiro cresceram para 14,83 mil e em março subiram para 15,68 mil, enquanto em abril chegaram a 17,35 mil, uma evolução de 18,8%, somente no período.
Contemplações
De janeiro a abril, as 607,81 mil contemplações estiveram assim distribuídas: 262,53 mil de veículos leves; 232,69 mil de motocicletas; 47,46 mil de imóveis; 33,92 mil de veículos pesados; 18,59 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 12,63 mil de serviços.
Participantes ativos
O total de consorciados ativos em cada setor ficou assim dividido: 42,9% nos veículos leves; 26,7% nas motocicletas; 19,4% nos imóveis; 7,6% nos veículos pesados; 2,3% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,1% nos serviços.
Nos 11,59 milhões de participantes ativos do consórcio, cada setor atingiu as seguintes marcas: 4,97 milhões em veículos leves; 3,09 milhões em motocicletas; 2,25 milhões em imóveis; 882,75 mil em veículos pesados; 267,89 mil em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 123,94 mil em serviços.
Tíquete médio em cinco anos
Ao considerar o comportamento dos tíquetes médios de abril nos intervalos dos últimos cinco anos, verificou se um aumento nominal de 46,9%. Ao descontar a inflação (IPCA) de 28,2% anotada no período, na relação da diferença de R$ 64,41 mil, em abril de 2021, para R$ 94,63 mil, no mesmo mês de 2025, houve valorização real de 14,6%.
“Ao completar quatro meses, os resultados obtidos no Sistema de Consórcios continuam evidenciando a confiança do consumidor na modalidade, ao confirmar o interesse em planejar suas finanças pessoais e a reafirmar a solidez consorcial. Aqui, vale especialmente aliar o crescimento médio da renda familiar como fator fundamental acrescida do conhecimento sobre educação financeira”, salienta Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC. “Os sucessivos recordes superados mensalmente nas vendas de cotas mostram um brasileiro atento ao seu orçamento, mantendo a correta relação entre receita e despesa, separando parcela para seus investimentos patrimoniais ou de qualidade de vida, via consórcio”, completa Rossi.
Potencial presença na cadeia produtiva
O início dos consórcios, na década de 60, coincide com a instalação da indústria automobilística no Brasil. Era uma época de ausência de linhas de crédito para compra dos primeiros automóveis. A criação da modalidade, genuinamente brasileira, como alternativa possibilitou um caminho mais simples e econômico para o consumidor viabilizar os objetivos de aquisição ou troca de automóvel. No primeiro quadrimestre de 2025, a potencial presença esteve em um a cada dois veículos leves vendidos no país.
Ao longo dos anos, a modalidade evoluiu para outros segmentos. Passou a estar presente no das duas rodas. Nos quatro meses, as contemplações revelaram a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno.
Outra situação semelhante pode ser constatada nos veículos pesados. Neste, o consórcio sinalizou uma a cada duas comercializações de caminhões negociados para ampliação ou renovação de frotas para o setor de transportes, com destaque especial para utilização no agronegócio.
Um resumo do consórcio em alguns elos da cadeia produtiva brasileira, durante os quatro meses, pode ser aferido pelos volumes financeiros disponibilizados ao mercado, através das contemplações. O Sistema atingiu 36,7% de potencial presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 35,4% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 38,5% no mês.
No segmento imobiliário, durante o primeiro trimestre deste ano, as contemplações representaram potenciais 26,2% de participação no total de 147,77 mil imóveis financiados, incluindo recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e dos consórcios, potencialmente um imóvel a cada quatro comercializados.
“Importante relembrar que muitos créditos concedidos por ocasião das contemplações no Sistema de Consórcios”, aponta Rossi, “não são transformados em bens ou em contratação de serviços de imediato. Existem valores de consorciados contemplados que ainda estão pendentes de utilização em vários segmentos. Por esta razão, divulgamos dois tipos de classificações: primeiro as estimativas de potenciais inserções dos créditos nos mercados de cada setor e na sequência as aquisições realizadas”, complementa.
Participação nas aquisições de veículos no mercado interno
Ao utilizar os dados divulgados pela B3 do primeiro quadrimestre deste ano, os percentuais de aquisição total de veículos automotores realizados via consórcio reafirmaram a presença e o gradativo crescimento do mecanismo nas vendas no mercado interno, no período.
A participação dos consórcios nos cinco setores dos automotores, ao incluir veículos leves, motocicletas, caminhões, ônibus e implementos rodoviários, considerando os indicativos de novos e seminovos, variaram de 7,9% a 38,7% entre os totais individuais no período. Cada percentual registrou o interesse dos consumidores, pessoas físicas e jurídicas, pela modalidade como forma de usufruir das características básicas como parcelas acessíveis, sem juros, prazos longos, poder de compra, sem cobranças retroativas, sem IOF, entre outros.
No segmento de veículos leves, observou-se que, do total geral, 9,0% foram realizados com créditos concedidos por contemplações, enquanto 91,0% originaram-se dos financiamentos.
Na divisão entre novos e usados, verificou-se que 10,4% dos veículos zero km foram comercializados via consórcio enquanto 89,6% foram por financiamentos. Nos seminovos, houve 8,7% pelo consórcio e 91,3% por financiamentos.

No segmento das duas rodas, observou-se que, do volume comercializado no mercado nacional, 30,4% foram utilizados a partir de créditos concedidos por consórcio, e 69,6% provenientes de financiamentos.
Ao separar em novas e usadas, 38,7% estiveram nas motos zero via consórcio e 61,3% foram por financiamentos. Nas seminovas, houve 7,9% pela modalidade consorcial e 92,1% por financiamentos.

No segmento dos veículos pesados, os caminhões mostraram que do total vendido internamente, 12,2% foram com uso de créditos liberados por consórcio e 87,8% procedentes de financiamentos.
Na separação entre novos e usados, houve 11,4% de caminhões zero comercializados via consórcio e 88,6% por financiamentos. Os seminovos somaram 12,7% via Sistema de Consórcios, enquanto 87,3% foram por financiamentos.

Ainda em veículos pesados, os implementos rodoviários totalizaram 20,8% de vendas pelo consórcio e 79,2% resultante de outras linhas de crédito, no mercado interno.
Na análise entre novos e usados, houve 18,9% de semirreboques zero via consórcio e 81,1% pelos vários tipos de financiamentos. Paralelamente, os seminovos atingiram 23,7% pelas contemplações e 76,3% por empréstimos variados.

Também em veículos pesados, divulgamos os ônibus que totalizaram 10,4% de vendas pelo consórcio e 89,6% resultante de outras linhas de crédito, no mercado interno.
Na análise entre novos e usados, houve 12,2% de ônibus zero via consórcio e 87,8% pelos vários tipos de financiamentos. Paralelamente, os seminovos atingiram 9,8% pelas contemplações e 90,2% por empréstimos variados.

Atual momento na economia nacional
A constante e crescente participação do Sistema de Consórcios na economia brasileira está diretamente vinculada ao maior interesse e conhecimento do consumidor brasileiro sobre educação financeira, ao longo dos últimos anos. A razão do sucesso deste momento completa-se com as conquistas e realizações de sonhos nos diversos setores onde o mecanismo está presente. Dos veículos automotores como os leves, motocicletas e os pesados até imóveis, passando pelos setores de serviços e de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, o consórcio vem ampliando o market share no setor financeiro, tornando-se básico no planejamento da produção industrial, sem geração de inflação.
Apesar do elevado índice de endividamento das famílias, acima de 75%, a média salarial dos trabalhadores brasileiros tem crescido, atingindo R$ 3.378,00 em março, possibilitando mais consumo, mesmo com uma inflação acumulada de 5,53% nos últimos doze meses, acima da meta estabelecida de 4,5%. Aliás, as maiores influências foram determinadas por vários segmentos, como alimentos, saúde e cuidados pessoais.
Os comentários dos especialistas indicam perspectivas de desaceleração da economia brasileira neste ano, especialmente em relação às incertezas geradas pela política tarifária norte-americana, em acordo com a recente ata da reunião do COPOM, que inclui desdobramentos internos influenciados pelas decisões externas.
No cenário econômico nacional, a possibilidade de potencial crescimento está nos setores de serviços financeiros, agronegócio, de utilidade pública e imobiliário, abrangendo também o empreendedorismo. Para o consórcio as projeções são otimistas, especialmente quando o consumidor, alinhado com a educação financeira, planeja mais e tem optado pela modalidade, com vistas aos objetivos pessoais, profissionais, familiares e metas empresariais. Por consequência, as adesões devem acompanhar as perspectivas analisadas pela assessoria econômica da ABAC: 20,0% para os imóveis, 10,0% para veículos pesados, 6,0% para os veículos leves, 2,0% para as motocicletas, 23,0% para os eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, e 10,0% para os serviços.
Evolução na última década
Ao considerar somente dados dos meses de abril, ao longo dos últimos dez anos, os 11,59 milhões de participantes ativos alcançados este ano superaram os registros ao longo de 2016 até 2024. O menor na década ocorreu em 2017 com 6,92 milhões.

Nas vendas de cotas, comparando somente os acumulados dos primeiros quadrimestres, houve, mais uma vez, recorde no período com as 1,61 milhão de adesões deste ano. O menor ocorreu em 2016 com 680,60 mil.

Nos dados quadrimestrais acumulados de consorciados contemplados, considerado o período entre 2016 a 2025, constatou-se que o total de 607,81 mil deste ano foi a maior marca do período. Por outro lado, a menor foi de 398,80 mil, registrada em 2018.
