Mobilizações contaram com desfiles cívico-militares, mas incluíram tom de campanha em cidades como Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
A comemoração dos 200 anos da Independência na quarta-feira (7) teve os tradicionais desfiles cívico e reuniu apoiadores do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que participou de eventos oficiais e atos de campanha em Brasília e no Rio de Janeiro.
Nos discursos de comemoração, o mandatário não fez ataques aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como ocorreu no ano passado. Mas, ele fez críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com quem disputa eleição ao Planalto.
Em Brasília, o chefe do executivo pediu votos ao público e criticou as pesquisas eleitorais. Entusiasmado, ao lado da primeira dama Michele, ele puxou um coro gritando “imbrochável”. O mandatário disse que a esposa é uma “mulher de Deus e da família”.
O presidente citou algumas datas marcantes da história do Brasil, como 1964, ano do golpe militar, que ele disse que pode se repetir em 2022.
“Seguramente passamos por momentos difíceis, a história nos mostra. 22, 35, 64, 16 e 18. Agora em 22. A história pode repetir. O bem sempre venceu o mal. Estamos aqui porque acreditamos no nosso povo e o nosso povo acredita em Deus”, afirmou.
Ele destacou que o brasileiro corre o risco de perder a “liberdade” e mencionando uma suposta “luta do bem contra o mal”, afirmando que o “mal pretende voltar à cena do crime”.
Nesse sentido, o presidente atacou seu principal oponente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, a quem chamou de “quadrilheiro”, e chegou a defender a supressão da esquerda, afirmando que “esse tipo de gente tem de ser extirpada da vida pública”.
Em Brasília, o desfile contou com 3,1 mil militares, alunos de escolas do Distrito Federal e apresentação da Esquadrilha da Fumaça sobre a Esplanada dos Ministérios, onde estavam os presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, de Cabo Verde, José Maria Neves, e de Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló. Os presidentes da Câmara, Arthur Lira, do Senado, Rodrigo Pacheco, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, decidiram se ausentar,
Manifestação no Rio de Janeiro: “quatro linhas da Constituição”
Após a solenidade em Brasília, o presidente se dirigiu ao Rio de Janeiro, onde participou de uma motociata e realizou um discurso de 17 minutos na orla de Copacabana. No evento, o mandatário mencionou as “quatro linhas da Constituição” e fez ataques diretos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O mandatário defendeu os empresários alvos da Polícia Federal (PF) , acusados de trocar mensagens que diziam que um “golpe” seria melhor do que um novo mandato do ex-presidente Lula.
“Hoje estive com empresários acusados de golpistas, pelo amor de Deus, não tiveram nada mais do que sua privacidade violada”, defendeu o presidente. “Quero que cada vez mais vocês tenham liberdade para decidir seu futuro. Somos escravos de nossas decisões.”
Além da primeira-dama, Michele Bolsonaro, o general Braga Netto, o governador do estado, Cláudio Castro (PL), e o senador Flávio Bolsonaro (PL) estiveram ao lado do presidente no Rio de Janeiro.
O empresário Luciano Hang, o deputado Daniel Silveira, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o pastor Silas Malafaia também acompanham o chefe do Executivo.
Fontes: Ig, Zero Hora e Metrópolis