Adesões avançam 6,2%, aceleram total de consorciados e movimentam mais de R$ 260,51 bilhões, em dez meses
Contemplações injetam potencialmente mais de R$ 70 bilhões nos diversos setores da economia nacional, de janeiro a outubro
Presentes em todos os segmentos da economia brasileira como veículos automotores, que incluem veículos leves, motocicletas e veículos pesados, imóveis, serviços e eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, “o recente recorde do Sistema de Consórcios é justificado pelo aumento de opções feitas pelo consumidor brasileiro que, ao decidir pela compra de bens ou contratação de serviços, planeja seus compromissos mensais dentro do orçamento, administrando com conhecimento suas finanças pessoais”, explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.
Ao alcançar dez milhões de participantes ativos, o Sistema de Consórcios registrou um recorde histórico em outubro. O total foi 9,5% maior que os 9,18 milhões anotados há um ano, naquele mesmo mês. Com mais de seis de décadas de criação, a modalidade vem ampliando sua presença nos vários segmentos da economia, contribuindo para o crescimento de vários setores, e possibilitando a realização de objetivos pessoais e empresariais.
Nos 10,05 milhões de consorciados, a modalidade contou com as altas de 22,8% nos veículos pesados; 15,5% nos imóveis; 10,8% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; 9,4% nas motocicletas; 6,0% nos veículos leves; e apenas uma retração de -5,6% em serviços.
Paralelamente, de janeiro a outubro, as adesões somaram 3,48 milhões de novos participantes, anotando 6,2% de crescimento sobre as 3,27 milhões comercializadas no mesmo período em 2022. As comercializações movimentaram R$ 260,51 bilhões, 22,5% maior que os R$ 212,70 bilhões anteriores. O volume alcançado evidencia que não há correlação entre a crescente demanda das vendas e a decrescente taxa de juros, 12,25% da Selic, praticada no mercado.
Por setor, o acumulado de vendas de novas cotas resultou em 1,39 milhão de veículos leves; 1,07 milhão em motocicletas; 639,16 mil em imóveis; 261,31 mil em veículos pesados, 69,29 mil em eletroeletrônicos; e 39,66 mil em serviços.
Os créditos concedidos nas contemplações, totalizados de janeiro a outubro deste ano no Sistema de Consórcios, assinalaram aumento de 21,9% sobre os mesmos meses de 2022. Foram injetados R$ 70,60 bilhões nos diversos segmentos de mercado, onde a modalidade está presente, segundo levantamento da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios. Há um ano, a soma era de R$ 57,91 bilhões.
Neste mesmo período, o total de consorciados contemplados correspondeu a 1,36 milhão de cotas e ultrapassou em 7,9% a marca de 1,26 milhão, anotada há doze meses.
Ao analisar as contemplações setoriais, por sorteio e por lance, houve 575,15 mil de motocicletas; 540,34 mil de veículos leves; 87,84 mil de imóveis; 68,81 mil de veículos pesados; 48,28 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 40,60 mil de serviços, nos dez meses.
Indicadores apontam crescimentos
No período, considerados os seis principais indicadores do Sistema de Consórcios, quatro assinalaram altas nos percentuais das adesões: imóveis, com 18,3%; veículos leves, com 11,5%; motocicletas, com 5,3%, e veículos pesados, com 4,9%. Os dois setores que apresentaram retração foram: eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com -56,8%; e serviços, com -25,6%; que, mesmo menores, não interferiram no crescimento geral de 6,2%.
Com o avanço dos consorciados ativos, observou-se aumento no valor do tíquete médio geral, apesar da redução em alguns setores, especialmente em razão de grande número de cotas comercializadas ter apresentado valor abaixo das médias setoriais. O tíquete médio de outubro atingiu R$ 77,56 mil, 19,8% acima dos R$ 64,76 mil constatado naquele mês do ano passado.
Ao considerar o comportamento do tíquete médio de outubro nos últimos cinco anos, verificou-se aumento nominal de 56,0%, na evolução dos valores médios registrados. Ao descontar a inflação (IPCA) de 28,5% do período, na relação da diferença de R$ 49,71 mil, em outubro de 2019, para R$ 77,56 mil, no mesmo mês de 2023, houve valorização real de 21,4%.
Por decorrência, no curto prazo existe a possibilidade de aumento real da renda em razão de menor inflação. O IPCA de outubro registrou alta de 0,24%, abaixo do percentual de setembro. O acumulado dos últimos doze meses atingiu 4,82%. Paralelamente, as perspectivas sinalizam ampliação do poder de compra dos trabalhadores. Destaque-se que um dos fatores que explicam a demanda por consórcio é a renda, pois, como indicamos, há uma correlação muito forte com essa variável e o aumento das vendas.
Presentes em todos os segmentos da economia brasileira como veículos automotores, que incluem veículos leves, motocicletas e veículos pesados, imóveis, serviços e eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, “o recente recorde do Sistema de Consórcios é justificado pelo aumento de opções feitas pelo consumidor brasileiro que, ao decidir pela compra de bens ou contratação de serviços, planeja seus compromissos mensais dentro do orçamento, administrando com conhecimento suas finanças pessoais”, explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC. “As boas performances verificadas nos diversos indicadores são consequência da mudança de postura dos consumidores que, com confiança e credibilidade, têm optado pelo mecanismo, ano após ano, sempre considerando a capacidade financeira para realizar seus objetivos”, complementa Rossi.
Em cada um dos setores, onde o mecanismo está presente, o total de cotas ativas esteve assim distribuída: 43,6% em veículos leves; 27,9% em motocicletas; 16,4% em imóveis; 7,5% em veículos pesados; 2,8% em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,8% em serviços.
O bom desempenho do consórcio na década
No decorrer dos últimos dez anos, somente nos meses de outubro, os 10,05 milhões de participantes ativos deste ano ultrapassaram os volumes contabilizados ao longo de 2014 até 2022.
Em outro indicador, as vendas de novas cotas, acumuladas de janeiro a outubro, apresentaram resultado inédito em 2023, com 3,48 milhões de adesões, como o maior volume alcançado no período.
Nos acumulados de contemplações de janeiro a outubro, considerada a década de 2014 a 2023, foi possível verificar que a soma de 1,36 milhão, deste ano, foi a melhor do período.
Os consórcios na cadeia produtiva
No cenário vivido no início da indústria automobilística e por ocasião da criação do Sistema de Consórcios, nos primeiros anos da década de 60, a inexistência de linhas de crédito para aquisição dos primeiros automóveis, fez com que o consórcio se tornasse alternativa para o consumidor. Tanto naquela época como atualmente, um dos principais objetivos da modalidade, além daqueles de cada consorciado, tem sido a importância para o planejamento da produção industrial nos mais diversos segmentos da economia onde o consórcio está presente, confirmando sua importante contribuição ao desenvolvimento das diversas ligações produtivas do país.
Após alguns anos, o mecanismo passou a estar em outros setores como, por exemplo, o das duas rodas que, nos dez meses de 2023 as contemplações apontaram a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno. No setor automotivo, a potencial presença esteve também em um a cada três veículos leves vendidos no país.
Um outro exemplo de participação pode ser verificado no mercado de veículos pesados, onde a modalidade marcou quase uma a cada três comercializações de caminhões negociados para ampliação ou renovação de frotas do setor de transportes com destaque especial para utilização no agronegócio.
A forte presença dos consórcios na economia brasileira pode ser comprovada pelos totais de créditos concedidos. Nas liberações acumuladas de janeiro a outubro, o Sistema atingiu 36,6% de potencial presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 43,6% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 35,1%, no período.
No segmento imobiliário, somente em nove meses deste ano, as contemplações representaram potenciais 14,1% de participação no total de 621,94 mil imóveis financiados, incluindo os consórcios. Aproximadamente um imóvel a cada sete comercializados.
De janeiro a outubro, a economia brasileira voltou suas metas para a continuidade do crescimento econômico, incentivando a reativação de obras paralisadas e aprovação da reforma tributária. O ajustamento de novas medidas aprovadas para controlar a dívida pública, acelerando o processo desinflacionário via arcabouço, vem contando com a expectativa e o esforço para a redução da taxa de juros básica, sempre visando a geração do reaquecimento econômico.