São mais de R$313 bilhões em negócios realizados em dez meses
Participantes ativos batem recorde novamente ao superar 11,14 milhões, em outubro
“Com um segundo semestre demonstrando forte crescimento em vendas de cotas, negócios realizados e crescimento em participantes ativos, o Sistema de Consórcios vem registrando a confiança ratificada pelo brasileiro no mecanismo em todos os setores, como forma consciente de planejamento e aquisição de bens ou contratação de serviços”, afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.
No encerramento do período compreendido entre janeiro e outubro, o Sistema de Consórcios registrou o maior volume de vendas ao atingir 3,75 milhões de cotas. O crescimento foi 7,8% acima dos 3,48 milhões anotados naqueles meses do ano passado. No período, o acumulado de negócios avançou 20,3% sobre os R$ 260,51 bilhões anteriores, chegando a R$ 313,48 bilhões neste ano.
A soma das adesões originou-se de 1,45 milhão de cotas de veículos leves; 1,12 milhão de motocicletas e motonetas; 817,37 mil de imóveis; 204,22 mil de veículos pesados; 107,12 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 44,50 mil de serviços.
Em paralelo, o volume de participantes ativos voltou a crescer e registrar novo recorde em outubro. Ao cravar 11,14 milhões de consorciados ativos, o Sistema de Consórcios evoluiu 10,8% sobre os 10,05 milhões do mesmo mês em 2023.
O acompanhamento da assessoria econômica da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) feito a partir de janeiro de 2022, quando o total de consorciados ativos apontava 8,21 milhões, mostrou que, em outubro de 2024, o volume bateu em 11,14 milhões. Em trinta e quatro meses consecutivos de constante crescimento, houve aumento de 35,7%. Nestes quase três anos, houve apenas uma retração em abril de 2023.
No volume de consorciados ativos, houve altas em quatro setores: 24,5% nos imóveis; 12,1% nos veículos pesados; 9,6% em motocicletas, e 9,1% nos veículos leves. Os setores que tiveram retração foram: serviços, com -31,3%, e eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com -4,0%.
Nos seis segmentos econômicos, nos quais o consórcio está presente, a soma das cotas ativas ficou assim distribuída: 42,8% em veículos leves; 27,6% em motocicletas; 18,5% em imóveis; 7,6% em veículos pesados; 2,4% em eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 1,1% em serviços.
No décimo mês do ano, houve elevação do valor do tíquete médio em relação ao mês de outubro do ano passado. Os R$ 81,07 mil verificados em 2024 no Sistema de Consórcios foram 4,5% maiores que os R$ 77,56 mil verificados há um ano.
Em paralelo, nos últimos cinco anos, o tíquete médio demonstrou expansão nominal de 36,2% entre os valores médios considerados somente os meses de outubro. Ao descontar a inflação (IPCA) de 30,5% do período, na relação da diferença dos R$ 59,54 mil, em 2020, para os R$ 81,07 mil, em 2024, houve valorização real de 4,4%.
O crescimento nominal de 36,2% do tíquete médio, ao longo dos últimos cinco anos, pode ser creditado a várias razões, inclusive para a boa performance do Sistema de Consórcios. A principal é a renda do brasileiro que segue sendo o diferencial. Recentemente, a comprovação foi confirmada por mais uma queda da taxa de desemprego. Ficou em 6,4%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE).
Em contrapartida, nos últimos doze meses, a inflação aumentou de 4,42% para 4,76%, com o IPCA avançando 0,56 em outubro, ultrapassando o teto da meta, 4,50%, estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional.
Na somatória de janeiro a outubro deste ano, o acumulado de consorciados contemplados atingiu 1,41 milhão, 3,7% maior que 1,36 milhão anotados naquele período em 2023.
Entre as contemplações por segmento, ocorridas por sorteio ou por lance, houve: 594,64 mil de motocicletas; 572,35 mil de veículos leves; 92,42 mil de imóveis; 74,35 mil de veículos pesados; 48,28 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 29,88 mil de serviços.
A correspondente concessão de créditos para os consorciados contemplados atingiu R$ 81,07 bilhões, no período. Foram potencialmente injetados nos segmentos da economia nos quais a modalidade está presente, contabilizando mais 14,8% sobre os R$ 70,60 bilhões anteriores.
“Com um segundo semestre demonstrando forte crescimento em vendas de cotas, negócios realizados e crescimento em participantes ativos, o Sistema de Consórcios vem registrando a confiança ratificada pelo brasileiro no mecanismo em todos os setores, como forma consciente de planejamento e aquisição de bens ou contratação de serviços”, afirma Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC.
Ao apontar os diversos recordes históricos, Rossi comenta que “fica claro que as decisões pela modalidade são frutos do crescente conhecimento sobre a essência da educação financeira aplicada na gestão das finanças pessoais”, completa.
“Vale destacar que, considerando as adesões de pessoas físicas e jurídicas, as expectativas são cada vez mais otimistas quanto ao encerramento do ano, confirmando as projeções positivas feitas no final de 2023”, conclui o presidente da ABAC.
A evolução na década
Na última década, ao chegar no novo recorde de 11,14 milhões de participantes ativos, registrados no mês de outubro deste ano, todas as marcas anotadas naquele mês de 2015 a 2023 foram superadas. De 2015 a 2024, houve evolução de 56,2%.
Na comercialização de cotas, totalizadas de janeiro a outubro durante os últimos dez anos, observou-se que o acumulado deste ano, com 3,75 milhões de unidades vendidas, foi a maior do período. De 2015 a 2024, houve progresso de 92,3%.
Simultaneamente, na somatória de consorciados contemplados, nos mesmos dez meses, também durante a mesma década, confirmou-se que o 1,41 milhão, foi o resultado com melhor desempenho no período.
Na cadeia produtiva
Além das concretizações de desejos dos consorciados, um dos principais objetivos do Sistema de Consórcios tem sido, em mais de seis décadas, a presença da modalidade no planejamento da produção industrial nos mais diversos segmentos da economia nos quais está presente, contribuindo consequentemente para o desenvolvimento do país.
O consórcio está em setores como o de motocicletas que, somente nos dez meses de contemplações, anotou a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno. No setor automotivo, a possível presença esteve também em um a cada três veículos leves vendidos no país.
Outro exemplo de atuação pode ser verificado no mercado de veículos pesados, no qual o mecanismo apontou a potencialidade de um a cada três caminhões negociados no mercado automotivo, para ampliação ou renovação de frotas do setor de transportes, com destaque para uso de equipamentos no agronegócio.
A influência do consórcio na economia brasileira tem sido crescente. Pode ser demonstrada pelos totais de créditos liberados e à disposição dos consorciados, como nos mercados de veículos automotores e imobiliário. Nas concessões acumuladas de janeiro a outubro, o Sistema de Consórcios alcançou 28,6% de potencial participação no setor de automóveis, utilitários e camionetas. Nas de motos, houve 37,8% de provável participação, e no de veículos pesados, a relação somente para caminhões foi de 32,9%.
Nos nove meses iniciais deste ano, o segmento imobiliário apresentou 16,4% de consorciados contemplados em potenciais participações no total de 495,14 mil imóveis financiados, incluindo o consórcio. Aproximadamente houve um imóvel por consórcio a cada seis comercializados.
“É importante relembrar que muitos créditos liberados por ocasião das contemplações no Sistema de Consórcios”, esclarece Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC, “não são transformados em bens ou em contratação de serviços de imediato. Assim, existem valores pertencentes a contemplados em vários segmentos que ainda não foram utilizados, razão pela qual seguimos divulgando em dois tipos de classificações: primeiro as estimativas de potenciais inserções dos créditos nos mercados de cada setor e na sequência as aquisições realizadas”, complementa.
Vendas no mercado interno
Ao utilizar os dados divulgados pela B3 até outubro, os percentuais de aquisição de veículos automotores realizados via consórcio reafirmaram a presença e o gradativo crescimento do mecanismo nas vendas no mercado interno, nos dez meses deste ano.
A participação dos consórcios, incluindo leves, motos, caminhões e implementos rodoviários, novos e seminovos, variaram de 8,1% a 32,5% entre os totais no período. Cada percentual registrou o interesse dos consumidores, pessoas físicas e jurídicas, pela modalidade como forma de usufruir das características básicas como parcelas acessíveis, sem juros, prazos longos, poder de compra, sem cobranças retroativas, sem IOF, entre outros.
No segmento de veículos leves, observou-se que, do total geral, 8,1% foram realizados com créditos concedidos por contemplações, enquanto 91,9% originaram-se dos financiamentos.
Na divisão entre novos e usados, verificou-se que 9,2% dos veículos zero km foram via consórcio enquanto 90,8% foram por financiamentos. Nos seminovos, houve 7,9% pelo consórcio e 92,1% por financiamentos.
No segmento das duas rodas, observou-se que, do volume comercializado no mercado nacional, 25,9% foram utilizados a partir de créditos concedidos por consórcio, e 74,1% provenientes de financiamentos.
Ao separar em novas e usadas, 32,5% estiveram nas motos zero via consórcio e 67,5% foram por financiamentos. Nas seminovas, houve 7,8% pela modalidade consorcial e 92,2% por financiamentos.
No segmento dos veículos pesados, os caminhões mostraram que do total vendido internamente, 10,5% foram com uso de créditos liberados por consórcio e 89,5% procedentes de financiamentos.
Na separação entre novos e usados, houve 8,5% de caminhões zero comercializados via consórcio e 91,5% por financiamentos. Os seminovos somaram 12,1% via Sistema de Consórcios, enquanto 87,9% foram por financiamentos.
Ainda em veículos pesados, os implementos rodoviários totalizaram 18,3% de vendas pelo consórcio e 81,7% resultante de outras linhas de crédito, no mercado interno.
Na análise entre novos e usados, houve 16,5% de semirreboques zero via consórcio e 83,5% pelos vários tipos de financiamentos. Paralelamente, os seminovos atingiram 21,4% pelas contemplações e 78,6% por empréstimos variados.
Na economia nacional
A recente elevação da taxa Selic para 11,25%, com vista ao controle da inflação, tem sido uma necessidade que se justifica na economia brasileira. Porém, no sentido inverso, há outro bom indicador econômico: a redução da taxa de desemprego que chegou a 6,4%.
Em setembro, a massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 21,952 bilhões. No período de um ano, bateu um recorde ao atingir R$ 327,743 bilhões. Até o final do trimestre encerrado em setembro último, houve alta de 7,2%, ante ao mesmo período terminado em setembro de 2023. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda em relação ao trimestre encerrado em setembro de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 3,7%, ou seja, mais R$ 114,00, chegando aos atuais R$ 3.341,00.
Ao comentar o crescimento da renda do brasileiro e consequentemente a das famílias, Rossi sinalizou a boa perspectiva para de venda de cotas. “Os indicadores de adesões ao Sistema de Consórcios vêm apresentando constante aumento, considerando principalmente as suas exclusivas características. Ao proporcionar a concretização de objetivos pessoais, profissionais e familiares, a modalidade também avançou nas contemplações, possibilitando a utilização dos créditos para aquisição de bens ou contratação de serviços. Por decorrência, o consórcio vem alavancando os diversos elos da cadeia produtiva, observando especialmente que, ao impulsionar a produção industrial, não provoca inflação.