Consórcios encerram 2019 com aumento de 10,4% em adesões e com 26,5% de alta nos negócios, superando R$ 134 bilhões
“Não é fácil fazer projeções, especialmente quando vivenciamos constantes influências internas e externas. Acreditamos em avanços entre 7% e 10%, para veículos leves, em até 20% para veículos pesados, incluindo máquinas e implementos agrícolas para o agronegócio, e de 4% a 7% para motocicletas.”, avalia Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da entidade.
Durante 2019, o Sistema de Consórcios apresentou resultados positivos, inclusive com recorde histórico de 2,87 milhões de adesões, mesmo com as oscilações político-econômicas vivenciadas no primeiro ano do novo governo e com o saldo advindo de reaquecimento pós-crise.
Para 2020, as expectativas são otimistas e de continuidade de crescimento. Estudos realizados pela assessoria econômica da ABAC – Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios estimam aumento de vendas de novas cotas variando de 7% a 12%.
Ao considerar principalmente a constante redução das taxas de juros, promovida a partir dos cortes feitos pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, inflação abaixo da meta, bem como as reformas da previdência, já aprovada, e o encaminhamento da tributária e da administrativa, “permitimo-nos avaliar um cenário melhor para o mercado consumidor, já considerando a paulatina recuperação dos empregos e o incremento de novos empreendedores”, explica Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da entidade.
Os ajustes periódicos realizados na taxa básica de juros, por exemplo, provocam duas reações no mercado consumidor. A primeira é o desestímulo dos investidores em aplicações financeiras com baixa rentabilidade. Como consequência, a segunda está nas pessoas que ficam mais propensas a comprar no presente, abdicando do objetivo de poupar para utilizar no futuro. Com o aquecimento do consumo, as empresas deverão produzir mais, trazendo crescimento econômico.
Rossi sintetiza que “o brasileiro, ao observar pouca possibilidade de rendimentos, opta por consumir. Já para aquele que gere suas finanças pessoais com planejamento, tem no consórcio a oportunidade de concretizar seus objetivos de forma simples, econômica e consciente, sem se deixar levar pela impulsividade”.
O bom resultado alcançado no ano passado, 10,4% acima das adesões de 2018, sinalizam a probabilidade de aceleração em 2020, nos segmentos onde a modalidade está presente. Ao acompanhar as projeções da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores e da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores de aproximadamente 9% a 10% na produção e na comercialização de veículos, a presença dos consórcios, incluindo novos e seminovos, poderá alcançar marcas significativas ao longo deste ano.
No maior segmento do Sistema, os automotores, que representam mais de 80% dos atuais participantes ativos, a expectativa é de um aumento entre 7% e 15% na comercialização de novas cotas, de acordo com as características de cada mercado. “Não é fácil fazer projeções, especialmente quando vivenciamos constantes influências internas e externas. Acreditamos em avanços entre 7% e 10%, para veículos leves, em até 20% para veículos pesados, incluindo máquinas e implementos agrícolas para o agronegócio, e de 4% a 7% para motocicletas.”, avalia Rossi.
Para os consórcios de imóveis, a performance esperada pelo mecanismo deve acompanhar, em paralelo, a evolução do setor imobiliário no país. Recente estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas, encomendado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), indicou, com dados do IBGE, que de 2015 a 2025 o país vai precisar de 14,5 milhões de novas moradias. “Entendemos que, com essa necessidade e o aquecimento já observado, o consórcio pode ser a alternativa para muitos, inclusive contribuindo para minimizar o déficit habitacional, podendo atingir de 10% a 14% de alta”, pondera o presidente executivo da ABAC.
Os setores de Serviços e de Eletroeletrônicos e Outros Bens Móveis Duráveis, que anotaram fortes avanços em 2019, deverão seguir no mesmo ritmo de negócios proporcionando mais opções de uso para o primeiro e mais qualidade de vida no segundo. A perspectiva para ambos poderá superar 20%.
A mudança de comportamento do brasileiro, hoje mais maduro em suas decisões financeiras, está apoiada na sua busca permanente de informações sobre o que pode ser melhor financeiramente com vistas às conquistas pessoais, profissionais ou familiares, valorizando ainda os possíveis investimentos. As peculiaridades do consórcio se ajustam a perfis de quem, com responsabilidade, não quer comprar por impulso e só assume compromissos para os quais é capaz de cumpri-los dentro do orçamento.
“Alinhados a Agenda BC# do Banco Central, a ABAC e as administradoras associadas seguirão 2020 divulgando as características e os diferenciais do consórcio com vistas a maior conscientização sobre educação financeira, gestão das finanças pessoais, facilitando a tomada de decisão dos futuros participantes”, complementa Rossi.
Consórcios encerram 2019 com aumento de 10,4% em adesões e com 26,5% de alta nos negócios ao superarem R$ 134 bilhões
O Sistema de Consórcios fechou 2019 registrando crescimento em todos os seus indicadores, com destaque para a entrada de novos participantes, volume de negócios contratados e total de consorciados ativos. Os resultados positivos, mesmo considerando a influência das situações políticas e econômicas nacionais, ratificam a maturidade do mecanismo e sinalizam boas perspectivas para 2020.
Ao registrar recorde de entrada de novos consorciados nos últimos dez anos, as adesões acumuladas de janeiro a dezembro de 2019 atingiram 2,87 milhões, 10,4% maior que os 2,60 milhões do ano anterior. O setor de veículos leves, com automóveis, utilitários e camionetas, e o de motocicletas somaram mais de 2,33 milhões de novas cotas vendidas, representando mais de 80% do volume comercializado.
Na retrospectiva dos últimos dez anos, de 2010 a 2019, a totalização do último apresentou o maior volume de vendas de novas cotas, recorde da década.
Em dezembro, o valor do tíquete médio chegou a R$ 53,5 mil, 29,2% maior que os R$ 41,4 mil do ano passado. Aliado à alta das adesões, o volume de negócios realizados superou R$ 134,17 bilhões, 26,5% maior que os R$ 106,08 bilhões, contabilizados um ano antes.
Com constantes progressos mensais, o número de participantes ativos somou 7,34 milhões em dezembro, 2,9% superior aos 7,13 milhões daquele mesmo mês em 2018.
No período, as contemplações acumularam 1,23 milhão, 2,5% acima dos 1,20 milhão do ano anterior. Os correspondentes créditos concedidos aos contemplados, cujos valores possivelmente devem ter sido injetados na cadeia produtiva, nas atividades onde o consórcio está presente, registraram avanço de 4,3%. No ano passado, ultrapassou R$ 42,16 bilhões, enquanto que em 2018 esteve em R$ 40,43 bilhões.
Ao totalizar pouco mais R$ 300 bilhões em créditos concedidos de 2012 a 2019, os consórcios confirmaram a significativa contribuição para o desenvolvimento da economia em todos os elos da cadeia produtiva: indústria, comércio e prestação de serviços. Só em 2018, participaram com 3,3% do PIB.
“Os resultados conquistados no ano passado pelo Sistema de Consórcios atestam que, com planejamento financeiro, é possível concretizar sonhos como casa própria, upgrade em veículos, atualização de bens móveis duráveis ou contratação de serviços dos mais diversos tipos com baixo custo, prazos mais longos, poder de compra, cumprimento de compromissos, metas comuns nos controles das finanças pessoais”, esclarece Rossi.
Por outro lado, o presidente executivo da ABAC lembra a importância da modalidade para os diversos elos da cadeia produtiva, “como, por exemplo, no setor de motos, onde os créditos concedidos, injetados pelas contemplações, corresponderam potencialmente a uma a cada duas unidades vendidas no mercado interno. Ou ainda na indústria automobilística, quando nos veículos leves, que incluem automóveis, utilitários e camionetas, os consórcios tiveram um a cada quatro autos com possível comercialização no país”, complementou.