Todas as linhas de crédito subiram.
Campeão dos juros altos, cartão de crédito subiu para 422,87% ao ano.
A taxa de juros ao consumidor subiu nas seis linhas de crédito pesquisadas. É o que aponta a pesquisa de juros da Anefac, realizada pelo nosso âncora Miguel José Ribeiro de Oliveira.
A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma elevação de 0,03 ponto percentual no mês, passando de 7,01% ao mês (125,47% ao ano) para 7,04% ao mês (126,23% ao ano), sendo a maior taxa de juros desde maio de 2018.
Campeão dos juros altos, o cartão de crédito continua disparado como a taxa de juros mais alta cobrada ao consumidor. Em maio, escalou para 14,78% ao mês, isto é, 422,87% ao ano, um aumento de 0,14%.
Em segundo lugar no ranking de juros mais elevados é o cheque especial. Aumentou para 8,18% ao mês, ou seja, 156,90% ao ano, uma elevação de 0,25%.
Em terceiro lugar é o empréstimo pessoal de financeiras. Subiu para 7,36% ao mês, ou seja, 134,48% ao ano, um aumento de 0,55%.
Em quarto lugar, vem os juros do comércio que subiu 5,56% ao mês, isto é, 92,08%, uma elevação de 0,54%.
O empréstimo pessoal de bancos é o quinto lugar da pesquisa com aumento de juros para 4,13% ao mês que corresponde a 62,52% ao ano.
Por último lugar, na sexta posição, o CDC – Crédito Direto ao Consumidor de bancos para financiamento de automóveis subiu para 2,19%, ou seja, 29,69% ao ano.
Empresas
Das três linhas de crédito pesquisadas, todas foram elevadas no mês. A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma elevação de 0,03 ponto percentual no mês (0,56 ponto percentual no ano) correspondente a uma elevação de 0,74% no mês (0,91% em doze meses), passando de 4,08% ao mês (61,59% ao ano) em abril para 4,11% ao mês (62,15% ao ano) em maio, sendo a maior taxa de juros desde fevereiro de 2018.
A maior taxa de juros cobrada é a conta garantida que aumentou para 8,07% ao mês, isto é, 153,78% ao ano. Em seguida está o capital de giro que subiu para 2,17%, ou seja, 29,38% ao ano. O desconto em duplicatas, que é a terceira taxa de juros pesquisada, aumentou para 2,10% que corresponde a 28,32% ao ano.
Por que os juros aumentaram
As elevações das taxas de juros são atribuídas pela pesquisa de juros a dois fatores.
O primeiro é a sinalização do Banco Central de que a taxa de juros básica (Selic) vai permanecer em 13,75% ao ano por mais tempo;
O segundo é a piora no cenário de crédito aumentando o risco de inadimplência frente aos fatores:
- Elevadas provisões feitas pelos bancos por conta das recuperações judiciais de Americanas, Oi, Itaipava e outras grandes empresas;
- Endividamento elevado das familias;
- Baixo crescimento econômico;
- Queda da renda das familias frente a um ambiente de inflação ainda elevada e desemprego elevado.
Taxa de juros x Selic
Segundo a pesquisa de juros, considerando todas as elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde janeiro de 2021, teve no período de janeiro daquele ano a maio de 2023 uma elevação da Selic de 11,75 pontos percentuais (elevação de 587,50%) de 2,00% ao ano em janeiro de 2021 para 13,75% ao ano em maio/2023.
“Nesse período – avalia a pesquisa – a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 33,64 pontos percentuais (elevação de 36,33%) de 92,59% ao ano em janeiro de 2021 para 126,23% ao ano em maio deste ano.”
Já nas operações de crédito para pessoa jurídica “houve uma elevação de 20,95 pontos percentuais (elevação de 50,85%) de 41,20% ao ano em janeiro de 2021 para 62,15% ao ano em maio de 2023.”