Negócios somam mais de R$313 bilhões até agosto
Participantes ativos cravam 12,09 milhões e contemplações injetam potencialmente mais de R$ 80 bilhões no acumulado de janeiro a agosto
“Nos oito meses, o Sistema de Consórcios manteve o ritmo crescente e constante retratando basicamente a credibilidade e a confiança do brasileiro na modalidade, além de explicar os ótimos resultados obtidos. Importante ressaltar que a contínua mudança de postura do consumidor em procurar planejar suas finanças tem privilegiado o consórcio como opção para aquisição de bens ou contratação de serviços”, resume Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac.
O Sistema de Consórcios alcançou em agosto marcas inéditas em seus indicadores geral e setoriais. Ao atingir 3,32 milhões de adesões no acumulado de janeiro a agosto avançou 11,4% sobre às 2,98 milhões do mesmo período relativas ao ano passado. Os negócios decorrentes destas vendas somaram R$ 313,72 bilhões, 24,6% maior que os R$ 251,81 bilhões de um ano atrás, de acordo com as estimativas levantadas pela assessoria econômica da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, junto às suas associadas.


Ao quebrar mais uma vez o recorde histórico do Sistema de Consórcios, os participantes ativos atingiram 12,09 milhões em agosto, 10,6% acima dos 10,93 milhões anotados naquele mês de 2024.
Na sequência mensal, iniciada há mais de três anos, em janeiro de 2022, o número de consorciados ativos registrava 8,21 milhões. Em agosto, passados quarenta e quatro meses, as quantidades superaram consecutivamente todas as marcas anteriores, com exceção da de abril de 2023, alcançando um recorde ao atingir 12,09 milhões. O avanço no período foi de 47,3%.

O total de consorciados ativos em cada setor ficou assim distribuído: 42,6% em veículos leves; 25,8% nas motocicletas; 20,3% em imóveis; 7,8% em veículos pesados; 2,4% nos eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,1% em serviços.

Nos oito meses, a somatória de consorciados contemplados foi de 1,16 milhão, 2,7% superior às 1,13 milhão do mesmo período de 2024. Os créditos concedidos aos consorciados contemplados completaram pouco mais de R$ 80,50 bilhões, 26,1% mais que os R$ 63,83 bilhões acumulados do ano passado.


O tíquete médio de agosto foi de R$ 99,79 mil, 4,2% inferior aos R$ 104,21 mil, obtidos no mesmo mês de 2024. Trata-se de média ponderada resultante dos valores dos setores de veículos leves, motocicletas, veículos pesados, imóveis, serviços, e eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis.

Detalhes dos indicadores
Vendas de cotas
Por setor, das 3,32 milhões de cotas comercializadas e acumuladas nos oito meses, 1,26 milhão foram em veículos leves; 960,72 mil em motocicletas; 815,06 mil em imóveis; 133,43 mil em veículos pesados, 113,89 mil em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 40,74 mil em serviços.
De janeiro a agosto, dos seis setores onde o consórcio está presente, cinco assinalaram avanços nas comercializações de cotas: eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com 43,5%; imóveis, com 25,7%; serviços, com 15,9%; motocicletas, com 9,4%; e veículos leves, com 6,8%.
Houve apenas uma retração: veículos pesados, com -17,4%, cuja recuperação vem ocorrendo gradativamente na busca da normalidade. Apesar da tendência de baixa nas vendas no mercado interno, no consórcio as adesões apresentaram forte alta do tíquete médio de agosto sobre o do mesmo mês do ano passado. Ao variar positivamente 109,5%, saltou de R$ 191,60 mil para R$ 401,40 mil, puxado rincipalmente pelas máquinas agrícolas.
Contemplações
Nos meses de janeiro a agosto, os 1,16 milhão de consorciados contemplados estiveram assim colocados: 506,22 mil de veículos leves; 437,63 mil de motocicletas; 93,34 mil de imóveis; 62,68 mil de veículos pesados; 37,95 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 24,06 mil de serviços.
Participantes ativos
Nos 12,09 milhões de participantes ativos, cada setor apresentou os seguintes volumes: 5,14 milhões em veículos leves; 3,16 milhões em motocicletas; 2,50 milhões em imóveis; 902,20 mil em veículos pesados; 272,14 mil em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 122,98 mil em serviços.

Tíquete médio de 2021 a 2025
Ao observar o comportamento dos tíquetes médios dos meses de agosto nos intervalos dos últimos cinco anos, notou-se um aumento nominal de 44,8%. Ao descontar a inflação (IPCA) de 25,7% anotada no período, na relação da diferença de R$ 68,90 mil, em agosto de 2021, para os R$ 99,79 mil, no mesmo mês de 2025, houve valorização real de 15,2%.

“Nos oito meses, o Sistema de Consórcios manteve o ritmo crescente e constante retratando basicamente a credibilidade e a confiança do brasileiro na modalidade, além de explicar os ótimos resultados obtidos. Importante ressaltar que a contínua mudança de postura do consumidor em procurar planejar suas finanças tem privilegiado o consórcio como opção para aquisição de bens ou contratação de serviços”, resume Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.
Ao considerar a influência da educação financeira nos conhecimentos financeiros de cada um, Rossi acentuou que “calcular custos, pesquisar alternativas e assumir responsabilidade em novos compromissos dentro dos orçamentos, planejar o futuro, tem possibilitado a consolidação da modalidade no mercado financeiro.”
Cadeia produtiva
Ao voltar mais de sessenta anos na história da indústria automobilística, quando o mercado financeiro vivia a ausência de linhas de crédito para compra dos primeiros automóveis fabricados no Brasil, o consórcio surgia, na década de 60, como solução na forma de autofinanciamento.
A alternativa, genuinamente brasileira, abriu um caminho simples para o consumidor alcançar os objetivos de aquisição ou troca de automóvel. Nos oito meses de 2025, a potencial presença no setor automotivo esteve em um a cada três veículos leves vendidos no país.
No segmento de duas rodas, no mesmo período, as contemplações sinalizaram a potencial aquisição de uma moto a cada três comercializadas no mercado interno.
Outra situação pode ser constatada nos veículos pesados, onde a nova divisão, a partir da recente realidade setorial, apontou aproximadamente 51% para máquinas agrícolas, 41% para caminhões e 8% para outros equipamentos destinados ao transporte rodoviário de carga, implementos rodoviários e agrícolas, ônibus, aeronaves e embarcações. Neste setor, o consórcio assinalou uma a cada quatro vendas de caminhões negociados para ampliação ou renovação de frotas para o setor de transportes, com destaque especial para aplicação no agronegócio.
De janeiro a agosto, o resumo do consórcio em alguns elos da cadeia produtiva brasileira pode mostrar as potenciais disponibilizações no mercado por meio das contemplações. O Sistema atingiu 32,1% de eventual presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 31,1% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 26,1% no mês.



No setor imobiliário, durante os sete primeiros meses do ano, as contemplações representaram possíveis 24,3% de participação no total de 327,17 mil imóveis financiados, incluindo recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e dos consórcios, potencialmente um imóvel a cada quatro comercializados.

“Vale lembrar que muitos créditos liberados por ocasião das contemplações no Sistema de Consórcios, potenciais aquisições, não são transformados em bens ou em contratação de serviços de imediato”, diz Rossi. “Há valores de consorciados contemplados que ainda estão pendentes de utilização em vários segmentos. Por esta razão, divulgamos dois tipos de classificações: primeiro as estimativas de potenciais transformações dos créditos em bens nos mercados de cada setor e na sequência as aquisições realizadas”, completa.
Consórcios no mercado interno
Janeiro agosto de 2025
Ao atualizar e divulgar os dados divulgados pela B3 no período de janeiro a agosto deste ano, os percentuais de aquisição total de veículos automotores realizados via consórcio reafirmaram a presença e o gradativo crescimento do mecanismo nas vendas no mercado interno, no período.
A participação dos consórcios nos cinco setores dos automotores, ao incluir veículos leves, motocicletas, caminhões, ônibus e implementos rodoviários, considerando os indicativos de novos e seminovos, variaram de 8,1% a 37,0% entre os totais individuais no período. Cada percentual registrou a preferência dos consumidores, pessoas físicas e jurídicas, pela modalidade como forma de usufruir das características básicas como parcelas acessíveis, sem juros, prazos longos, poder de compra, créditos corrigidos sem reajustes retroativos, isenção de IOF, entre outros.
No segmento de veículos leves, observou-se que, do total geral, 9,0% foram realizados com créditos concedidos por contemplações, enquanto 91,0% originaram-se dos financiamentos.
Na divisão entre novos e usados, verificou-se que 10,2% dos veículos zero km foram comercializados via consórcio enquanto 89,8% foram por financiamentos. Nos seminovos, houve 8,6% pelo consórcio e 91,4% por financiamentos.

No segmento das duas rodas, observou-se que, do volume comercializado no mercado nacional, 29,1% foram utilizados a partir de créditos concedidos por consórcio, e 70,9% provenientes de financiamentos.
Ao separar em novas e usadas, 37,0% estiveram nas motos zero via consórcio e 63,0% foram por financiamentos. Nas seminovas, houve 8,1% pela modalidade consorcial e 91,9% por financiamentos.

No segmento dos veículos pesados, os caminhões mostraram que do total vendido internamente, 10,8% foram com uso de créditos liberados por consórcio e 89,2% procedentes de financiamentos.
Na separação entre novos e usados, houve 12,0% de caminhões zero comercializados via consórcio e 88,0% por financiamentos. Os seminovos somaram 12,8% via Sistema de Consórcios, enquanto 87,2% foram por financiamentos.

Ainda em veículos pesados, os implementos rodoviários totalizaram 18,0% de vendas pelo consórcio e 82,0% resultante de outras linhas de crédito, no mercado interno.
Na análise entre novos e usados, houve 19,6% de semirreboques zero via consórcio e 80,4% pelos vários tipos de financiamentos. Paralelamente, os seminovos atingiram 23,0% pelas contemplações e 77,0% por empréstimos variados.

Também em veículos pesados, divulgamos os ônibus que totalizaram 9,1% de vendas pelo consórcio e 90,9% resultante de outras linhas de crédito, no mercado interno.
Na análise entre novos e usados, houve 10,8% de ônibus zero via consórcio e 89,2% pelos vários tipos de financiamentos. Paralelamente, os seminovos atingiram 10,4% pelas contemplações e 89,6% por empréstimos variados.

Consórcio na economia nacional
Cada vez mais presente nas atividades econômicas do país, o consórcio tem provocado mudanças no comportamento do brasileiro. O novo perfil do consorciado caracteriza-se pelo crescente conhecimento da essência da educação financeira que possibilita um melhor desempenho na gerência das finanças pessoais. Desta forma, ao aderir a uma cota da modalidade, reafirma, entre outras despreocupações,
não se endividar ou gastar além do possível no orçamento. Paralelamente, reserva percentual de suas receitas para investimentos, elegendo, muitas vezes, o consórcio como a maneira mais simples e econômica de conquistar suas realizações pessoais, familiares, profissionais e empresariais.
Dos veículos automotores como os leves, motocicletas e os pesados até os imóveis, passando pelos setores de serviços e de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, o mecanismo vem ampliando sua presença junto ao consumidor em vários segmentos econômicos. Torna-se também importante fator para o planejamento da produção industrial, considerando inclusive a não geração de inflação.
Tendo na renda, pessoal ou familiar, a principal razão para o avanço da modalidade ao longo dos últimos anos. O trabalhador tem consciência da importância de poupar com objetivo definido visando viabilizar suas futuras conquistas como a maior qualidade de vida, a formação ou ampliação patrimonial, entre outras, apesar da deflação em agosto e inflação acumulada nos últimos doze meses de 5,13%, acima do teto de 4,5% da meta estabelecida.
A renda média até junho atingiu R$ 3.477,00, o maior patamar já registrado na série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. Isso foi um dos fatores que contribuiu para os 5,8% do índice de desemprego no Brasil até agosto de 2025, o menor nível do levantamento feito desde 2012, divulgado pelo IBGE.
De acordo com estudos feitos pela assessoria econômica da ABAC, considerando os últimos dez anos, o crescimento do Sistema de Consórcios independe das oscilações da taxa Selic, atualmente em 15%. As evidências comprovam que mesmo com percentuais baixos o mecanismo registrou alta e vice-versa.
Os atuais números do mercado consorcial reafirmam o otimismo das projeções feitas no final do ano passado pela assessoria econômica da ABAC, especialmente quando se observa o apontamento de recordes nos diversos setores onde o mecanismo está presente. As previsões de crescimento para 2025, avaliadas pela assessoria econômica da ABAC no final do ano passado, permanecem em: 20,0% para os imóveis, 10,0% para veículos pesados, 6,0% para os veículos leves, 2,0% para as motocicletas, 23,0% para os eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, e 10,0% para os serviços.
Passados pouco mais de oito meses daqueles anúncios, observou-se que as vendas de cotas de imóveis, por exemplo, já cresceram 25,7% sobre igual período de 2024. Em veículos automotores, a alta em veículos leves atingiu 6,8%; e nas motos, o aumento foi de 9,4%, quase cinco vezes mais. Enquanto nos setores de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, o alcance foi de 43,5%, quase o dobro do estimado; e no de serviços, chegou a 15,9%.
Em veículos pesados, o indicador permaneceu negativo, o único abaixo da previsão, com -17,4%. Notou se uma tendência de baixa nas vendas gerais no mercado interno, demonstrando o comportamento dos potenciais compradores frente a alta de juros e as recentes taxações internacionais praticadas nas exportações. Porém, nas cotas vendidas no consórcio, verificou-se um aumento de 109,5% no tíquete médio dos pesados de agosto sobre o do mesmo mês de 2024. Houve um salto de R$ 191,60 mil para R$ 401,40 mil, puxado principalmente pelas máquinas agrícolas.
Acrescente-se que, de janeiro a agosto, o Sistema de Consórcios injetou potencialmente na economia nacional mais de R$ 80 bilhões, com mais de 1,16 milhão de consorciados contemplados contabilizados nos seis setores.
A evolução na última década
Ao considerar somente dados dos meses de agosto, ao longo dos últimos dez anos, os 12,09 milhões de participantes ativos atingidos este ano superaram os registros ao longo de 2016 até 2025. Novamente um recorde histórico. O menor na década ocorreu em 2017 com 6,88 milhões. O crescimento no período foi de 75,7%.
Nas vendas de cotas, comparando somente os acumulados dos primeiros oito meses, ano a ano na década, houve, mais uma vez, recorde no período deste ano com 3,32 milhões de adesões. O menor ocorreu em 2016 com 1,42 milhão. O crescimento no período foi de 133,8%.

Nos dados acumulados de consorciados contemplados, de janeiro a agosto, considerado o período entre 2016 a 2025, constatou-se que o total de 1,16 milhão deste ano foi a maior marca do período. Por outro lado, a menor foi de 786,59 mil, registrada em 2020. O crescimento no período foi de 47,5%.
