Adesões acumulam 2,50 milhões em sete meses
Em julho, participantes ativos crescem 9,1% e atingem 10,70 milhões Aquisições reais confirmam a importância dos consórcios nas vendas internas, segundo registros da B3
“Ao iniciar o segundo semestre, o Sistema de Consórcios seguiu mostrando o mesmo desempenho dos primeiros seis meses. Mesmo sendo um mês de férias escolares, houve avanços em cinco indicadores, com exceção do tíquete médio, sinalizando boas perspectivas para os próximos meses. Ao acompanhar a evolução dos segmentos nos quais está presente, o consórcio comprova sua importância para a economia brasileira, como pode ser examinada nos registros divulgados pela B3”, comentou Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.
No encerramento do sétimo mês do ano, o Sistema de Consórcios atingiu R$ 201,65 bilhões em negócios realizados de janeiro a julho. Foram 13,2% de crescimento sobre os R$ 178,19 bilhões anotados no mesmo período de 2023.
As vendas, que geraram o volume de negócios, acumularam 2,50 milhões de cotas nos sete meses de 2024, 4,2% de aumento sobre as 2,40 milhões comercializadas naqueles meses do ano passado.
O total de adesões foram resultados da soma de 1,01 milhão em veículos leves; 764,26 mil em motocicletas; 503,19 mil em imóveis; 133,46 mil em veículos pesados, 54,68 mil em eletroeletrônicos; e 30,65 mil em serviços.
Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), de janeiro de 2022, quando somou 8,21 milhões de participantes ativos, até julho de 2024, quando alcançou 10,70 milhões, o consórcio completou trinta e um meses consecutivos de constante crescimento, atingindo 30,3% de aumento. Houve apenas uma retração em abril do ano passado.
Ao comparar os 10,70 milhões de participantes ativos de julho último com o mesmo mês do ano passado, observou-se um avanço de 9,1% sobre 9,81 milhões de um ano antes.
No total de participantes ativos, os consórcios assinalaram aumentos em quatro setores: 19,9% nos imóveis; 10,0% nos veículos pesados; 8,6% nos veículos leves; e 7,3% nas motocicletas. Os dois outros setores tiveram retrações: -31,2% nos serviços e -5,7% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis.
Nos segmentos, nos quais o mecanismo está presente, a soma de cotas ativas ficou assim distribuída: 43,6% nos veículos leves; 27,6% nas motocicletas; 17,5% nos imóveis; 7,6% nos veículos pesados; 2,4% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,3% nos serviços.
No mês de julho, a adesão de mais consorciados com tíquetes menores provocou uma retração do valor em relação ao do ano passado. O tíquete médio do Sistema de Consórcios em julho atingiu a R$ 78,69 mil, 6,6% menor que os R$ 84,25 mil anotados anteriormente em 2023.
Em contrapartida, nos últimos cinco anos, o tíquete médio demonstrou expansão nominal de 48,0% entre os valores médios apontados somente nos meses de julho. Ao descontar a inflação (IPCA) de 30,8% do período, na relação da diferença de R$ 53,17 mil, em 2020, para R$ 78,69 mil em 2024, houve valorização real de 13,1%.
Entre diversos fatores, o crescimento nominal de 48,0% do tíquete médio, ao longo dos últimos cinco anos, pode ser creditado ao interesse do consumidor por crédito diferenciados.
Deve-se acrescentar ainda que um dos principais motivos para essa performance continua sendo a renda do brasileiro, corroborada pela queda da taxa de desemprego, que ficou em 6,9%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de
Estatística (IBGE). Na contramão, a inflação de julho aumentou 0,38%, registrando um acumulado de 4,5% nos últimos doze meses, no limite do teto estabelecido.
Nos sete meses, a somatória de consorciados contemplados resultou em 985,91 mil, 4,5% superior às 943,30 mil, apontadas naqueles meses do ano passado. O volume proporcionou evolução nas liberações de créditos para potenciais aquisições em todos os setores.
Entre as contemplações por sorteio ou por lance, por segmento, temos: 429,96 mil de motocicletas; 389,05 mil de veículos leves; 65,25 mil de imóveis; 47,60 mil de veículos pesados; 33,09 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 20,97 mil de serviços.
A concessão de créditos para os consorciados contemplados totalizou R$ 55,89 bilhões, potencialmente injetados nos segmentos da economia nos quais a modalidade está presente, 17,3% superior aos anteriores R$ 47,65 bilhões.
“Ao iniciar o segundo semestre, o Sistema de Consórcios seguiu mostrando o mesmo desempenho dos primeiros seis meses. Mesmo sendo um mês de férias escolares, houve avanços em cinco indicadores, com exceção do tíquete médio, sinalizando boas perspectivas para os próximos meses. Ao acompanhar a evolução dos segmentos nos quais está presente, o consórcio comprova sua importância para a economia brasileira, como pode ser examinada nos registros divulgados pela B3”, comentou Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.
Ao superar R$ 200 bilhões em negócios realizados, com 2,50 milhões de cotas vendidas, o Sistema de Consórcios ratificou sua relevância no planejamento das finanças pessoais daqueles que focam objetivos a médio e longo prazo. “Ao utilizar os conceitos básicos da educação financeira em seu orçamento pessoal ou familiar, o brasileiro tem procurado formar ou ampliar seu patrimônio, gerindo sua vida financeira, sem arcar com o ônus dos juros, com equilíbrio orçamentário e exercendo seus compromissos financeiros com tranquilidade”, completa.
Paralelamente, o Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central não promoveu alterações na política monetária, mantendo a Selic em 10,5% ao ano, de acordo com as expectativas dos agentes econômicos.
Indicadores registram história e o progesso dos consórcios
Na última década, os 10,70 milhões de participantes ativos, atingidos em julho deste ano, ultrapassaram os resultados apurados naquele mês nos anos de 2015 a 2024.
Na comercialização de cotas, somadas de janeiro a julho durante a última década, constatou-se que a de 2024, com 2,50 milhões de unidades vendidas, foi a maior do período.
No acumulado de consorciados contemplados, nos mesmos sete meses, também durante a última década, foi possível confirmar que os 985,91 mil, deste ano, alcançaram o melhor resultado.
Cadeia produtiva
Ao longo das últimas seis décadas, um dos principais objetivos do Sistema de Consórcios tem sido, além das realizações de desejos individuais dos consorciados, a participação no planejamento da produção industrial nos mais diversos segmentos da economia nos quais está presente, contribuindo consequentemente para o desenvolvimento do país.
Os consórcios estão em setores como o de duas rodas que, somente nos sete meses de contemplações, apontou a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno. No setor automotivo, a possível presença esteve também em um a cada três veículos leves vendidos no país.
Outro exemplo de atuação pode ser verificado no mercado de veículos pesados, onde o mecanismo anotou a potencialidade de uma a cada três comercializações de caminhões no mercado automotivo, negociados para ampliação ou renovação de frotas do setor de transportes, com destaque para uso no agronegócio.
A influência dos consórcios na economia brasileira pode ser demonstrada pelos totais de créditos concedidos e à disposição dos consorciados, como nos mercados de veículos automotores e imobiliário. Nas liberações acumuladas de janeiro a julho, o Sistema de Consórcios atingiu 29,8% de potencial participação no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 39,4% de provável participação, e no de veículos pesados, a relação somente para caminhões foi de 32,3%, no período.
No primeiro semestre, o segmento imobiliário apresentou 19,4% de contemplações em potenciais participações no total de 307,20 mil imóveis financiados, incluindo os consórcios. Aproximadamente houve um imóvel por consórcio a cada cinco comercializados.
“Importante esclarecer que muitos créditos concedidos em contemplações no Sistema de Consórcios”, detalha Luiz Antonio Barbagallo, economista da ABAC, “não são utilizados de imediato. Desta forma, há valores correspondentes a contemplações nos diversos segmentos que ainda não foram transformados em bens, razão pela qual divulgamos inicialmente as estimativas potenciais de inserções nos mercados de cada setor e posteriormente também informamos as aquisições realizadas”, completa.
Consórcios nas vendas internas
De acordo com dados divulgados pela B3 até julho deste ano, os percentuais de aquisição de veículos automotores realizados via consórcio confirmaram a importância do mecanismo nas vendas no mercado interno, no primeiro semestre deste ano.
A participação dos consórcios, incluindo leves, motos, caminhões e implementos rodoviários, novos e usados, variaram de 8,1% a 26,0% de presença entre os totais acumulados nos sete meses. Cada percentual demonstrou o interesse dos consumidores, pessoas físicas e jurídicas, pela modalidade como forma de usufruir das características básicas como parcelas acessíveis, sem juros, prazos longos, poder de compra, sem cobranças retroativas, sem IOF, entre outros.
No segmento de veículos leves, observou-se que, do total geral, 8,1% foram realizados com créditos concedidos por contemplações, enquanto 91,9% originaram-se dos financiamentos.
Na divisão entre novos e usados, verificou-se que 9,1% dos veículos zero km foram via consórcio enquanto 90,9% foram por financiamentos. Nos seminovos, houve 7,9% pelo consórcio e 92,1% por financiamentos.
No segmento das duas rodas, notou-se que, do volume comercializado no mercado nacional, 26,0% foram utilizados a partir de créditos concedidos por consórcio, e 74,0% provenientes de financiamentos.
Ao separar em novas e usadas, 32,5% estiveram nas motos zero via consórcio e 67,5% foram por financiamentos. Nas seminovas, houve 7,9% pela modalidade consorcial e 92,1% por financiamentos.
No segmento dos veículos pesados, os caminhões mostraram que do total vendido internamente, 10,3% foram com uso de créditos liberados por consórcio e 89,7% procedentes de financiamentos.
Na separação entre novos e usados, houve 8,2% de caminhões zero comercializados via consórcio e 91,8% por financiamentos. Os seminovos somaram 11,9% via Sistema de Consórcio, enquanto 88,1% foram por financiamentos.
Ainda em veículos pesados, os implementos rodoviários totalizaram 18,6% de vendas pelo consórcio e 81,4% resultante de outras linhas de crédito, no mercado interno.
Na análise entre novos e usados, houve 17,2% de semirreboques zero via consórcio e 82,8% pelos vários tipos de financiamento. Paralelamente, os seminovos atingiram 21,1% pelas contemplações e 78,9% por empréstimos variados.
Economia nacional
Apesar da necessária manutenção das atuais taxas de juros para controle da inflação, os sete meses do ano trouxeram bons indicadores como, por exemplo, a retração da taxa de desemprego em 25 dos 27 estados. Todavia, apesar das tentativas de redução das oscilações cambiais, foram necessárias medidas emergenciais para contenção do déficit público.
Com a divulgação da inflação de julho, mesmo com o IPCA atingindo 4,5% nos últimos 12 meses, no limite do teto, segundo o IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a avaliação da assessoria econômica da ABAC segue projetando boas perspectivas para o Sistema de Consórcios até o final do ano.