Mas, a taxa de taxa de juros do cartão de crédito volta a subir com uma elevação de 0,54%, passando a taxa 14,87% ao mês (427,81% ao ano) para 14,95 (442,24%) em setembro. Essa taxa é a maior desde março de 2017 (15,13% ao mês – 442,33% ao ano).
As taxas de juros das operações de crédito voltaram a ser reduzidas em setembro, sendo a terceira redução consecutiva.
A taxa de juros média geral para pessoa física apresentou uma redução de 0,04 ponto percentual no mês (1,00 ponto percentual no ano), correspondente a uma redução de 0,57% no mês (0,80% em doze meses), passando de 6,98% ao mês (124,71% ao ano) em agosto para 6,94% ao mês (123,71% ao ano) em setembro, sendo esta a menor taxa de juros desde setembro de 2022.
Das seis linhas de crédito pesquisadas, uma elevou sua taxa de juros (cartão de crédito rotativo) e cinco reduziram suas taxas de juros (juros do comércio, cheque especial, CDC-bancos-financiamento de veículos, empréstimo pesssoal-bancos e empréstimo pessoal-financeiras).
É o que demonstrou a pesquisa de juros da Anefac, coordenada pelo nosso âncora Miguel José Ribeiro de Oliveira. A pesquisa atribuiu a redução ao fato do Banco Central ter reduzido a taxa básica de juros (Selic) em sua ultima reunião do Copom, bem como a expectativa da continuidade de redução da taxa báscia de juros nas próximas reuniões do Copom.
Acompanhe.
Pessoa jurídica
A taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma redução de 0,06 ponto percentual no mês (1,11 ponto percentual no ano), correspondente a uma redução de 1,48% no mês (1,82% em doze meses), passando de 4,05% ao mês (61,03% ao ano) em agosto para 3,99% ao mês (59,92% ao ano) em setembro, sendo esta a menor taxa de juros desde julho de 2022.
Das três linhas de crédito pesquisadas, todas reduziram suas taxas de juros no mês.
A taxa de juros do capital de juro foi reduzido de 2,17% ao mês (29,38% ao ano) em agosto para 2,12% (28,63% ao ano) em setembro.
A taxa do desconto de duplicatas caiu de 1,98% ao mês (26,53% ao ano) para 1,92% (25,64%) ao mês em setembro.
A taxa da conta garantida diminuiu de 7,99% ao mês (151,54% ao ano) para 7,94% (150,14% ao ano).
Taxa de juros x Selic
Ribeiro de Oliveira demonstra que considerando todas as elevações da taxa básica de juros (Selic) promovidas pelo Banco Central desde janeiro de 2021, tivemos neste período (janeiro de 2021 a setembro de 2023) uma elevação da Selic de 10,75 pontos percentuais (elevação de 537,50%) de 2% ao ano em janeiro de 2021 para 12,75% ao ano em setembro de 2023.
Neste período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 32,12 pontos percentuais (elevação de 33,61%) de 92,59% ao ano em janeiro de 2021 para 123,71% ao ano em setembro de 2023.
Nas operações de crédito para pessoa jurídica houve uma elevação de 18,72 pontos percentuais (elevação de 45,44%) de 41,20% ao ano em janeiro de 2021 para 59,02% ao ano em setembro de 2023.
Perspectivas para os próximos meses
Tendo em vista o cenário econômico com maior risco de crédito (endividamento elevado, inflação alta e seus efeitos na renda, desemprego elevado) e da elevação da inadimplência, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito possam ser elevadas nos próximos meses.
Entretanto, frente ao fato do Banco Central já ter iniciado o ciclo de redução da taxa básica de juros (SELIC) e ao fato de ter sinalizado com novas reduções, isto deve contribuir para a redução dos juros nas operações de cédito.